segunda-feira, 28 de abril de 2025
28/04: Dia da Educação
EDUCAÇÃO, EDUCAR...
A educação é fundamental como direito e essencial para o desenvolvimento. Partindo desta constatação tudo advirá: a justiça, a paz, o amor, o crescimento dos seres humanos e nações.
Para expandir-se, tal constatação é essencial ter quem a faça, quem viva a educação como missão! Frente aos desafios que enfrentam os educadores são os protagonistas que com seu trabalho cotidiano, buscam constantemente acrescentar melhorias ao que já faz na busca da realização do sonho da escola ideal!
Independente de se conviver com dificuldades, de se vivenciar degradação e deficiência de valores e bons princípios, as pessoas demonstram sede de saber. Nota-se, por exemplo, que os adolescentes em conflito com a lei que cumprem medidas socioeducativas na Unidade de Internação de Saída Sistemática – UNISS do Distrito Federal onde as ações possuem caráter predominantemente educativo ao invés de punitivo, a alegria demonstrada pelos que dali se ausenta para estudarem fora da Unidade.
É a união de todos, famílias, instituições, governantes e governados na busca da melhoria contínua por todos os meios, utilizando-se do modo mais eficaz possível os instrumentos que a tecnologia oferece para realizar suas atividades, que faz a diferença, educando para a construção do bem comum, pois assim como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os muitos membros do corpo, constituem um só corpo, assim também é a vida em comunidade. Os governantes, as instituições e as pessoas precisam estar conscientizados de que educar é responsabilidade também de todos, pois todas as atividades estão conectadas.
Mesmo que alguns digam e sintam fora do processo, nem por isso deixara de ter sua função e ser também responsável, pois independe da vontade pertencer ao todo. É por isso que cada um é único e diferente, cada indivíduo tem sua função. Como pode, por exemplo, uma mão dispensar a ajuda do olho? Fará muita falta... A participação de todos e cada um é necessária por mais frágil que possa parecer, quer estejam às vistas ou escondidos, quer sejam grandes ou pequenos a importância é inegável. Os que parecem ser menos honrosos são necessários e de suma importância, e o sofrimento do menor dos membros afeta o corpo todo.
Cada ser humano com a(s) sua(s) inteligência(a) que sobressai(em) quer seja lógico-matemática, interpessoal, naturalista, linguística, musical, espacial, intrapessoal, corporal-cinestésica, existencial são capazes de participar do processo educativo com atos, palavras ou exemplos.
Todas as crianças e jovens possuem potenciais que poderão ser ativados ou ignorados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores, os representantes políticos e toda a comunidade.
FALANDO DE EDUCAÇÃO
Refletindo sobre o que já fiz nesta vida cheguei à conclusão que faltava algo. Palavras de Jesus ficaram ecoando em meu cérebro - Mateus 25:35-36 e 45- 35Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; 36necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram'.
45Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Por acaso o Coordenador da Pastoral Carcerária estava bem próximo. (As pastorais são atividades organizadas pela Igreja para cumprir sua missão de evangelização e cuidado com as pessoas). Resolvi participar.
Muito do que eu ouvi de menores apreendidos era estarrecedor e me deixava perplexa. “Na maioria dos casos, foi um rompante que os levou a atravessar o limite da lei para comprometer sua liberdade: 72,3% dos jovens internados ouvidos declararam praticar o ato sem planejar. Destes, 52,4% disseram que agiram por impulso. E em 50,5% dos casos, eles afirmam ter utilizado drogas ou álcool antes de cometer o ato infracional”. https://oglobo.globo.com/rio/noventa-por-cento-dos-jovens-internados-em-unidades-socioeducativas-do-rj-tem-mais-de-uma-passagem-pelo-sistema-24053107
Embora tudo o que a gente falasse com eles, tinham uma defesa ou um questionamento como: - Para que estudar? Quanta gente estuda e não consegue nada. Além disso nunca assume a culpa que é da mãe, da sociedade, do governo.
Mesmo assim eu insistia em falar da importância do aprender: chances de trabalho e melhoramento da qualidade de vida, desenvolvimento pessoal e social, maiores chances de conseguir empregos bem remunerados, maior estabilidade financeira e colabora para o desenvolvimento do pensamento crítico e resolução de problemas. Além disso, a educação permite o aumento da autoestima, melhor compreensão e possibilidade de se tornar agentes de mudança na sociedade. É uma Riqueza que ninguém pode nos tirar.
