
sexta-feira, 20 de abril de 2018
Brasília
Tenho a honra de morar, na cidade mais linda do Brasil,
que vem crescendo com seu visual magestoso.
Arquitetura deslumbrante, espaçosa, endereços diferentes,
formam, um todo belo e harmonioso.
Natureza prodigiosa, verde em toda parte, flores que encantam,
por-de-sóis magníficos enchem todos de emoção.
Regiões Administrativas como os órgãos do corpo unidas
cidade asa, borboleta ou avião, é o formato do coração.
Sua cultura é das mais ricas e diversificadas do Brasil,
seu povo criativo é mesmo fenomenal e toca corações.
Gastronomia vinda de muitos locais diferentes,
lembra a muitos de onde vieram, e traz muitas emoções.
Aqui todos são bem vindos, qualquer gênero, etnia, crença ou condição,
quem pretende estudar e trabalhar.
Nesta cidade abençoada, sonhada por D. Bosco,
há oportunidade para todos que aqui vier morar.
Este povo lutador, corajoso e solidário que luta para a melhoria,
que busca o saber, que pesquisa e cria
Pode dar asas a imaginação
e acreditar que aqui, é possível encontrar, a sonhada melhoria.
Maria Rosa de Siqueira

quarta-feira, 18 de abril de 2018
Levi
AMADO LEVI - MEU PATINHO AMARELINHO
Sempre me emocionei diante da ternura de uma criança. Todos os pequenos são cheios de meiguice, pureza, encantamento e doçura. No entanto, convivi com um que bateu todos os recordes! Um doce de menininho, uma enorme inteligência inter-pessoal, uma capacidade de comunicação, um jeitinho especial de cativar a todos. Enquanto há crianças rejeitadas, muita gente até brigava por ele. Um exemplo são as avós: tem a mãe de sua mãe, tem a sogra de sua tia, avó paterna e aos três anos apareceu também eu. Parecia um sonho, lindo, pequeno, com três anos tem peso e tamanho dos que tem um. Também pudera, nasceu com pouco mais de seiscentos gramas. Pesava onze quilos e seu nome tem tudo a ver com seu peso, é Levi.
Sabem quem foi o Levi da bíblia? Em Marcos 2 14, está escrito que Jesus ao passar viu Levi e o convidou a seguí-lo e ele o seguiu. Nosso Levi também, tão pequenino, certamente, também seguirá aos que o convidarem para o bem e no que o orientarem.
Sabe porque Levi a quem amo de paixão e meu painho amarelinho? Porque é loirinho e possuia os dedinhos grudados como os dos patinhos, além disso acho os patinhos os mais lindos bebês das aves, dentre os que conheço.
Levi sai com cada uma! Certo dia perguntou-me o que era uma prisão. Expliquei a ele que existem pessoas ruins que batem, machucam e tomam as coisas dos outros. Quando isso acontece os policiais os levam para uma casa chamada prisão e os deixam presos, fechados em um quarto. Ele pareceu entender tudo que lhe expliquei e começou a cantar: Pai Francisco entrou na roda tocando seu violão, darão dão dão.. Como ele vem todo recrebando parece um boneco desengonçado... vem de lá seu delegado e Pai Francisco foi pra prisão e desabou em gargalhadas... O que foi Levi? Pai Francisco foi pra prisão, repetia... vejam bem a capacidade que ele, com três anos, já possuía de fazer uma ligação entre o que vivia e a música. Meu filho Gabriel é chamado de pai pelo Levi e nutre por ele um imenso carinho... digamos que é um apaixonado pelo Levi. O pai do Gabriel por sua vez é o Francisco e foi este o raciocínio de nosso garoto prodígio.
Levi gosta muito de cantar e até inventa,cria músicas. É sabido que a música, alegra, encanta e fixa conhecimentos, uma música que ele gosta muito é “Brilha, Brilha Estrelinha” uma música que eu cantava sempre que via um céu estrelado ou até uma cidade iluminada vista de longe. Brilhar passou a ter um significado muito especial para ele. Certo dia, brincando de fotografar ele pediu: Brilha tia Natalia, brilha! Como Levi? E ele, com um sorriso maroto, forçando bem a boca em direção das orelhas, demonstrou: Assim oh!
Outra criatividade do pequeno Levi é misturar músicas mas com sentido, com a letra de uma completando a outra.
