sexta-feira, 24 de abril de 2020

BRASILIA E A PANDEMIA COVIDE

Brasília foi o lugar que escolhi o local onde mais aprendi e me ensinou a ser o que sou, independente de um montão de responsabilidade. Sei que me ajudou a bagagem que eu já trazia: precocidade no trabalho e autodidata como costureira. Tive que enfrentar a vida ainda na adolescência. O que nunca aprendi foi paixão por uma única pessoa. O tempo era escasso para isso, mas eu amo a tudo e a todos. Caipira, arquitetava Brasília à distância e decidi vir para dentro dela. Gostei numa imensa proporção e tive a confiança que era possível cumprir meu intento, trazer aqueles da minha família que eram ainda gente pequena. Até hoje, do que mais temto defendê-los é do fardo das minhas dificuldades, dos meus problemas, das minhas angústias, das minhas tristezas, das dores, Essas coisas já bastam o que cada um tem. O que sei é que sempre apareceu um anjo, um raio de esperança para, de alguma forma, mostrar-me a solução, uma luz nos momentos de escuridão para arredar nuvens escuras. Isso acontece muitas vezes de forma muito sim simples: uma palavra, um sorriso, um olhar, até mesmo a percepção de uma boa aura que me faça bem, ou, ver o problema por outra ótica, pelo menos olhar para dentro do meu coração sem especulação ou sobrenatural, mas vivencial. Uma das maiores cidades do Brasil, Brasília possui peculiaridades admiráveis, além do tema política, das resoluções governamentais, seu ambiente possui uma coordenação espacial admirável, um local esquematizado e disposto de forma jamais vista, que a fez ainda mais veloz e célere. Todos com pressa, corre-corre para sair de casa, afobação para chegar do trabalho. As pessoas queriam estar na frente da vida. Hoje a vida passa na frente, e para evitar um intruso perigoso, as pessoas se abrigam em suas residências. A cidade quase parada, vagarosa, esmorecida, inacreditavelmente quase vazia. Ninguém imaginava algo assim. Um dia jogando War, terminei sozinha em uma ilha. Naquela época fiz uma análise, como é viver em uma ilha? Conclui que tendo água potável e terra fértil pode ser viável. Afinal nunca me senti bem em ambiente com muita gente e a música me incomoda. Lembro-me quando criança, quando da inauguração do um cinema de meu pai e uma multidão compareceu. Eu e meu irmão ainda bebê, estávamos com minha mãe ao lado dele. Mamãe sentiu-se incomodada com duas crianças com sede. Papai disse a ela que, naquele momento, era impossível sair. Como ela sempre pensou que não existe Impossível pegou-me pela mão com meu irmão no colo e saiu de qualquer forma daquele ambiente. Nunca me senti tão bem quando me vi fora daquele tumulto. Hoje estou vivendo o momento que certamente é o mais difícil para toda a humanidade quando o inimigo invisível, um tal de Corona 19, pegou carona e se espalhou pelo mundo todo. Estão ameaçando a vida, principalmente, daqueles que já acumularam mais tempo de vida. Dessa forma, estamos vivendo a importância e necessidade de isolamento social. É estranho, mas o que mudei na minha rotina foi deixar de receber as pessoas, sobretudo as crianças. Estou executando atividades da mesma forma e, tranqüila e esperançosa, aguardo o retorno da denominada normalidade.

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