domingo, 30 de setembro de 2018

DIA DO IDOSO – 01-10

SE TUDO ESTA EM RENOVAÇÃO CONSTANTE, PRA QUE EXPERIÊNCIA? Quando se pensa em idoso alguns imaginam alguém ultrapassado que tem medo das novas tecnologias Mas ainda há alguns que valorizam a experiência dos que já viveram mais. Resolvi relembrar ocorrências que já vivenciei: Chorei muito escondido, aos quinze saí da casa de meus pais pra sempre. Caminhei sem rumo certo e mais ainda com rumo definido. Na vida decidi pela estrada mais difícil e andei pelo desconhecido. Já experimentei ser freira, atriz, poeta e escritora. Mas o que a vida me deu muito foi ser chefe, coordenadora ou diretora. Já dormi chorando e acordei com enxaqueca. Em contrapartida já dei risadas até doer o estomago. Fazia cosquinha em meus filhos que sorriam pra valer. Quando choravam, ate mesmo sentia meu coração doer. Por descuido, já me queimei várias vezes com fogo, cera depilatória, atitudes ou palavras. Por outro lado tenho certeza, já confortei, orientei e ajudei com o meu entusiasmo e falar. Já conversei com o espelho pra me desculpar, elogiar ou dar bronca. Já tomei banho de chuva e achei genial. Já raspei o fundo da panela de arroz e de requeijão e lambi o fundo do tacho de doce. Já confundi sentimentos e muito sofri por isso. Já confiei em criaturas humanas e tive decepções. Andei muito de ônibus sonolenta e com um cansaço imenso. Já cochilei na aula cansada de trabalhar. Aprendi muito e ainda aprendo, nunca deixei de estudar. Tentei esquecer algumas pessoas que são ainda as mais lembradas. Já subi no telhado, caí de bunda fraturei a coluna e ainda sofro por isso. Subi muito em fruteiras pros frutos saborear. Por algumas vezes, conheci a morte de perto, e ainda anseio por viver por muitos anos. Já fiz quatorze cirurgias e tive sete fraturas. Já tive útero, hoje é só uma abobrinha murcha. Já tive mamas que se transformaram em tecido adiposo – pura gordura. A natureza me deu um dente a mais, mas todos estão caindo. Quantas vezes me senti sozinha em festas e multidões. Já sofri por amor inconfessável e ainda penso nele. Já admirei pores-do-sol de várias cores e tons. Tomei vinho uma vez até me embriagar, uma experiência ruim pra nunca mais ocorrer. Olhei muitas cidades do alto, mas meu lugar se escondeu. Já senti medo de lugar fechado, já tremi de nervoso, já quase morri de amor. Já transformei amor em decepção por quem nunca imaginava. Senti muito medo de lagarta, dentista e infecção orientando os filhos ao contrario, tive que me acostumar. Já gritei de alegria e fiquei feliz calada. Esperei agradecimentos e muito decepcionei. Outros me agradecem por algo que nem notei. Emocionei e emociono com as crianças que encontrei e encontro. Já tive saudades de amigos, mas sempre descubro novos. Incontáveis coisas feitas, momentos arraigados no gravador coração. Já vivi mais de vinte e cinco mil dias, a maioria com alegria. Já tive muita emoção e estão todas guardadas no bauzão que é meu cérebro. Já admirei meu corpo virando mulher, hoje me assusta o envelhecer é como aos poucos morrer... Cresci vendo todos respeitando idosos e hoje vivo a discriminação. Se hoje fosse entrevistada pra um emprego conseguir, que experiências será que iriam considerar? Acredito que o melhor know-how que tenho a relatar é sorrir e falar muito e sempre sonhar. Pode ser que quem fosse selecionar nada disso iria valorizar. Mesmo tendo sofrido e chorado, muito mais me alegrei e sorri. Encontrei pessoas malvadas, mas as maravilhosas foi número muito maior. Já xinguei e briguei mas com certeza mais ainda elogiei, agradeci e animei. Tive momentos, que pensei em desistir, mas sempre encontrei coragem pra poder continuar. Concluindo: experiências que me lembro e posso contar: estudei, exercitei, trabalhei muito é o que vou continuar. Obs.: Idéia baseada numa redação de um candidato a emprego que li um dia.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Homenagem a Joaquim Roriz