Levi se mudou para uma nova casa nos primeiros dias de vida de uma ninhada de gatinhos. Os gatinhos foram crescendo e foram doados, menos um deles que foi chamado de Pangaré, manso e meloso. Pangaré cresceu sendo cuidado pelo Levi que o carregava por todos os lados e brincava com ele o tempo todo. O gato cresceu rápido e ele dizia: - Meu filho você ta ficando pesado ta crescendo...
Quando pangaré cresceu começou a ficar agressivo com a mãe. A todo instante estava batendo nela. Levado ao veterinário ele aconselhou castrá-lo. Marcada a cirurgia era preciso explicar ao Levi: - Levi, o Pangaré vai fazer uma cirurgia. - De que? - Vai ser castrado. - Castrado que é isso? - Vai tirar os ovinhos? - Ovinhos? - É, as duas bolinhas que ficam embaixo do pintinho. - Vai doer? - Não, o médico aplica anestesia. - Porque? - Porque está batendo na mãe dele. Levi pensou um instante e exclamou: - Ainda bem que eu não bato na minha...
Assim que vi Levi pela primeira vez parecia já ter visto sua foto em algum livro. Procurei e encontrei a foto. Trata-se do filho de então Presidente dos Estados Unidos, Jonh Kennedy e de Jaqueline no dia em que Jonh pai foi assassinado São as três primeiras fotos
AGRADECENDO AO HOSPITAL SÃO FRANCISCO - CEILÂNDIA-DF
Saindo de uma internação hospitalar
Há trinta anos estando acostumada (a gente se acostuma, mas NÃO devia) com os percalços e o tratamento (infelizmente) desumano de alguns profissionais de hospitais públicos que, somente para comprovar, cito algumas frases ouvidas: - O feto (meu filho ainda no útero) está morto, provavelmente, a mais de um mês, mas como inexiste vaga, no momento, pode ficar, até dois meses, sem problema. Venha amanhã, as quatro da manhã, para fazer o cartão. Vale mencionar, que eu estava há quatro dias com um pequeno sangramento. Como conhecia uma pessoa maravilhosa, parente do Chefe, que solicitou e obteve solução imediata, tive medo, e optei por outro hospital. No Pronto Socorro para onde me dirigi fui recebida com a frase: O que você fez para matar seu filho?! E mais ainda: no dia seguinte um recém-chegado ao plantão pergunta: Por que esta menina tá internada? Eu, imediatamente respondi que meu nenê estava morto o ouvi: Só por isso? È necessário constar: chegou um médico anjo que me atendeu super-bem, até mesmo quanto implorei que evitasse cezariana, ai então, tempos depois, fiquei muito surpreza e satisfeita quando fui internada em um excelente hospital de elite (por um convênio) com um atendimente que parecia bom demais para meus merecimentos.
Hoje saio de uma internação, pelo mesmo motivo, com um bom tratamento. Quero deixar registrado meus sinceros agradecimentos a equipe do Hospital São Francisco e, especialmente as copeiras, que me socorreram com meu vício por café e as nutricionistas que providenciaram um prato de refeição mais colorido que os primeiros sem esquecer que houve, alguns pequenos atentados a minha carência, por intolerângia ao meu tagarelar constante. Peço ainda, desculpas ao Lucas e reitero os agradecimentos citando que sentirei saudades de todos.
domingo, 11 de março de 2018
ENGANANDO-SE DE FUSCA
Com vinte e seis ano, em 1977, eu lecionava à noite em um local distante cerca de trinta quilômetros de minha residência Como nunca dirigi vinha para casa todos os dias de carona com minha tia que estudava à noite e morava em uma chácara Ela ia buscar-me mais ou menos às vinte e três horas e trinta minutos Até chegarmos em casa já passava da meia noite.
Certo dia resolvemos passar no hospital para uma visita a uma irmã dela, minha tia, que se encontrava internada no Pronto Socorro. Entramos conversamos e uma hora da madrugada saímos.
Minha tia possuía um Fusca azul escuro que foi estacionado nas proximidades da entrada do hospital Cansadas e com sono estávamos ansiosas para chegarmos em casa e descansar. A chave ficou emperrada e quem disse que conseguimos abrir o Fusca! Percebendo nossa dificuldade várias “almas boas” vieram nos ajudar: veio um porteiro do hospital, um motorista de táxi, um policial e um senhor que procurava localizar seu carro. Todos tentavam ou davam uma sugestão do que fazer e nada do fusca abrir. A chave que com muito custo fora retirada passava de “mão-em-mão” e cada um desistia depois de muito tentar. Quando já estávamos procurando um número de um chaveiro “vinte e quatro horas” alguém gritou: consegui consegui!
