domingo, 10 de abril de 2022

PERDÃO

O que quer dizer perdoar? Perdoar e pedir perdão são tarefas difíceis. E quando alguém nos machuca, isto fica de certa forma impregnado em nosso coração, em nosso cérebro que a gente acha que não vai conseguir mudar. Às vezes parece impossível, não é? Perdoar deve fazer parte da nossa vida e é condição para uma vida mais plena e coerente. Assim como o perdão de Deus é sem limites. O esforço em perdoar é gigantesco e nos aprimora em nossas jornadas. Por que devo perdoar? “De fato, se vocês perdoarem aos homens os males que eles fizeram, o Pai de vocês que está no céu também perdoará a vocês” (Mateus 6, 14). “Quando vocês estiverem rezando, perdoem tudo o que tiverem contra alguém, para que o Pai de vocês que está no céu também perdoe os pecados de vocês” (Marcos 11, 25). Quando repito essas passagens, costumo ouvir que isso é porque ninguém nunca me fez mal. Evito falar sobre as coisas negativas ou escrever, mas preciso contar algo: Até mesmo aqueles que se dizem representante de Jesus na Terra, já me magoaram muito. O que eu peço é que eu tenha a possibilidade de pagar com o bem. Hoje ocorreu uma delas, só para vocês verem que eu também passo por essas dificuldades. Quando eu me mudei para Samambaia a CEB recusou o meu pedido de ligação de energia por 3 vezes, diziam que faltava infraestrutura. Foram dois anos sem energia. O primeiro a fazer a caridade, de nos ajudar foi o Posto de gasolina em frente. Era um risco estender o fio passando pelo asfalto. Como a solução se arrastava, tive a péssima ideia de pedir ao padre da igreja vizinha, pois só há entre nós um lote vazio. Foi um custo conseguir falar com ele. Tive que marcar para falar com o santo. Quando pode atender-me expliquei “tim tim, por tim tim” quem eu era e o que pretendia. Lamentavelmente ele se recusou. Não era o vigário. Quando me desculpei, ele com o dedo em riste, em tom tão alterado que assustou-me: “Se a Senhora frequentasse a igreja, saberia muito bem que eu não sou o vigário! ” Foi bem estranho pois eu disse que morava em Taguatinga Sul e estaria me mudando para cá porque a associação sozinha sempre é vítima de ladrões e vândalos. No P Sul foram 7 invasões. Naquele momento tive vontade de dizer a ele que o meu Deus era diferente do dele. Provavelmente só pioraria as coisas. Sai de mansinho com a intenção de jamais voltar ali. Mesmo assim, me esquivando com muito medo do padre, procurei os vicentinos e frequentei algumas reuniões, mas senti-me também excluída, eles prometiam passar na minha casa para ir com eles as visitas e nunca apareceram. Até que não os encontrei mais... O pior de tudo é que isso nunca saiu da minha cabeça pois a igreja é vista por mim, todos os dias, todas as horas. Quando vendi uma escola, os empregados me perguntaram onde me encontrariam, além de minha casa, eu disse a eles que seria na paróquia mais próxima. E foi o que aconteceu, por 10 anos, na paróquia São Vicente de Paulo em Taguatinga Sul, quando o vigário era o Pe. Katê. Isso para dizer a vocês que o perdão se dá, por atos bons e ausência de atos ruins, de vingança, e hoje, tive a oportunidade de ceder à igreja, energia elétrica para a um evento em frente à Associação Jacominesp (criada pelo Pe. Katê), que mantenho com minha aposentadoria e é minha casa.Também, um certo dia, uma Senhora chega à minha porta e pergunta o que é a cabeça pendurada lá em cima. Inocentemente eu expliquei que era a cabeça de um boneco gigante do padre Katê, que fiz para a sua campanha eleitoral e agora uso como espantalho. Também tinha um círculo parecendo os de poder mágico de enfeitiçar, ela disse. Respondi que é para hipnotizar os pombos, pois a reportagem na qual eu me inspirei no endereço: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-40723787 tem o titulo: "Por que uma igreja no centro de São Paulo resolveu hipnotizar pombos?" Aí ela disse que era da igreja é que eles estavam conversando que parecia coisa de bruxaria. Fiquei boquiaberta! Também um garotinho, o Ruan, enquanto os outros entravam, ele ficava arredio. Quando eu o convidei para entrar ele me disse que a avó disse que eu ia dar veneno para eles. “Perdoar é permitir que a pessoa se aproxime” (Efésios 2, 13). Perdoar, diferente do que parece, é um procedimento dolorido, mas necessário. É como um ferimento. Mexer, limpar e passar o remédio é o que ajuda cicatrizar e parar de doer. Expor uma ferida da alma é desconfortável, mas ajuda na cura. O perdão genuíno nos torna melhores para nós mesmos, e para todos. É por estas e outras como ser chamada de “Maria das dores”, ser motivo de chacota nos transportes coletivos, falso testemunho e outros, que pode desencadear síndrome de pânico e outros problemas. O transtorno do pânico (TP), provoca crises de aflição inesperada e violenta, com intensa sensação de medo e mal-estar, com uma gama de sintomas físicos é tão apavorante que a gente deseja morrer pela sensação que se sente.

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