São Francisco de Assis escreveu assim: “Louvado Sejas Meu Senhor por nossa irmã a morte corporal da qual homem algum pode escapar…” Hoje, como coroamento de sua caminhada, parte Joaquim Roriz. Sua existência pautada pela empatia deixa uma história com síntese positiva. É inegável que deixa saudades em milhares de pessoas: amigos, parentes, família, que hoje lamentam a sua partida choram ao despedir-se de um ser humano que marcou a história de muitos. Hoje em Brasília está faltando ele, um de seus cidadãos honorários e, como na canção do Sérgio bandolim: “...e nos seus olhos era tanto brilho... Eu fiquei sua fã…” Joaquim Roriz também atravessou o calvário da doença. O sofrimento para nós é carregado de mistério, difícil de aceitar, difícil de suportar, especialmente, quando vivido na vida dos que estão próximos, na própria história. Certamente, em especial para a família de Roriz, seus corações foram cortados por terríveis dores ao perceber que ele se deparava com a proximidade certa da morte. Sabem porque fiquei sua fã? Em 1988, eu, como pequena empresária, contrai uma dívida para construção de uma escola. Naquela época eu ficava sem entender as políticas sociais vigentes. Algumas pessoas recusaram emprego na citada escola dizendo que se fossem contratadas perderiam os benefícios governamentais. Sem condições de arcar com o contrato bancário a dívida quase me levou ao desespero. Resolvi solicitar a ajuda do Governador que era muito querido no local. Em frente a escola havia uma invasão e ele esteve lá abraçando as pessoas. Eu e meu sócio resolvemos escrever uma carta solicitando sua intervenção para renegociação da dívida. algum tempo depois comparecemos a uma reunião com ele num setor nobre de Brasília. Foi aí que seu discurso me encantou. Ele disse saber muito bem a necessidade de criar empregos para dar mais dignidade às pessoas mas, enquanto lutava para isso, daria alimento as crianças. Disse que prometeu a Maria, mãe de Jesus, que as crianças teriam alimentação adequada em seu governo. Citou como grande crueldade crianças que careciam de pão pela manhã. Ao descer do palanque resolvi mostrar o símbolo da escola na camiseta que usava e me dirigi a ele dizendo: - Governador a escola! Ele me olhou carinhosamente dizendo: - Eu me lembro, do financiamento! Meu coração disparou. Como um governador com centenas de assuntos a tratar e problemas a resolver pode se lembrar de um assunto individual que soube por uma carta???!!! Fez sinal para me aproximar, abraçou-me com afeto, chamou seu Secretário Particular e disse a ele. Dá seu celular para ela vamos ajudá-la a renegociar a dívida. O que sei é que a dívida foi renegociada baixando 44% do valor, vendemos a escola recebendo o que havíamos investido, o comprador assumiu a dívida e a quitou. Obrigada Joaquim Roriz! Espero que esteja se divertindo junto a Dom Juvenal Roriz um ser humano alegre, inteligente, expansivo, irreverente, brincalhão, que gostava de aprontar molecagens com as quais se divertia, dando boas risadas ao contá-las e que muito me ajudou na adolescência. i

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

DIA DA ÁRVORE - 21 DE SETEMBRO

Na minha infância e adolescência eu gostava muito de ler livros de ficção científica e algo que muito me preocupou foi um dia em que li: ”Em poucas dezenas de anos, as crianças perguntarão a seus pais: - O que é uma árvore?” Fiquei imaginando que o mundo iria ficar muito triste e feio sem o verde das Árvores e, principalmente, o que será o alimento dos animais abrangendo as pessoas sem as plantas? Será que os animais, incluindo os humanos passarão a produzir o seu próprio alimento por meio de Fotossíntese como as plantas, algas e algumas bactérias com o auxílio da luz do Sol? O sangue então será a Clorofila e todos ficarão verdes. Como absorverão sais minerais? Gás carbônico haverá muito. Como sempre fui doceira imaginava ser bom ser clorofilada produzindo glicose. Mas foram as plantas que tornaram o nosso planeta habitável absorvendo o Dióxido de Carbono enchendo a atmosfera de Oxigênio (O2) para respirarmos. Atualmente, estamos aquecendo a Terra produzindo CO2, excessivamente, principalmente com a queima dos combustíveis fósseis que está se tornando o cobertor que aquece o planeta causando o efeito estufa. Por este motivo é que devemos comemorar o dia da árvore aumentando o número delas, plantando e cuidando de tais preciosidades sob pena de sermos nós também, extintos. Considerando que "Falar é mais fácil que fazer" resolvi plantar árvores no espaço público em frente a minha casa regando com água reaproveitada. Do outro lado do asfalto começou a surgir montes de terra evidenciando formigueiros. Nunca imaginei que tais trabalhadoras pudessem atravessar a pista e chegar até meu canteiro. Estava planejando fotografar uma linda arvorezinha para publicar a foto no dia da árvore. Na manhã do dia 21 de agosto aquela colônia me surpreendeu com o inesperado, cortaram todas as folhas de minha árvore deixando-a como um esqueleto e em todo o canteiro quase todas as folhas desapareceram. Estão tentando se recuperarem.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Deficiente Intelectual - Pra você ai no caixão

