sábado, 17 de novembro de 2018

SOCORRO COM SORRISO

Madre Ilda era de descendência italiana por parte de mãe mas seu pai era do Ceará de onde saem os maiores humoristas brasileiros. Assim herdou do pai o dom de fazer humor com tudo. Mesmo tendo abraçado a vida religiosa e se tornado superiora de um convento nunca abandonou seu grande dom até mesmo porque entender que sorrir era um grande remédio, sem custo, sem contra indicação e eficaz para todos os males do corpo e da alma, Embora as madres sejam conhecidas pela sisudez e seriedade para imporem respeito Ilda era diferente, seu objetivo maior era espalhar o sorriso para construir um mundo mais feliz . Foi para este convento que Socorro paraense com dezesseis irmãos fora encaminhada quando manifestou seu desejo de seguir a vocação religiosa e foi com Madre Ilda que Socorro se identificou porque socorria a todos com sorriso. A vida da noviça Socorro foi interessante e alegre no período em que teve Ilda como Madre. Ela inventava de tudo para que a alegria estivesse presente vinte e quatro horas na Igreja, na Escola, no hospital, no dormitório, no horário das refeições e estava sempre procurando fazer com que todos pudessem ter motivo para rir. Vale aqui contar uma surpresa que Ilda resolveu fazer para Socorro no dia de seu aniversário. Ninguém estranhou quando no horário em que todas levantavam e em grupo iniciaram a oração da manhã: “Agradeçamos a Deus esta noite de descanso agradeçamos a saúde a cama gostosa o dormitório aconchegante e o silêncio das colegas. Vamos rezar uma Ave Maria um Pai Nosso o Credo a oração ao Anjo da Guarda e por último a Salve Rainha”. A perna é minha! Gritou a Madre Ilda agarrada a perna de Socorro escondida debaixo da cama de Socorro que “levou” o maior susto de sua vida: sorria, corria, gritava e pedia ajuda a todos os santos e santas de Deus, subia nos trilhiches, na janela, arrancou a cortina tentando subir. Estava tão desesperada que todas tentavam acalmá-la e ela nem se dava conta. Gritou por socorro dezenas de vezes e precisou ser segurada pelas colegas para que se acalmasse e parasse de correr. Sentada na cama soltava gargalhadas sem se conter. Respirou fundo e disse: Sinto dor na perna. Ao levantar o hábito sua perna estava inchada quente e avermelhada. Conseqüência: estava quebrada. Foi aí que Ilda entrou em desespero e começou a pedir perdão. Socorro nem se abalou ficou com a perna engessada por trinta dias sem perder a alegria. Ninguém agüentava olhar para ela sem sorrir. Ilda vivia aprontando das suas As noviças recebiam muitas vezes de seus familiares alimentos próprios de suas regiões e Ilda as escondidas, os comia. Um dia Socorro recebeu um gostoso doce de buriti e depois de dividir com todas guardou sua parte na geladeira e escreveu no Rótulo do vidro: Cuspi aqui! Sua intenção era evitar que a gulosa Ilda o comece. Sabe o que aconteceu? No dia seguinte quando Socorro foi comer seu doce estava escrito: Eu também! Socorro ficou sete anos no convento. Trabalhava no hospital e junto as Ilda promoveu o projeto “Nascer sorrindo” convencendo a todos: médicos enfermeiras e pacientes de que é muito melhor que o bebê sorria do que chore ao nascer. Até mesmo aos pacientes terminais Ilda e sua discípula Socorro eram capazes de levar a alegria de viver sempre sorrindo. O lema das duas era: “Nascer viver e morrer sorrindo” Na preparação para os “Votos perpétuos” de pobreza, obediência e castidade, Socorro fez uma profunda reflexão e decidiu que viver fora do convento aplicando o que ali aprendeu tinha mais sentido do que continuar lá dentro. Vivendo no meio das pessoas vivenciando o que vivenciavam era mais plausível até mesmo porque ela e Ilda encontravam muitas dificuldades de convencer as outras pessoas especialmente os dirigentes religiosos: “os pais e mães espirituais” da importancia do sorriso. Afinal entendiam que a Igreja católica estava muito arraigada a tradicionalismos estava “meio” parada no “tempo e no espaço” e era necessário se abrir mais, acompanhar a evolução dos tempos e mesmo no meio de choros e gemidos deste “vale de lágrimas” saber e fazer sorrir. Socorro casou-se teve uma filha maravilhosa e resolveu ser educadora pois assim poderia viver sorrindo e receber sempre o sorriso puro da infância e ao invés de cuidar dos doentes, orientar para que a doença seja evitada. Decidiu trabalhar com a primeira fase escolar com pequenos que ainda bebês vão para a escola. Certo dia a Diretora da escola que trabalhava recebeu uma ligação de uma mãe que soluçava ao telefone. Preocupada a diretora pergunta se houve alguma coisa com a criança a mãe responde: “Estou chorando de emoção nunca ensinei meu filho a rezar e a professora ensinou coloquei seu lanche ele juntou as mãosinhas e rezou: “Obigado Papai do Céu pelo lancinho que mamãe peparo com carinho!” Obrigada! obrigada! Seus pequenos estudantes aprendem a agradecer a Deus por tudo estão sempre alegres e se apegam a ela com uma intensidade tão grande que causa até ciúmes aos familiares. Problemas? Enfrentou e enfrenta muitos mas ninguém percebe pois é capaz de sorrir em todos os momentos até mesmo no meio de lágrimas socorre a todos e a si mesma com sorrisos.

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