sexta-feira, 27 de abril de 2018

CASA CONTEINER – MINHA NOVA CASA VELHA

Desvencilhar das ideias conservadoras com inovações inusitadas, dribrar a burocracia, é bem mais difícil do se imagina mas, o que é dificil é gratificante. Quando se trata de reaproveitamente e evitar o desperdício, especialmente em construções, parece mais complicado ainda. Depois de muito solicitar um espaço público, para funcionamento de uma associação com finalidade principalmente de Educação Ambiental, desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional, sem conseguir, optamos por adquirir um lote, em licitação pública. Considerando as dificuldades financeiras, o tamanho do lote cujo espaço é pouco, para o que pretendíamos e a finalidade da instituição, a decisão foi um sobrado com conteiners. Como o lote destina-se a ocupação mixta, decidimos por três conteiners de doze por dois metros e meio. Dois no térreo: um para residência, já que seria importante a presença constante de alguém no espaço, com a pretenção de evitar depredações e o outro para oficinas. Tendo em vista que, a atividade envolve a guarda dos materiais reaproveitáveis (sucatas) um conteiner superior e o sótão para depósito dos materiais. Ao consultar a Administração Regional quanto o que seria necessário para obtermos o Alvará de Construção, tivemos uma resposta inusitada: por tratar-se de conteiner, estavam fora das orientações existentes. Meu filho ainda sugeriu adaptar de uma outra sem sucesso. Fizemos a consulta formal e, após quase dois anos, ainda aguardamos a resposta. Para que fossemos resguardados consultamos, via e-mail o Conselho Regional de Engenharia e a Agência de Fiscalização do Distrito Federal-AGEFIS, ambas sem resposta. A AGEFIS esteve no local e apenas questionou quanto a escritura do lote. Ao consultarmos sobre a possibilidade de instalação de uma Tenda, em frente ao lote, para um Bazar de troca e realização de oficinas, obtivemos a informação de que o Plano Diretor está em andamento e deverímos aguardar as normas para ocupação de áres públicas. Resolvemos que iniciaríamos o empreendimento. Já que, em tese, os conteiners não exigem fundação, apenas uma base, para impermeabilização. Adquirimos os conteiners e iniciamos as adaptações necessárias. Infelizmente, o que passou a ser algo bom, o que resultou numa alteração bem mais adequada da ideia inicial, uma inesperada tempestade com fortes ventos, nunca ocorrida na região, derrubou e danificou o conteiner superior. Um daqueles trabalhadores criativos teve uma “boa ideia”. Ao invés do conteiner ser colocado sobre um dos conteiners inferiores, que tal os dois inferiores servirem como base, com o superior entre os dois. O resultado, excelente idéia que formou uma área interna coberta e útil e duas varandas laterais que seriam cobertas pelo telhado. A grande dificuldade para desamassar o conteiner, que além da queda inicial caiu, novamente, com a quebra do guincho que o colocava no lugar, resultou, mais uma vez, em exelente ideia, duas portas grandes nas laterais, onde mais se amassou, para acesso as varandas. Muitas pessoas, a maioria, demonstraram surpreza e desconfiança pela opção por centeiner, “- Vai ser um forno”, outros diziam: “- Vai funcionar como uma sauna!” e ainda: “Vai atrair raios!”. Por que conteiner? Quase todas as pessoas parecem ter resistência para mudar os padrões, para aceitar novos paradígmas. Parace que o medo do desconhecido domina. Ninguém quer se arriscar, testar, validar o novo, o diferente, o inusitado. A busca desenfreada pelo prazer e o comodismo parece dominar a maioria das criaturas humanas. Certamente, estou vivendo no tempo e local errados, pois gosto de experimentar novidades, criar, me envolver com novidades, enfrentar desafios. Acredito em algo que ouvi aos quinze anos: “O dificil, resolve logo, o impossível, demora um pouco.” Especialmente, para os medrosos e incrédulos é que estou comunicando que nossa opção foi bem legal: eu, que já tive uma experiência bem difícil ao construir uma escola, posso afirmar que temos boas justificativas para comunicar que os bons motivos supera as dificuldades. Primeiro, é a construção mais rápida que conheço, em poucos dias pode-se ter uma construção pronta. Por outro lado o custo, comparando com outros tipos convencionai de construção é bem mais baixo, acredito que é de trinta a quarenta por cento. Lembro-me o enorme custo da fundação quanto da construção de uma escola, minha reação foi dizer ao Mestre de Obras que estava enterrando a metade do dinheiro. Imagine trinta buracos, com um diâmetro de sessenta centímetros e sete metros de profundidade