Certo dia, quando cheguei para a visita, um deles, saltou da parte de cima do beliche me mostrando o crachá e repetia: - Fui eu você viu? Saí na TV. Você fala tanto em estudar e eu passei no vestibular...
Fiquei emocionada e muito feliz. Um adolescente que estava ao lado me disse: - Estudar para que? Por acaso você estuda? Todo dia respondi, e acabei de fazer O "Curso Fé na Prevenção" para obter maior conhecimento sobre uso de drogas e outros comportamentos que possam colocar em risco a saúde e o bem-estar. Ele imediatamente de forma sarcástica me disse: - Para entender de droga ninguém precisa estudar... - Ah É? Respondi. – Você sabe que álcool: provoca cirrose hepática, distúrbios mentais e comportamentais; Maconha: gera problemas respiratórios, agrava quadro em transtornos psicóticos e contém substâncias cancerígena. Crack: impacta negativamente o sistema nervoso central e cardíaco. Cocaína: causa danos ao sistema cardiovascular. Assim, o dependente pode ficar paralítico e até mesmo, (Falei devagar e com muita ênfase) impotente. Ele se assustou, pareceu em estado de choque temporário, abriu a boca tampando-a com a mão, arregalou os olhos e nada respondeu.
quinta-feira, 24 de abril de 2025
24/04: Dia Nacional da Família na Escola
Segundo Antonio Neto (2001 a. p 36) “Quando falamos em mudança, logo pensamos em grandes e concretas transformações. Por esta razão, qualquer tipo de mudança real e verdadeira deve ser iniciada... de dentro para fora, da crença, dos pensamentos, dos valores”. A busca de uma nova escola é um dos maiores desafios do Terceiro Milênio.
Falta de tempo é a principal desculpa do afastamento entre família e escola que vem se acentuando. Tal isolamento é difícil de justificar, pois, ambas possuem as mesmas intenções e os mesmos objetivos com relação aos educandos. Há muitos problemas que necessitam serem resolvidos juntos e impraticáveis de serem resolvidos separados.
Em primeiro lugar é importante identificar conjuntamente os problemas para a busca das melhores soluções. Muitas vezes tanto escola quanto família esquecem que a vivência prática é a base da construção do conhecimento.
O aprendizado formal para ser bem-sucedido precisa de uma boa escola, de bons professores, mas principalmente do apoio da família para o aprender que é um processo que deve durar toda a vida.
O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas é construído em contato com o social, dentro da família, e no mundo e, fazer do aprendizado um prazer é tarefa não só dos professores, mas também de pais. Assim, no mundo problemático em que vivemos criar os filhos, educá-los, prepará-los para agir com responsabilidade e segurança é uma tarefa prazerosa e gratificante, mas exigente e desafiadora.
Há pais que impacientes acabam executando as tarefas escolares dos filhos ao invés de orientá-los por desconhecimento ou por falta de tempo. As maiorias dos trabalhos extraclasse são cópias da internet o que faz com que os professores desconfiem até mesmo da capacidade daqueles que não os copiou.
É papel da escola conscientizar a família de que há diversas formas de linguagem, que a formação para a cidadania é muito importante, que o aprendizado deve ser permanente, que os comportamentos como, por exemplo, o aluno que fala demais na sala pode estar manifestando sua inteligência linguística, que é importante para os pais dominarem as novas tecnologias para acompanharem seus filhos.
O relacionamento entre a família e a escola tem sido, de ambos os lados, uma relação de desconfiança, cobranças e acusações. Muitas vezes as famílias demonstram apatia e até mesmo revolta. As escolas colocam sobre a responsabilidade das famílias todos os problemas apresentados pelos educandos seja de educação, indisciplina, relacionamento ou aprendizagem. As famílias esperam das escolas que preparem seus filhos para o vestibular, para o exercício de uma profissão e até mesmo tarefas que ultrapassam o seu papel principal.
Conclui-se que família e escola marcam a existência e são pontos de apoio e sustentação ao ser humano. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação do ser humano. A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente pois a vida familiar e a escolar acontecem ao mesmo tempo e se complementam.
A família deve continuar valorizando e confiando na escola do mesmo modo que a escola deve respeitar as orientações, os valores e o modo de ser e agir da família. O que se propõe e que ambas, lado a lado, busquem o melhor caminho em benefício do educando.