Lucigenio, homem criança onde morou o sorriso, só quem convive com uma pessoa como você sabe que as pessoas deficientes são um mistério. Você não conseguia ver o mundo e as pessoas da mesma forma que as pessoas ditas normais na sua condição de deficiência intelectual que muitos consideram doença. Cada ser humano tem seu jeito de viver e caminhar. Alguns querem voar a maioria apenas caminha e alguns mal conseguem se arrastar, pois possuem dificuldades de entender, de se expressar, de abstrair, de generalizar além de pouca iniciativa e criatividade como você. Você e nós passamos por várias situações de preconceito como quando morávamos em um apartamento e tudo que acontecia de errado no bloco era atribuído a você. Você viveu sua vida na condição de deficiente intelectual e foi muito comunicativo, Sempre confundiu a atenção das mulheres. As que te olhavam com certo carinho, sorriam para você, conquistavam seu coração, ultimamente, você dizia estar apaixonado que seu coração doía de amor. Será que ele estava doendo de verdade por algum problema que deixou de ser percebido? Nunca saberemos

domingo, 16 de setembro de 2018

O QUE É INTELIGÊNCIA?

Desde que fui nomeada professora, aos treze anos de idade, ao observar como ocorriam os processos individuais de aprendizagem eu já ficava inquieta com a tal inteligência. O conceito era que os bons comunicadores e os que demonstravam ter boa lógica Matemática eram os inteligentes. Quão diferentes em todos os aspectos são os humanos! Independentemente da discussão acerca do termo inteligência, os sujeitos abrangidos no processo de ensino aprendizagem diferem entre si. É evidente os diferentes dons. Seria inteligência? As heterogeneidades de habilidades e interesses dos educandos é a maior dificuldade na construção do conhecimento. Hoje, analisando diferentes conceitos sobre o que é inteligência encontrei a resposta que achei adequada na teoria das Inteligências Múltiplas (IM), de Howard Gardner, para ele a definição de inteligência pode ser definida como uma capacidade cognitiva elevada, ou seja, o que cada um tem, particularmente, para decifrar os estímulos do ambiente decidindo o próprio comportamento. São as habilidades mentais e cerebrais imprescindíveis para a aquisição de conhecimento sobre o mundo tais como linguagem, pensamento, memória, raciocínio, capacidade de resolução de problemas e criatividade. Para tanto, se faz necessário o aprendizado constante e crescente. Daí a importância de sempre buscar novos conhecimentos e aceitar desafios para que a mente se mantenha reorganizando as informações inferindo novos conhecimentos. Em síntese é a competência de elaborar produtos e solucionar problemas considerados importantes em uma civilização ou ambiente. Ele concluiu que o cérebro do ser humano possui nove tipos de inteligência. Porém, a maioria das pessoas possui uma ou duas inteligências mais desenvolvidas. Isto explica porque um indivíduo é muito bom com cálculos matemáticos, porém não tem muita habilidade com expressão artística ou em desenvolvimento de um texto.  Pela minha jornada no campo educacional percebi que as inteligências mais desenvolvidas entre os estudantes são musical, intrapessoal, interpessoal e corporal-cinestésica. As inteligências lógico-matemática, verbal-linguística e naturalística são as habilidades menos desenvolvidas. As habilidades mais valorizadas em nossa sociedade são lógico matemática e verbal-linguística. É claro que as diferenças sociais e culturais influenciam e devem ser consideradas quando se discute inteligência, se em algumas pessoas a genética contribui, ou seja, já nascem com determinadas inteligências, também as experiências vividas contribuem para o desenvolvimento de determinadas inteligências.  As inteligências são:  · Lógica – voltada para conclusões fundamentadas na razão e em dados numéricos. As fórmulas e números são facilmente utilizados pelas pessoas com esta inteligência mais desenvolvida para explicar as coisas. Geralmente fazem cálculos mentais com rapidez.  - Linguística – elevada habilidade para utilizar o linguajar para comunicação e expressão. Quem possui esta inteligência aumentada são bons comunicadores e oradores, e possuem ampla competência para aprender idiomas.  - Corporal – facilidade de utilizar o corpo para se expressar em atividades esportivas e artísticas. Os dançarinos famosos e os campeões de ginástica olímpica, certamente, têm esta inteligência bem ampliada.  - Naturalista – para os naturalistas a compreensão e a análise dos fenômenos da natureza são facilitados (físicos, climáticos, astronômicos, químicos, ambientalistas).  - Intrapessoal – pessoas com capacidade de se auto-conhecerem, possuem esta inteligência desenvolvida e facilmente tomam atitudes apropriadas para melhoria de vida fundamentada nestes conhecimentos.  - Interpessoal – inclinação de estabelecer relacionamentos com outras pessoas. Pessoas com esta inteligência facilmente se identificam com a individualidade das outras pessoas. Geralmente são bons líderes e agem espontaneamente em atividades de equipe.  - Espacial – feitos que envolvem movimentos e posicionamento de objetos são as interpretados habilmente por quem tem esta inteligência mais aguçada. Um jogador de futebol talentoso tem esta inteligência acentuada. Consegue com facilidade e rapidez perceber, avaliar e atuar conforme o movimento da bola.  - Musical – inteligência volvida para a interpretação e produção de sons emitidos utilizando-se instrumentos musicais. - Existencialista – A mais recente das inteligências, alusiva a consciência de si no universo. Competência para ver o todo, mais que a soma das partes. Capacidade de estar bem consigo mesmo e com o mundo. Assim sendo, pensemos antes de julgar que alguém é inteligente. E bom sabermos qual a nossa maior inteligência.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A empresa e o Cliente - dia do Cliente - 15-09