Até que enfim. Entramos rapidamente no carro aliviadas agradecendo a todos quando exclamei: Tia onde estão as provas que apliquei hoje? Estavam aqui no banco! Minha tia que tentava ligar o carro soltou um grito: Este carro não é o meu!
Saímos correndo e todos que nos ajudaram espantados também se afastaram rapidamente enquanto procurávamos pelo nosso fusca que foi localizado umas três vagas depois. Minha tia o ligou o mais rápido que pôde e saímos “a toda” olhando para todos os lados para verificar se o dono do carro arrombado estava por perto.
Rindo muito fomos comentando as caras dos ajudantes e o que deviam estar pensando de nós. Imagine se o dono chega?! Quem iria acreditar que foi por falta de atenção? Poderíamos até ser presas O que o cansaço é capaz de provocar!
Em minha casa todos estavam preocupados com a demora e enquanto eu ainda contava o ocorrido minha tia bate na porta e pergunta: minha bolsa ficou com você? Sacudi a cabeça em negação e corremos para o carro para voltarmos ao hospital e pegar a bolsa que fora colocado no banco de trás do Fusca que arrombamos,
Minha tia usava uma calça branca e quando saiu do carro com a pressa de voltar ao perceber que estava sem a bolsa deu meia volta e caiu na enxurrada estava toda “enlameada”.
O Fusca quase fundiu o motor de tanto que fora forçado a correr ao máximo! Graças a Deus o outro Fusca, o ”clone” ainda estava no estacionamento. Enquanto eu atenta verificava se vinha alguém minha tia procurava a bolsa no carro alheio. Pegou a bolsa e saímos correndo as gargalhadas. Algumas das pessoas que haviam nos ajudado nos olhavam incrédulas e assustadas.
Bem na noite seguinte ao contar o ocorrido em minha sala de aula foi impossível falar em outra coisa. As brincadeiras da turma duraram mais de uma semana e tive que usar o ocorrido para as atividades pedagógicas: fizeram redações, história em quadrinhos e até um livro construído coletivamente mudando o final, é claro. Fomos presas havia várias testemunhas contra nós, fizeram um júri simulado, prenderam cúmplices. Bem até o final do ano letivo o assunto sempre voltava à tona e acredito que todos nunca esqueceram e deve estar contando o ocorrido até hoje aos seus netos.
Obs.: Esta história é verdadeira e foi encaminhada para a Rede Globo antes do episódio parecido exibido na série Sob Nova Direção, protagonizada por Heloísa Périssé e Ingrid Guimarães.
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
QUANDO UM FILHO PARTE ANTES DE NÓS
Esta linda árvore ornamental, cultivada por sua beleza, é o popular Ficus que está sendo disseminado pela população em todo o Brasil a uma velocidade impressionante. Provavelmente, está presente em todos os município do Brasil. Sabe onde ela está? Bem ao lado do túmulo do meu filho Rafael.
Suas raízes vigorosas podem destruir o que houver pela frente. Ela é bela como era o meu filho Rafael e suas raízes são fortes como eu tive que ser quando ele se foi. Quero muito que a Educação Ambiental se espalhe por todos os municípios brasileiros como o Ficus.
As flores do Ficus são discretas e brancas, quase passam despercebidas, seus frutos pequenos e vermelhos são decorativos e atraem passarinhos. Muito branquinho de bochechas vermelhas era Rafael, no entanto, nos poucos dias que viveu, foi muito notado e o que ele atraiu foi uma multidão de pessoas maravilhosas que ao saber de sua situação congênita, compactuaram e se uniram na busca da melhor solução.