“A missão da ESCOLA é oferecer educação integral, de alta qualidade, contribuindo para a formação de pessoas éticas, críticas, autônomas, solidárias e responsáveis, capazes de uma melhor integração em todos os domínios, melhorando a realidade social, para que a sociedade se torne mais justa, democrática e feliz. Utilizar-se-á de técnicas e formas criativas e facilitadoras do processo ensino-aprendizagem, aplicando-se práticas baseadas em pesquisas atuais sobre o aprendizado (o funcionamento do cérebro humano) e, onde todos se empenham, dando prioridade absoluta, no atendimento às necessidades, interesses e expectativa dos educandos, de suas famílias e da comunidade que está inserida”. (Proposta Pedagógica, Escola NOVO CAMINHAR, 2001, p. 4 e 5)
A escola que reconhece a importância e necessidade de se trabalhar “de braços dados” com a família e abre suas portas para toda a comunidade, consegue melhorias para o bem comum, em relação às demais.
Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano; são marcos de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação do sujeito. A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares.
Fonte: Monografia: Parceria Família X Escola
Autor: Antonio Arcanjo de Morais Silva
Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Pedagogia, realizado durante o estágio e com embasamento na realidade da Escola NOVO CAMINHAR, Ceilândia-DF, Brasil
terça-feira, 22 de abril de 2025
22/04: Dia da Terra
CARTA ENCÍCLICA LAUDATO SI, DO PAPA FRANCISCO SOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM
São Francisco de Assis, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços.
Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que ela nos fornece. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. ...vislumbra-se sintomas de doença no solo, na água, no ar e nos seres vivos.
Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos. O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, a humanidade possui a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum.
A mudança é algo desejável, mas torna-se preocupante quando se transforma em deterioração do mundo e da qualidade de vida de grande parte da humanidade.
Façamos uma descrição das questões que hoje nos causam inquietação com o objetivo de conscientizar e reconhecer a contribuição que cada um pode dar. Existem formas de poluição que afetam diariamente as pessoas. A exposição aos poluentes atmosféricos produz uma vasta gama de efeitos sobre a saúde e provocam milhões de mortes prematuras. Por exemplo, a inalação de elevadas quantidades de fumaça produzida pelos combustíveis utilizados para cozinhar, causada pelo transporte, pela indústria, por substâncias que acidificam o solo e a água, pelos fertilizantes, inseticidas, pesticidas, fungicidas, e agrotóxicos em geral. Na realidade a tecnologia, às vezes resolve um problema criando outros.
Também a poluição produzida pelos resíduos muitos não biodegradáveis: resíduos domésticos e comerciais, detritos de demolições, resíduos clínicos, eletrônicos e industriais, resíduos tóxicos e radioativos.
A terra, nossa casa, transforma-se cada vez mais num imenso depósito de lixo. Muitas vezes só se adotam medidas quando já se produziram efeitos irreversíveis na saúde das pessoas.
Tais problemas estão intimamente ligados à cultura do descarte, “do jogar fora” que afeta tanto os seres humanos excluídos como as coisas que se convertem rapidamente em lixo.
Ainda carecemos de adotar um modelo de produção que assegure recursos para todos e para as gerações futuras, moderando o consumo, maximizando a eficiência no seu aproveitamento, reutilizando e reciclando-os. A cultura do descarte acaba por danificar o planeta inteiro.
Há consenso científico consistente do aquecimento do sistema climático. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam. Estudos científicos indicam que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas é devida à alta concentração de gases com efeito de estufa (dióxido de carbono, metano, óxido de azoto, e outros) emitidos sobretudo por causa da atividade humana.
O aquecimento cria um ciclo vicioso que agrava a disponibilidade de recursos essenciais como a água potável, a energia e a produção agrícola e provocará a extinção de parte da biodiversidade do planeta com graves consequências para todos nós.
A falta de reações diante destes dramas é um sinal da perda do sentido de responsabilidade pelos nossos semelhantes. Muitos sintomas indicam que tais efeitos poderão ser cada vez piores. O hábito de desperdiçar e jogar fora atinge níveis que ultrapassaram certos limites máximos de exploração do planeta.
O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto; e não podemos enfrentar adequadamente a degradação ambiental, se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a deterioração humana e social. Sabemos que se desperdiça aproximadamente um terço dos alimentos produzidos, e «a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre». Há demasiados interesses particulares e, com muita facilidade, o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum e manipular a informação para não ver afetados os seus projetos. «Não obstante haver acordos internacionais que proíbem a guerra química, bacteriológica e biológica, subsiste o facto de continuarem nos laboratórios as pesquisas para o desenvolvimento de novas armas ofensivas, capazes de alterar os equilíbrios naturais» Basta, porém, olhar a realidade com sinceridade, para ver que há uma grande deterioração da nossa casa comum. Situações como estas provocam os gemidos da irmã terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo. A esperança convida-nos a reconhecer que sempre há uma saída, sempre podemos mudar de direção, sempre podemos fazer alguma coisa para resolver os problemas.