Qualidade Total em uma empresa é a totalidade dos aspectos e das características dos serviços atuais ou futuros capazes de satisfazer as necessidades implícitas do cliente. Na prática, é a conquista e a manutenção dos clientes internos e externos por meio da superação de suas expectativas. Uma empresa de qualidade tem em seus fregueses a melhor das propagandas e a certeza de que terá um grande contingente de compradores. Uma análise entre o tipo de Empresa que temos e que queremos questionando a finalidade, ou seja, para quem e porque ela existe, certamente, muitas necessitam mudanças radicais. Muitas vezes, um belo e adequado prédio com ar condicionado, computadores, móveis apropriados por si só não são suficientes para garantir a qualidade que deve ser trabalhada diuturnamente, sem tréguas, demandando tempo para que se introduza uma nova mentalidade que se inicia com a conscientização e motivação de todos, certos de que a eficiência poderá se reverter em melhoria contínua, inclusive, em benefícios salariais para os trabalhadores. A seguir registro situações concretas que me ocorreram para reflexão dos leitores quanto a qualidade em nossas empresas. Como todo mundo sou uma cliente de escola que no primeiro contato, me desanimam. Tento obter informações por telefone mas a maioria não informa o que pergunto, principalmente, quanto a proposta pedagógica e ao valor da anuidade. Resolvo visitar aquelas que estão localizadas próximas de minha nova residência. Aproximo do portão de uma delas em busca de informações. O porteiro me atende com uma cara tão desanimada que eu quase desisto de dirigir-lhe a palavra: Gostaria de falar com a Diretora. Tem hora marcada? Não. Mas gostaria de falar com ela. É só com ela? Ainda, que a escola pareça ser a que eu procurava para meus filhos, minha vontade é sair dali o mais rápido possível. A forma de atendimento do porteiro e a provável altivez da Diretora desanima qualquer mãe de aluno. Mesmo assim insisto em falar com ela que vem me atender do lado de fora do portão: Pois não. Sentindo-me uma intrusa como se estivesse sendo considerada até mesmo perigosa viro as costas e saio. Tento uma segunda escola. Dirijo-me a secretaria onde duas pessoas conversam. Nenhuma delas me olha ou vem me atender. Desconfiada, interrompo a conversa e peço informação. Uma delas me atende demonstrando falta de interesse. Se eu queria matricular meus filhos, aquela sensação de descaso me faz desistir. Agradeço e saio. Faço uma nova tentativa em uma terceira escola. Há um mural com informações. Resolvo ver se oferecem o que eu procuro. Uma moça insistente vem falar comigo e procura a todo custo me convencer que esta é a melhor escola da cidade. Não me dá chance de perguntar e eu desisto. Recordei-me de quando meus filhos eram bebês e tive que fazer a mesma “via crucis” para encontrar uma creche com a qual me simpatizasse. Como tinha que decidir, resolvi procurar mais uma escola. Quem sabe tenho sorte... Na Secretaria fui prontamente atendida e obtive as informações desejadas. Até que enfim... Preenchi uma série de papéis, pensando que havia informações desnecessárias e que tanto documento poderia ser condensado em uns dois apenas..., assinei uma cinco vezes, e fui informada que deveria trazer outras cópias autenticadas. - Que absurdo! O original estava junto. Quando retirei o talão de cheques me pediram para preencher nova ficha... alguém da Direção veio, olhou, examinou, analisou, conferiu, perguntou e..., finalmente, liberou o cheque. (Naquela época se usava cheque.) Durante anos, vivi acalentando o sonho de montar uma escola após me aposentar. Pesquisei, encontrei os sócios e elaboramos o projeto. Faltava o principal, os recursos. Decidimos por obter um empréstimo junto ao BNDES. Era necessário um Agente Financeiro. Ao procurar um gerente para obtenção de informações saí assustada com o ocorrido. Ao fazer alguns questionamentos o gerente, sarcástico, disse que se eu desconhecia como fazer, contratasse um consultor. Sai sutilmente, pois um consultor era bastante caro e eu estava decidida a elaborar o projeto. Fui a outro Banco e a questão