QUANDO UM FILHO PARTE ANTES DE NÓS
Em 03 de janeiro de 1983, quando levei meu filho, com quinze dias de nascido ao pediatra, pela primeira vez, percebi pelo olhar e o suspiro da médica a confirmação do que eu já suspeitava desde seu nascimento, ele não estava bem, algo estranho manifestava naquela criaturinha maravilhosa, tão desejada e amada, era meu segundo filho. O primeiro morrera antes de nascer A médica, uma senhora que já deveria ter seus oitenta anos, me deixou apavorada dizendo que algo estranho acontecia com o cérebro do Rafael. Mal sabia eu que aquele era um anjinho que Deus me enviara por um período de apenas 53 dias. Havia uma enorme pressão craniana, de dentro para fora, inclusive já permitindo ser notado uma leve deformação alongando sua testa. Além disso, ainda que sugasse bem, demonstrava que havia algo diferente com seus reflexos, como continuar dormindo acontecesse o que fosse, que provocasse grande barulho. Para mim meu filho Rafael ainda vive, embora sua existência pareça ter sido apenas um sonho lindo. Meu amor por ele, a lembrança de seus cabelos negros e lisos como os meus, que foram raspados para a cirurgia, seus olhos azuis, como os do meu pai e os do pai dele, que me fitaram na hora de sua morte, a me consolar a se despedir, jamais se apagará. Somos vencedores, sei que onde quer que esteja me vê assim me aguarda sei que antes de sua concepção, como contou-me o Gabriel, que veio quatro anos depois, ele também me escolheu para ser sua mãe, entre milhões de outras quando era, ainda, um ponto luminoso.
Sai do consultório e fui direto para a seção em que trabalhava ali havia pessoas maravilhosas, minhas amigas e amigos com os quais podia contar e sabia que ouvindo meu desespero me ajudariam. Minha querida Suely decidiu que buscaríamos os melhores especialistas da Capital Federal. Começou então a nossa peregrinação (eu, Rafael e Suely) pelos consultórios dos chamados papas da pediatria em Brasília. Fomos em um, em outro, procuramos o pediatra que o atendeu no momento do nascimento (até fui indelicada com ele, dizendo que era um absurdo não ter notado o problema de meu filho no momento do primeiro exame). Resolvi que custasse o que custasse iria buscar o melhor tratamento para o Rafael. Levamos o Rafael a vários médicos os melhores. Não diziam coisa com coisa, sérios, preocupados: é um problema congênito. Que problema Doutor?! O que é? O que causa? Que culpa eu tenho? queria eu saber. Suely me acompanhava com ar preocupado e tensa. Fomos ao Dr. Lisboa, o mais experiente, o melhor. Necessitava mais exames: RX, tomografia computadorizada, para confirmar. Fizemos tudo e veio a confirmação com a terrível resposta. Era hidrocefalia, congênita, cérebro seriamente comprometido. Conseqüências? Prognósticos terríveis, Imprevisíveis: cegueira, surdez, deficiência mental. Providência tratamento? Implante de válvula (paleativo). Riscos da cirurgia? Infecção (hospitalar), rejeição, não funcionamento. Cura? Não existe. Previsão de vida? No máximo 15, 16 anos. Cirurgias semestrais para troca de válvula. Muito sofrimento. Como é a doença? No caso dele, acúmulo de líquido no interior do cérebro provocado pelo entupimento do Aqueduto de Sylvius (local onde o liquido deveria passar normalmente para a coluna vertebral). O líquido aumentando, causava pressão do cérebro de dentro para fora, contra a ainda cartilagem óssea, diminuindo-o e provocando o crescimento disforme da cabeça. A válvula colocada no local onde estivesse a maior quantidade de líquido, seria levada até o intestino (onde o líquido seria depositado, absorvido e eliminado) sob a pele, por um aparelhinho. A cirurgia constava apenas de um pequeno corte na cabeça e outro na barriga. Lágrimas me assaltavam dos olhos enquanto ouvia os relatos. E se eu sair do Brasil?! Seria a mesma cirurgia. Aliás, o médico especialista para o qual me encaminhou o Dr. Lisboa, Dr Márcio Horta, chegara recentemente do Japão onde participou de um curso. Trouxera algumas válvulas japonesas (especialistas em aprimoramento de inventos) e uma delas seria implantada no cérebro do Rafael. Quando começou a ouvir minhas dezenas de dúvidas, de perguntas, suspirou fundo e perguntou: - É o primeiro filho? - É o segundo, o primeiro voltou para Deus. O médico fez um “muxoxo” e me disse que Deus me daria forças Enquanto eu me debulhava em lágrimas aproximou-se uma mãe com um a linda criança, de dois