Se tivermos presente a complexidade da crise ecológica e as suas múltiplas causas, deveremos reconhecer que as soluções não podem vir duma única maneira de interpretar e transformar a realidade. É necessário recorrer também às diversas riquezas culturais dos povos, à arte e à poesia, à vida interior e à espiritualidade se quisermos, de verdade, construir uma ecologia que nos permita reparar tudo o que temos destruído, então nenhum ramo das ciências e nenhuma forma de sabedoria pode ser transcurada, nem sequer a sabedoria religiosa com a sua linguagem própria.
Precisamos aprender a ter uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza, somos dotados de inteligências, precisamos descobrir como respeitar as leis da natureza e os delicados equilíbrios entre os seres deste mundo. Ao mesmo tempo que podemos fazer uso responsável das coisas, somos chamados a reconhecer que os outros seres vivos têm um valor próprio. Cada criatura possui a sua bondade e perfeição próprias. Se reconhecermos o valor e a fragilidade da natureza e, ao mesmo tempo, as nossas capacidades, isto permite-nos acabar com o mito moderno do progresso material ilimitado. Quando se propõe uma visão da natureza unicamente como objeto de lucro e interesse, isso comporta graves consequências também para a sociedade. O meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos. Ao conscientizar-se do dever de cuidar da natureza, também lembrar de «sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo.
O ser humano deve respeitar a bondade própria de cada criatura, para evitar o uso desordenado das coisas pois toda a vida está em perigo. A humanidade parece estar persistente na incapacidade de viver à altura das exigências da justiça e da paz. Porém, a convicção atual é de que tudo está inter-relacionado e o cuidado autêntico da nossa própria vida e das nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade aos outros.
Cada um de nós tem em si uma identidade pessoal, capaz de entrar em diálogo com os outros. A capacidade de reflexão, o raciocínio, a criatividade, a interpretação, a elaboração artística e outras capacidades originais manifestam uma singularidade que transcende o âmbito físico e biológico.
Não podemos deixar de apreciar e agradecer os progressos alcançados especialmente na medicina, engenharia e comunicações. Como não havemos de reconhecer todos os esforços de tantos cientistas e técnicos que elaboraram alternativas para um desenvolvimento sustentável? É possível voltar a ampliar o olhar, e a liberdade humana é capaz de limitar a técnica, orientá-la e colocá-la ao serviço doutro tipo de progresso, mais saudável, mais humano, mais social, mais integral. Sempre haverá esperança!
domingo, 13 de abril de 2025
13/04: Dia do Hino Nacional Brasileiro
Será que é possível encontrar uma criança que saiba a letra e a música do hino nacional brasileiro? Pelo que tenho observado vai ser difícil!
Recordo-me de bebês, de minha escola, com menos de 2 anos, que a mãe me procurava para saber o que era o tal “vilundum” que o neném estava cantando.
Também me lembro do ano de 1967, quando com treze anos de idade, lecionava em uma cidadezinha do interior do Estado de Goiás e um acontecimento do qual muito me envergonhei serviu-me de lição e, nunca me esqueci. Sempre que me dirijo a qualquer pessoa ou qualquer grupo de pessoas, estou sempre perguntando a mim mesma se estou sendo entendida.
Passei a maior vergonha, paguei o maior “mico” da vida. Na escola ou no grupo escolar só havíamos nós, as duas professoras e a criançada. Nada mais, nem diretora e coordenadora, nem alguém para fazer a limpeza, nem vigilante. Só nós, uma professora da pré-escola alfabetizando e a outra de 1o ao 4o ano.
De vez em quando, acho que era uma vez por ano, aparecia uma inspetora, geralmente acompanhando o prefeito para visitar o grupo escolar.
Quando chegaram ficaram admirados com o comportamento da turma. Todos se levantaram, fizeram gestos de reverência, um cumprimento respeitoso, abaixando a cabeça em sinal de respeito e disseram em coro: Boa tarde, sejam bem-vindos senhor e senhora. Sentaram e ficaram em silêncio.
O Prefeito se apresentou e apresentou a inspetora que por sua vez me convidou a visitar com ela a parte externa do grupo. Eu acredito que tudo estava nos conformes e voltamos para a sala.