foi muito bem resolvida. Construída a escola ouvi no noticiário que havia disponibilidade de financiamento de computadores para professores em um Banco Público. Fui ao banco, procurei o gerente e quando comecei a falar dizendo a ele que tinha uma escola, ele me interrompeu abruptamente dizendo que sabia muito bem que eu tinha uma escola. Parecia insano, com algum desajuste existencial, assustada fiquei com medo e saí de mansinho. Ao pesquisar quem era ele descobri que era meu parente que quando o vi, era adolescente, e o mais assustador é que é filho da mulher que tenho tanto a agradecer, tanta consideração e tanto amor comparado ao que tenho por minha mãe. Pena que ambas já se foram para sempre. Acho que se ele aparecer em meu velório vai me assombrar. Ao comentar tais ocorrências, comecei a recordar das inúmeras dificuldades enfrentadas com relação a atendimento: Filas imensas em bancos, hospitais, para comprar, para pagar, para almoçar, para entrar em cinemas, para entrar em ônibus, compras de produtos de péssima qualidade até mesmo sem condições de uso, encomendas que se atrazam, inúmeros profissionais sem condições de executar o serviço a que se propõem, se atrasam, deixam o trabalho inacabado, se escondem e deixam de responder contatos via internet ou telefone, recebem parte e dão calote... Vocês ficaram penalizados com minhas agruras de consumidora? Ou será que estou exagerando? Com certeza eu, e cada um de vocês poderíamos descrever muitas outras situações ou coisas piores que acontecem todos os dias. Em pleno primeiro século do terceiro milênio, vivemos inúmeras dificuldades, em vários órgãos públicos: a desinformação, o mau atendimento (nem nos olham), a má vontade salta aos olhos os retornos parecem ser inevitáveis, sempre falta algo, não constam pagamentos (que fizemos e temos dificuldades em provar) temos que autenticar, falar com muitos. É a burocracia emperrando muito. Se estivermos doentes então, quantas vezes somos enganados, nem nos ouvem, tratados como incultos, incapazes de entender, como máquinas, ou até mesmo fonte de recursos. É espantoso o quanto o cliente é tratado com descaso, por tantas empresas, em plena crise. O dinheiro anda curto, só se gasta com o essencial, e, mesmo assim todos tratam os clientes como se eles atrapalhassem os planos da empresa. Parece que as empresas funcionariam muito bem, se não fossem os clientes com seus malditos desejos e direitos complicando tudo, uma amolação! No entanto, estudiosos, ao analisar as causas de sucesso de empresas bem sucedidas encontraram cinco pontos básicos: Obsessão pelo atendimento ao cliente, inclusive antecipando aos seus desejos e necessidades. Sabem que o cliente satisfeito é a maior propaganda de que dispõem e a garantia do futuro da empresa e de cada um dos seus empregados; Como conseqüência, oferecimento de serviço ou produto de qualidade. O mais importante além de atender bem ou oferecer um bom produto ou serviço hoje, é satisfazer o consumidor para que ele volte a procurar o serviço ou produto por toda a vida. É a confiabilidade no desempenho e a lealdade. É a permanência da imagem da empresa. O terceiro é o oferecimento do produto ou serviço “sob medida para o consumidor. Pesquisar os desejos de seus consumidores, agindo como solucionadores de problemas de seus clientes ...é a chave de sucesso para grandes mercados”. Estar dispostas até mesmo, a ações dispendiosas para manter a excelência do atendimento e da qualidade que a longo prazo reforçam o êxito e geram maior lucro. Riscos, para melhor atendimento ao cliente, são partes da estratégia da empresa altamente compensadores. O último ponto observado é o de ouvir o usuário. Só ele pode dizer o que quer e o que deve ser mudado. As opiniões dos clientes e o comprometimento com o que eles querem, com suas reclamações e sugestões é a garantia de grande parte do sucesso e do prestígio. Em, resumo, um atendimento perfeito, com ampla assistência, buscando resolver problemas, atendendo sugestões, levadas a sério, são formulas e atitudes para o sucesso, das empresas de alto padrão. Eu sou um cliente! Você precisa de mim!

