sábado, 26 de julho de 2025
26/07: Dia dos Avós
Quando criança eu só conheci a madrasta do meu pai e o pai da minha mãe. Eram pessoas surpreendentes com suas experiências e sabedoria, que tomou forma ao longo da vida. O conhecimento eram seus maiores tesouros.
Vovô, com anedotas e seus gracejos, a tristeza parecia estar sempre ausente, a alegria imensa e constante e o olhar comunicava isso.
Ah, a Mãe Santa, intensa, sempre ativa e trabalhadora, magra, quase esquálida, quando sacudia a sua saia longa e gritava algo, todos abaixavam a cabeça e a respeitavam. Era rígida quanto a educação dos netos, com sua abordagem mais tradicional e firme, mais exigente, priorizando a disciplina. Era uma forma de cuidado e preocupação, buscando transmitir valores e ensinamentos importantes. Orientava que devemos ser justos, bons e honestos. A grande importância era responsabilidade.
Era maravilhoso dormir ouvindo os causos e pilherias do grandão do meu avô. Quase sempre eram histórias de caçadas, pescarias, festas e almas doutro mundo.
Como esquecer a história do bobo, que se atrasou para uma festa e quando chegou, todo ensanguentado, com facão à mão, quase sem conseguir contar o que tinha acontecido, só repetia: - Matei um gagatão danado!...
Quando os colegas foram verificar o acontecido, depararam com uma onça morta, porém sem nenhum sinal de facadas. Como sangue ainda jorrava da boca da fera, verificaram que ela estava com um enorme corte dentro da boca. Deduziram então que o gatão, ao avançar no tolo, deparou com um facão em sua mão, que penetrou adentro de sua bocarra, levando-a à óbito.
E a história do trato que ele fez com uma grande amiga e comadre de que, quem morresse primeiro viria avisar como era do outro lado. Ele, que era considerado, “um cabra valente”, disse que quase sucumbiu, de medo quando ela morreu e veio cumprir o trato. Contou-nos que acordou, altas horas da madrugada, e percebeu uma linda luz azulada penetrar pelos buracos da “casa de pau a pique” que morava. Tinha certeza que era sua amiga. Com as pernas trêmulas e o coração aos pulos, “quase saindo pela boca” resolveu abrir a porta e a avistou há uns 20 m do barraco e logo gritou: - Vá embora, o trato já foi cumprido! Ela estendeu a mão como se tivesse segurando algo invisível e perguntou a ele: - Está vendo algo aqui? Ele disse que nada via e ela explicou que era um fio de cabelo e completou: - Saiba que a salvação é mais fina que isso. E felizmente desapareceu.
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