anos e meio e me disse: “Nós fomos escolhidas por Deus, por isto Ele lhe dará forças como tem me dado, veja meu anjinho, tem dois anos e meio, não fala, não anda, não tem nenhuma autonomia, é cego, paralítico e surdo.” Olhei para ele, sentadinho, parado, lindos olhos azuis fitos como no além, sem olhar para lugar algum, maravilhoso, aparentemente ao olhar para ele, nada se podia perceber. Era uma linda criança. Chorei mais ainda meu coração estava em pedaços. meu Deus! pensei, meu filho nasceu para sofrer! Ainda bem que estarei com ele para o que der e vier deixarei tudo para estar com ele. O que será dele daqui a algum tempo? Até quando estará conosco? Por quantas cirurgias passará? Até quando lutará para sobreviver? Naquele momento pareceu que o teto do hospital desceu, o mcorredor se afunilou, as paredes se achegaram a mim e o chão subiu. Senti um aperto enorme no coração. Naquela noite adormeci chorando, sonhei com um cosido de cabeça de macacos acordando sobressaltada. Estas e centenas de outras noites seguintes, seriam longas, pesadas, compridas. Olhava o Rafael, aquele bebezão, gordo, forte. O que vai ser? Não parece gente que vai crescer com muitas dificuldades, que vai morrer antes da adolescência não pode ser possível que vá entregar os pontos. Olhava para ele e parecia ouvir:” - Mamãe, eu tenho a força! Comigo vai ser diferente.” Mãe nenhuma quer, aceita ou concebe, que seu filho vai morrer.
Rafael parecia um anjo irradiando candura, era esplêndido, lindo, era a personificação do amor grande, forte, com 3.850g e 54cm ao nascer por isso escolhi o nome. Talvez por isso tenha voltado para o lugar dos anjos. Tinha apetite normal, sono e desenvolvimento mais que normal peso além da média, coradinho, não demonstrava sentir dores mas era diferente nascera diferente. O médico que o examinou ao nascer não percebeu, mas eu percebi e fui até mesmo avisada em sonho. Ao chegar em casa, após a cesariana, recostei na cama e adormeci. Tive um pesadelo terrível que acordei gritando: - Onde está o bebê (não havia ainda decidido pelo nome), gritava, eu bati com a cabeça dele no portal e cortou ao lado de sua cabeça onde ele está? O pai todo coruja, estava com ele nos braços e me acalmou: - Foi um sonho, está tudo bem. Foi um sonho impressionante e inesquecível, um aviso pude saber alguns dias depois.
Não era o único, com a doença, às quartas-feiras, o Dr. Márcio Horta passava o dia todo no Centro Cirúrgico operando crianças com Hidrocefalia, vindas de todo o Brasil. Nunca pensei que eram tantas. Pelo Rafael, andei, pesquisei, sofri, chorei, acreditei, desacreditei, rezei, amei, andei feito uma louca em busca de informações e de alternativas, lutei com toda minha garra pelo meu rebento em perigo, tive medo, muito medo. Todos me diziam que a única alternativa era a implantação da válvula. Decidimos pela cirurgia que fora imediatamente marcada. Meu pensamento se fixava para o dia da cirurgia. Toda noite orava com fervor pedindo a Deus forças e que acontecesse o que fosse melhor, meu filho seria diferente superaria tudo tudo é questão de fé e tempo. Ao acariciá-lo, sentir seu coraçãozinho pulsar normalmente, tinha muita esperança.
Dois dias antes da cirurgia, uma Segunda feira ele foi internado para os últimos exames, a observação direta e o terrível jejum de 12 horas. Meus seios que produziam leite em abundância, doíam de cheios e ele chorava de fome. Foram horas muito difíceis tive que comparecer ao Banco de Leite para doação pois não me agüentava de tanto leite. Ao chegar ao berçário, vi tantos bebezinhos, tão pequeninos nas incubadoras que o Rafael parecia um gigante perto deles. Tive plena certeza que estava a praticar uma boa ação. As enfermeiras ficaram muito felizes e admiradas dizendo nunca terem tirado tanto leite de uma só vez, de uma única mãe. No dia seguinte, ao entregar meu filho, gordo, corado, cabecinha raspada, já sedado, na entrada do centro cirúrgico parecia entregar um pedaço de mim. As horas de espera pareceram uma eternidade. Foram as horas de maior angústia que já vivi. Finalmente, me entregaram o Rafael ainda meio sonolento, com dois pequenos curativos: um na barriga e outro do lado da cabeça. Por sob a pele podia-se notar a válvula, uma fina mangueirinha, a descer pelo pescoço, passar pelo peitinho indo até a barriga. O médico olhou-me sorridente e disse: - Tudo bem mãezinha. Eu o recebi com carinho e pude sorrir.