Ao chegar à porta, ficamos sem entender o que havia ocorrido, o prefeito estava tendo uma crise de riso, nem conseguia falar, parecia que chorava de tanto rir. Os alunos estavam assustados. Olhamos uma para outra, fizemos um gesto de nada entender, até que ele acalmou um pouco e conseguiu falar: - Fiquei meio sem jeito com a turma e resolvi improvisar uma atividade para que todos fizessem ao mesmo tempo.
Pensei logo em música, perguntei a eles se sabem cantar e em uníssono responderam que sim. Perguntei o que gostam cantar e eles responderam em coro que era o “Virundum”. Convidei-os a cantar. Todos se levantaram, se puseram em posição de sentido e iniciaram em uníssono: Virundum Ipiranga as margens plácidas... bastou isso e tive a crise de riso.
Fiquei muito envergonhada, nunca pensei que eles não entendessem as palavras do Hino Nacional. Realmente elas são pouco usadas no convívio da maioria, mas ouviram todo mundo sabe o que é. Como transformar o ouvir um em Virundum?
Pedi desculpas e também não pude deixar de rir muito. Nunca vou esquecer este Episódio.
Conscientizei-me da necessidade de me preocupar mais com o processo de comunicação, com sua importância para construção do conhecimento. Descobri, de forma trágica, como a comunicação pode ser distorcida quando a mensagem é passada para outras pessoas.
13/04: DIA DO OFFICE-BOY
“Um office boy é um profissional que realiza tarefas administrativas e de apoio logístico em empresas e escritórios. Também é conhecido como contínuo ou moço de recados. Tarefas de um office boy:
Entregar e coletar documentos e objetos; transportar documentos, correspondências, encomendas e objetos entre o escritório e outras instituições; executar serviços bancários: depósitos, retiradas, pagamentos e outras transações; organizar arquivos, distribuir correspondências internas, preparar salas para reuniões; efetuar serviços externos; confeccionar cópias. O office boy precisa ser ágil, pontual, atento e organizado. Ele também deve ter boa comunicação, já que frequentemente lida com diferentes pessoas e setores. A expressão "office boy" é uma locução inglesa que significa literalmente menino de escritório”. Fonte: IA generativa
A CLT ainda não tem uma regulamentação específica para este profissional. A relevância deste cargo para o cotidiano das Instituições e bom andamento das rotinas de trabalho é inquestionável.
Hoje presto uma homenagem a um deles que trabalhou alguns anos me auxiliando, o Luís. Começou aos 14 anos, um homenzarrão, simpático, prestativo, disposto, responsável e dedicado. Tinha 10 irmãos e trabalhava para ajudar a mãe na manutenção da família que também trabalhava ali, na higiene e limpeza. Ambos, pertenciam a uma empresa de terceirização. Seu pai tinha problemas com álcool, geralmente ele precisava defender a mãe quando o pai “perdia o controle sobre si”. Também tinha problemas de saúde. Apresentava epilepsia do tipo que se manifestava com (enrijecimento generalizado envolvendo todos os membros). Bastava chamá-lo em um tom mais alto, para que a doença se manifestasse. Ele abria a porta, começava a dizer alguma coisa e ficava totalmente entorpecido, por alguns segundos, depois continuava normalmente o que tinha começado a dizer.
No ano em que completaria 18 anos, foi cumprir com a obrigação do alistamento militar obrigatório. Das três forças armadas do Brasil, se apresentou no Exército. Quando retornou, cabisbaixo e triste, foi me contar o ocorrido. Disse que quando ordenaram-lhe retirar a roupa, ficou nervoso e a imobilidade (catalepsia?) ocorreu. Imediatamente o militar que comandava os trabalhos disse a ele que seu fingimento “não havia colado” e que ele iria servir de qualquer forma. Quando disse que trabalhava para ajudar a mãe, no sustento dos irmãos, também foi desacreditado.
Fiquei muito preocupada e resolvi intervir. Liguei para o Exército, me apresentei, contei-lhes o que ocorria no trabalho e solicitei gentilmente o obsequio de o dispensarem do Serviço Militar. Quem me atendeu pediu desculpas e disse que eu ficasse tranquila que ele seria desobrigado e que fosse receber o Certificado de Dispensa de Incorporação (CDI).
Vale aqui mencionar que muitos dos colegas de trabalho disseram que eu jamais conseguiria. Eu disse a eles que, mesmo antes de solicitar, já estava agradecida por ter conseguido. Acreditar é o primeiro passo para conseguir até coisas consideradas impossíveis. A atitude positiva, a clareza do que se deseja, detalhar e ser específico é importante. Atrair coisas boas funciona quando as queremos genuinamente
sexta-feira, 11 de abril de 2025
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