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

UM MENINO E TANTO

Depois que meus dois primeiros filhos, falecerem por terem sido gerados com má formação genética, por mais que desejasse gerar um ser para amar mais do que a mim mesma sabendo ser a experiência mais extraordinária da vida, o receio era imenso. Já quase no limite ideal para ser mãe quando percebi que estava grávida a alegria foi imensa. Procurei me cercar de cuidados. Por se tratar de gravidez de alto risco as consultas do Pré Natal eram semanais. Acometida com anemia embora seguindo as orientações alimentares aumentando a ingestão de couve, espinafre, beterraba, fígado e outros como o açaí que meus colegas do norte do Brasil me traziam tanto os frutos como folhas para fazer chá, e dos medicamentos orais, como era necessário, tive que enfrentar o medo e tomar medicação injetável. Tomei quarenta injeções de Fol Sangue. Tudo valeu a pena quando vi aquele rechonchudo que acabara de nascer. Naquele momento eu renasci, era como ter o mundo nas mãos, sentia que veio para melhorar o mundo. Ele me deu a luz. Foi um inexplicável misto de boas sensações esperançosas. Não tardou e aquele serzinho começou a mostrar a que veio: tinha apenas três anos de idade. Como sua irmã tinha apenas dois anos a prioridade era para ela. De manhã ele era compelido a tomar banho, se vestir e calçar sozinho, enquanto tentava dar o máximo de si, eu o apressava: - Rápido, estamos atrasados, sai do banho, vista logo, calce as meias e o tênis, depressa Tire a camisa e vista de novo, está do avesso a frente está para trás. Nunca me dei conta de que tais atividades eram ainda muito difíceis para sua idade e seu nível de desenvolvimento. Ele por sua vez repetia que era grande e tentava me atender. Com um ano e seis meses deixou fraldas, chupeta e mamadeira levantava-se sozinho para ir ao banheiro durante a noite e não conseguia voltar para a cama, deitava-se no primeiro local macio que encontrava pelo apatamento: no sofá, nas almofadas, nos tapetes. Certo dia, na semana que antecedia o dia das mães, fui buscá-lo na creche. Ao me ver tomou-me pela mão e disse: - Vem cá mamãe e levou-me até sua sala onde estavam expostos desenhos que a turma fizera retratando cada um sua mãe. Levei um enorme susto quando apontou por um desenho que se destacava dos demais, todo com pincel atômico preto uma figura humana com as mãos para cima, grandes olhos, cabelo despenteado e me disse com a voz de quem nem sabia falar direito: Essa é você, você tá bava, amanhã eu desenho uma mamãe boazinha tá bom!? Falou confirmando sacudindo a cabecinha. Naquele instante me dei conta de que estava exigindo dele atividades e tarefas além de sua maturidade e nível de desenvolvimento, agindo como se ele já fosse capaz de se virar sozinho fiquei envergonhada e a primeira coisa que fiz foi olhar para todos os lados para ver se alguém da escola havia presenciado a cena. Sai dali o mais depressa que pude e, é claro que depois procurei a professora para conversarmos e passei a dar a ele maior ajuda para se arrumar todas as manhãs. Hoje sei que ele tem muito jeito e gosta de desenhar, mas, naquela época nem percebi que seu