Continuamos no hospital por mais oito dias, fora os casos terríveis que presenciei entre os quais um bebê de quatro meses que fora espancado pelo próprio pai e teve que se submeter a uma cirurgia craniana e uma menininha, vinda do interior de Mato Grosso, que caíra de uma mesa e também se submetera a cirurgia craniana ficando cega. Tudo corria bem, a recuperação foi excelente, acho que o soro que ele tomou fez com que ficasse ainda mais robusto e com excelente aparência. Recebeu alta e voltamos para casa de manhã. Naquele mesmo dia à tarde ele começou a piorar. Era a véspera de sua partida, pressenti isto. Começou a vomitar e voltamos às pressas para o hospital. Ele piorava minuto a minuto. Após o exame de sangue o terrível diagnóstico; ele havia contraído infecção (hospitalar), que passou a septicemia e não havia mais esperança. Fiquei ao lado dele até o momento em que tentaram ressuscitá-lo com massagens cardíacas e enfiaram tubos em sua boca e nariz. Não suportei mais e me encolhi em um canto do Pronto Socorro me debulhando em lágrimas. Rafael morreu trevas escuras condensavam dentro de mim queria gritar e não conseguia queria morrer com ele. Meu coração chorava lágrimas de sangue
Foi o enterro mais concorrido e lindo (se é que existe enterro lindo) mas a solidariedade de meus colegas de trabalho, de minha família, de meus parentes e amigos foi enorme. Um caixãozinho branquinho, ele todo coberto de flores brancas, parecia sorrir para todos. Todos estavam comovidos. Meu anjo voltou para Deus aos 53 dias de vida. Este foi o acontecimento mais difícil de suportar. Sempre tive necessidade de escrever isto. Já se passaram tantos anos. Tudo está ainda claro em minha mente e em meu coração. Se fosse escrever tudo daria um livro. Escrevo também para passar minha experiência a outras mães sofredoras e a outras exageradas superprotetoras. Meu filho era parte de mim, uma parte minha se foi falta um pedaço. Todo bebê branquinho, toda cabecinha negra, todo rechonchudinho, todos olhos azuis que vejo, vejo o meu anjo. Ele deixou uma lacuna, um vazio, um lugar que nada nem ninguém pode preencher. Por outro lado é uma experiência que me ajuda a suportar qualquer dificuldade, qualquer problema, nenhuma dor será maior, qualquer sofrimento será insignificante diante e em relação ao teste em que Deus com certeza aprovou-me. A dor foi também física, o coração doía mesmo, faltava o ar para respirar, uma dor partia do peito até a ponta dos dedos e ainda dói. Hoje sou outra, hoje posso distribuir meu amor de mãe a todas as crianças, pois o sofrimento o centuplicou. Amo desesperadamente o maravilhoso casal de filhos que Deus envio-me depois, são as minhas maiores riquezas, minhas jóias preciosas, me orgulho deles, posso amá-los, acariciá-los, a eles que estão comigo e que compartilhei sendo o veículo de Deus para dar-lhes a vida e continuo a dar-lhes amor e que achar que é o melhor. Ao Rafael eu não posso mais mas posso dizer: Rafael foi bom ter tido você, conhecido você, aprendido muito com sua presença. Talvez seja você o responsável por hoje poder multiplicar o amor de mãe com todos os pequenos do meu caminho. Rafael todo o meu amor, Mamãe.
sábado, 20 de janeiro de 2018
AULA DE MODELAGEM E COSTURA DE VESTIDO COM NÓ E DRAPEADO
Costurar é uma arte, um ato de amor assim como costurar sonhos e desatar os nossos próprios nós.
Aos sete anos de idade já comecei a confeccionar minhas bonecas e costurava suas roupas, mas foi a partir dos doze anos que estreei no mundo das costuras executando uma calça para papai, desmanchando uma calça velha, para cortar a nova. Posteriormente, aprendi Modelagem pelo Método Centesimal o mais preciso que conheço.
Atualmente, o molde pronto do centesimal, Moldecópia, facilita muito, pois é fácil de adaptar a qualquer modelo.