para ser enchido com concreto! Outro ponto que considero importante é que podemos adquirir novos conteiners que poderão, tranquilamente, serem acrescidos aos demais. Também, pode-se, sem danos, mudar a casa de lugar, no lote, ou transportá-la para outro local. A conclusão é obvia, a inovação, especialmente com sustentabilidade, só traz benefícios para o desenvolvimento sócio-econômico. No nosso caso consideramos como a maior vantagem, a sustentabilidade, que justifica a qualquer desvantagem. Para a construção economizamos grande quantidade de água cuja previsão, para construções convencionais de alvenaria, é que gastam, cinquenta por cento, da água potável consumida no mundo. Em cada metro cúbico de concreto, gasta-se até 200 litros de água e para construir paredes, até trinta litros por metro quadrado. Além disso, para a queima de tijolos feitos com argila, emite-se uma grande quantidade de Gás Carbônico, certamente, aumentando o efeito estufa. A comparação é enorme equiparando com o que gastamos. Como tenho o costume de dizer: “É bom demais da conta poder contar com as redes sociais!” onde fizemos as pesquisas, entre as quais, o que fazer para amenizar o calor. Com parcos recursos, somente parte de minha aposentadoria, pois tenho que sobreviver, resolvemos que faríamos portas e janelas de ambos os lados para uma ventilação cruzada. Na medida do possível e com vegetação adequada para o pouco espaço iríamos plantá-las em locais estratégicos para que suas sombras protegessem do sol e, consequentemente, amenizaria o calor. Temos a sorte de que o leste e o oeste, nascer e por do sol, ocorre na transversal do lote o que diminue a incidência direta. Estou morando no conteiner e a minha grande surpreza é que, durante a noite, dentro do conteiner, é mais frio que em outros lugares. O aço além de absorver o calor também resfria consideravelmente a noite. Eu, particularmente, prefiro dormir sentindo frio que calor. A título de experiência vou citar algumas dificuldades: 1. Jamais imaginei que um lote, próximo ao Centro Administrativo da região administrativa de Samambaia, no Distrito Federal, cidade, que conta com 254,4 mil habitantes, vale mencionar: próximo a Administração Regional (no Distrito Federal, equivalente à Prefeitura), ao FÓRUM, ou seja as instalações do Poder Judiciário, ao Cartório Eleitoral e outros órgãos administrativos, localizado em uma quadra, com uma pista em frente, e do outro lado um Posto de Gasolina, um lote ao lado e ligado a ele uma Igreja e aos fundos um lote vazio e logo depois uma quadra toda ocupada por moradores, ainda carecesse de instalações elétricas. Foi uma verdadeira batalha conseguir a instalação que somente foi efetivada quando já tínhamos efetuado vinte e quatro prestações do lote ou dois anos sem energia. 2. Pela experiência, já imaginavamos a dificuldade quanto a conseguir profissionais habilitados e caprichosos, vale mencionar: 1. As bases dos conteiner ficaram disformes, sem um acabamento adequado. 2. A pintura precisou ser retocada, em algumas partes como em locais das grades e principalmente encima da grade frontal e portões, nenhuma tinta era visualizada encima do zarcão. 3. O contratado para fazer o muro desistiu (foi assaltado em frente ao lote, levaram a caminhonete dele) e, sem encontrar fornecedor similar, o término ficou completamente diferente do que tinha sido iniciado. 4. Os pisos racharam completamente Logo após a execução. 5. As calçados arrebentaram. 6. As tampas dos esgotos precisaram reforço para se manterem nos locais. 7. A pintura do piso começou a soltar em inúmeros locais. 8. A água, somente no dia da ligação vazou sete mil litros e inundou tudo e, ainda encontra-se com problemas: quando as boias (que já foram trocadas) fecha a entrada de água, as caixas continuam a encher (pela saída?) e a água extravaza, necessitando de todas as vezes, fechar o hidrômetro. Também nos dias de contenção de água, se a entrada estiver aberta, a água retorna toda para a rede externa (mesmo com a instalação de válvula de contenção). 9. O dito predreiro antes da instalação da água, confeccionou as calçadas e demais serviços em frente ao lote, que foram todos destruidos quando da instalação de água e esgoto levando a prejuizos sendo necessário refazer todo o serviço. Além disso, a caixa de esgoto e as bases para instalações do hidrômetro foram feitas em locais indevidos e tiveram que ser derrubadas e refeitas. 10. A calçada que teve que ser quebrada para abrir o portão de correr. Ainda há muito concerto a fazer e muita coisa para terminar.

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