desenho, aos três anos, já mostrava uma figura humana completa. Felizmente, mesmo que tenha demorado dez anos, ele finalmente, desenhou a mamãe boazinha. Ele tinha quatro anos quando inesperadamente e com segurança me diz: Mamãe eu escolhi você pra ser a minha mãe! - Escolheu?! Perguntei - Sim mamãe, eu sonhei que eu era apenas um ponto de luz e via um montão de mulheres. Eu estava lá para escolher uma para ser minha mãe. E ai eu escolhi você! Há pessoas que já nascem decididas enfrentam perguntam, pedem e querem aprender Assim é meu filho Gabriel Com seis anos de idade foi com o pai e o irmão com problemas mentais até o aeroporto nos deixar eu e minha filha Natalia para viajarmos até João Pessoa no Estado da Paraíba Algumas conexões escalas e horas depois chegamos Imediatamente telefonei para avisar que chegara e tudo estava bem O telefone de minha casa tocava até cair a ligação sem ninguém atender Depois de algumas tentativas resolvi ligar para minha irmã e ouvi uma frase horrível: – Francisco, o pai distrído, esteve aqui chorando disse que perdeu os meninos e você vai matá-lo! – Vou mesmo! Respondi Passei algumas horas preocupada ligando a todo instante e preparando o retorno Já no final da tarde Gabriel atende ao telefone e explica:  Mamãe meu pai deixou a gente no Parque da Cidade e eu vim embora com o meu irmão Como foi isto? Perguntei (afinal ele tinha apenas seis anos) Ele então esclarece:  Avistei a Torre de TV, fui até lá com meu irmão. Quando parou um ônibus, perguntei se ia para a Rodoviária expliquei que meu irmão era deficiente, pedi carona. Lá procurei um guarda para saber qual era o ônibus para Taguatinga Sul pedi carona de novo, expliquei para o motorista que meu irmão tem problema e viemos embora Ufa! Que alívio e que orgulho por ter um filho corajoso e capaz de tomar iniciativas assim Sempre desejei que meus filhos tivessem capacidade de resolução e nunca esquecerei quando Gabriel, adolescente, foi entregar o Calendário Escolar de nossa escola na Secretaria de Educação do DF para aprovação. Ao se identificar na Portaria do Palácio do Buriti, foi informado de que estava impedido de entrar por estar usando uma camiseta sem mangas. Imagine um dia de verão, muito calor, depois de viajar uma hora e meia num ônibus lotado e nada resolver por falta de uma manga de camiseta. Foi ai que usando de criatividade, tomou uma decisão bem inusitada e inteligente, dirigiu-se a uma banca de jornal ali próximo solicitou um jornal velho e improvisou as mangas. Ao retornar a recepção perguntou: - Agora posso entrar? As pessoas presentes, pegas de surpresa, começaram a rir e a atendente só poderia permitir a entrada. Acredito que foi a decisão mais inesperada, imprevisível e surpreendente que alguém poderia imaginar. É demais esta criatura que veio para ser única e insubstituível. Existe para fazer diferença no mundo. Hoje passa dos trinta e continua generoso, criativo, estudioso, honesto, altruísta, autêntico, competente e convicto.

SER AMIGO É ACEITAR E COMPREENDER O OUTRO -

17-09 – DIA DA COMPREENSÃO MUNDIAL Qual será o segredo para uma convivência, um relacionamento feliz, bem-sucedido e duradouro? Sem dúvida ...