Um dos modelos muito bonitos que agradam muita gente mas intrigam como elaborar a modelagem são confecções, em especial vestidos e blusas com nó e drapeados. Para esse modelo é necessário que o tecido tenha elasticidade como as malhas e congêneres.
Para a blusa com nó e drapeado, a partir do molde normal, adapte o modelo básico da blusa ao modelo escolhido. A seguir, aumente o espaço necessário para o nó que será considerado o centro. Risque raios em direção a este centro. Recorte estes raios e os abra pelo menos três cm para formar o drapeado. Cole-os em um papel, abertos, objetivando elaborar o molde final.
Para uma melhor harmonia e caimento da peça, corte duas partes na mesma direção e com os mesmos desenhos. No entanto, a moda atual, possibilita roupas executadas com tecidos em cores e tons diferentes e até estampado com liso. Eu que sou adepta do reaproveitamento gosto muito.
No caso do modelo em questão fica muito bom forrado com tecido que possua a mesma elasticidade. Se for o caso prepare as alças, alinhave-as no local, sobreponha o forro e costure cavas e decote. Junte os moldes transpassando-os para formar o nó. Costure-os até bem próximo do nó ou deixe a abertura que desejar. Alinhave as alças na parte das costas sobreponha o forro e costure a parte superior. Costure as laterais embutindo a parte da frente na parte das costas.
Se for um vestido costure a saia, encaixe o zíper. Finalize com a barra.
domingo, 17 de dezembro de 2017
Natal
Depois de muito pedir e procurar decidi que por conta própria iria conseguir um espaço para instalação da associação JACOMINESP . Em dezembro de 2015, o projeto começa a ganhar vida com o Lote 03 do Conjunto 02 da QS 305 em Samambaia Sul adquirido em licitaçãoi pública. Como o principal trabalho da Associação é Arte-educação com reaproveitáveis começamos a instalar conteiners. Por se tratar de algo diferente o local começou a chamar a atenção principalmente de crianças que foram se aproximando, fazendo perguntas e pedindo para conhecer o espaço.
Embora ainda falte instalar energia elétrica os pequenos foram se adentrando e sem muito planejar as atividades foram sendo iniciadas.
Para a comunidade de Samambaia, especialmente para os que já me conhecem, para meus familiares, colegas e para todos que de qualquer forma passaram e estão passando pela minha vida desejo um Natal e Ano-Novo com tudo que há de melhor.
FAZER RENASCER O NATAL
O Natal nos traz sensações que faz nosso coração bater mais forte, traz mensagens de alegria, comunhão, harmonia, luz, amor e paz. Que o Natal aumente nossa fé em Jesus Menino que veio morar em nosso meio; multiplique nosso amor a Deus, ao outro e a nos mesmos; desperte em nós o sentimento de partilha, de solidariedade, nas palavras e gestos ao irmão; traga-nos esperança de paz, dignidade e justiça; faça-nos comunidade mais fraterna, que evangelizemos mais, sejamos mais missionários.
No Natal ficamos mais carentes. Ao invés de nos darmos, damos presentes; muitas vezes, sem acolhida, recebemos; quem sabe, negando o perdão, brindamos; longe de ser afeto, abraçamos; damos a objetos valor que nem sempre reconhecemos nas pessoas.
Nascemos inclinados à simplicidade da manjedoura. Nosso agir transcorre do fato de sermos educados para buscarmos os salões de Herodes.
Mudemos nós o Natal. Ao invés de somente Papai Noel, que rouba a cena, viva o Menino Jesus! Reflitamos comparando a importância da presença aos presentes: para a família, os sofredores, enfermos, soropositivos, presos, desabrigados, às famílias das vítimas de crimes, às crianças de rua, aos (d)eficientes físicos e mentais, aos excluídos...
Transformemos a ceia em cesta para quem padece de fome e multipliquemos o abraço de solidariedade a quem clama por justiça.
Instalemos o presépio no próprio coração e deixemos germinar aquele que se fez pão e vinho para que todos tenham vida com fartura e alegria.
Deixemos em segundo plano a árvore morta coberta de bolas e brilhos e plantemos no fundo, no abismo do egoísmo, na lama do pecado, uma oração, uma ação, que sacie nossa fome de transcendência.
Deixemo-nos, como Maria, engravidar pelo Espírito de Deus. Então, algo de misteriosamente novo haverá de nascer em nossas vidas.













sábado, 20 de maio de 2017
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