sexta-feira, 21 de maio de 2021
É inegável que mudar paradigmas é algo bem difícil!
No entanto, tomei algumas atitudes inspirando no procedimento da escola da ponte, que eu desejava conhecer e era a única viagem que eu queria fazer para o exterior. Porém, por já exister uma análoga no Brasil e porque tive o prazer de conhecer o xará do meu avô, idealizador do Educandário, José Pereira que veio a Brasília e fez uma palestra na UNB e certa de que se a pessoa se predispõe, se compromete, se diz acreditar, quando registrado em uma entrevista por exemplo, aumenta a possibilidade de cumprir. Uma delas foi a imposição de economia de energia e tive que decidir na Escola NOVO CAMINHAR o que fazer. Como convencer os estudantes e os educadores do imperativo e do como economizar energia? Resolvi então conversar com todas as turmas desde o Maternal e os questionei quanto a importância da energia elétrica, da quantidade de proveito e da facilidade que ela nos proporciona. Contei a eles que eu vivi a minha infância sem energia elétrica. Usávamos vela, lamparina e lampião de querosene e era algo perigoso e de difícil manuseio. e que um dia ao visitar a fazenda do meu tio Baltazar me deparei com um motor gerador de energia e que também ligava as lâmpadas da Fazenda. Me encantei com a lâmpada elétrica, algo maravilhoso. Em meu livro encontrei um texto sobre o inventor da lâmpada elétrica, Thomas Edison. Fiquei tão empolgada e prometi a mim mesma que se um dia eu tivesse um filho e, se não houvesse algo mais importante eu colocaria nele o nome de Edson. Fizemos uma lista do que nos fornece a energia elétrica, fizemos uma reflexão de como substituí-la, como viver sem ela? Daí, expus a condição governamental de que seria necessário economizar energia senão ela seria racionada. Solicitei que propusessem formas e atitudes para economizar. Elas foram registradas pelos que sabiam escrever e desenhadas pelos que ainda buscavam essa capacidade. As propostas me surpreenderam e mais ainda quando observava a maioria agindo como fiscais como por exemplo: “Você esqueceu de desligar a lâmpada do banheiro.” A grande constatação foi que economizamos mais do que seria necessário mesmo que o que tínhamos fosse imprescindível: iluminação, geladeira computadores.
Também nas unidades de internação de menores infratores comecei a questionar com eles a importância assim como na vida deles a na dos outros, dos estudos, de amenizar sofrimentos, tristeza dos outros... respondiam que nada que se referisse aos outros tinha importância. Nem quando me referia as Mães. Minha opção foi começar a falar, a argumentar a importância de estudar, de aprender, de construir conhecimentos, de buscar o saber. A resposta era de que só queriam curtir, buscar o prazer do momento sem se importar de que forma conseguiriam isso. Só ouvia negatividade e argumentos contrários. Porém, eu nunca desisti de tentar convencê-los a estudar na esperança de que: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!” Incentivava perguntas e respondia com perguntas.
Na última vez que fui visitá-los tive a grata surpresa que me emocionou e ainda emociona. Quase sempre falávamos com eles trancafiados em um pequeno quartinho, assim que um deles me viu pulou logo do treliche e veio em minha direção dizendo: “Fui eu, você me viu na TV?” Eu nem sabia do que se tratava. Todo orgulhoso, sorridente e feliz da vida disse que passou no vestibular. Havia se empenhado muito nos estudos e agora era universitário. Em frente onde ele estava havia um adolescente de 15 anos que revoltoso me perguntou se por acaso eu estudava. Pude orgulhosamente responder que acabara de fazer um curso de especialização, principalmente, para saber o que fazer ali e de que forma me comunicar com eles. Ele me questionou sobre o que, e quando respondi que era sobre o uso indevido de drogas, dependência química, uma doença incurável. Debochando, ele argumentou ser desnecessário estudar para entender de drogas. Pude então, segura do que dizia argumentar: Ah é? Você não se importa com os outros mas gosta de sofrer? Ninguém gosta. Perguntei se era usuário de crack e a resposta foi positiva. Pedi que olhasse em meus olhos e argumentei enfaticamente dizendo que poderia perguntar a qualquer entendido no assunto: o crack destrói o sistema nervoso central e o dependente pode ficar impotente, paralítico... Ao ouvir a palavra impotência ele levou um grande susto. Ele não disse mais nada nem eu. Tenho certeza que aquilo ficou impregnado no seu baú de memórias ou de forma mais atual, no HD que é o cérebro dele. Assim como ninguém ensina nada a ninguém porque ninguém consegue mudar ninguém, aprendemos juntos e mudamos juntos mediatizados pela realidade como enfatizou Paulo Freire.
terça-feira, 18 de maio de 2021
DEFINIÇÃO DE SOFRIMENTO
Sofrimento é quando se passa por experiência desagradável, difícil, negativa, que atormenta. É ligado a um mal como dor, tristeza e infelicidade. Raiva, tédio, podem ser sofrimentos. Quando se diz: "sofrer de uma doença" está se referindo a estar com uma doença e não do descontentamento que ela causa. Doentes podem e muitos o são, felizes, alegres, vivem em paz. O sofrimento desperta compaixão, respeita-se o sofredor, aqueles que lhe tem amor. Em muitos casos, ver o outro sofrer incomoda, gera antipatia como se sofrer fosse culpa do sofredor. Todo ser humano, mesmo que deixe de admitir, tem medo de sofrer, Jesus também teve. O sofrimento pode incomodar e provocar reações diversas. Sofrer pode ser também algo desejado.
Existem pessoas que se submetem a empenhos e sacrifícios com outros fins, quase sempre por vaidade.
Atletas se privam de prazeres e se submetem a esforços por metas desportivas, pessoas fazem dietas, com finalidade estética, que excedem os jejuns religiosos e cristãos. Existem os que buscam a mortificação e os que aceitam o sofrimento como as doenças e outras dificuldades dando a eles uma grandeza diferente. Os sacrifícios podem ser do intelecto e da vontade, interiores ou do corpo, dos sentidos. Na vida sempre há oportunidade de domínio para o crescimento espiritual: privação temporária de alimento ou água, melhoria do dever e do relacionamento, sorrir cansado ou com dores. A mortificação corporal deve ser vivida com bom senso, moderação e orientação prudente.
quinta-feira, 13 de maio de 2021
As Conferências da Paróquia de São Vicente de Paulo- A volta de São Vicente...
Imaginando - O sonho de uma seguidora
Quando chegou ao céu, Vicente ainda estava preocupado pensando ter feito pouco pelos pobres e pelos sofredores, queria ter irradiado suas idéias pelo mundo todo. No céu, São Vicente recebia muitos pedidos, mas muito mais agradecimentos dos pobres. O que estaria acontecendo? Suas fundações? Ele vivenciou a escassez de vocações sacerdotais e religiosas e o comentário que ouvia no céu era de que a situação estava na mesma. Como então tanta gente conhecia seus ideais? Dirigindo-se ao Criador obteve licença especial para visitar a terra e escolheu um lugar que ouvira falar ter sido descoberto, oitenta e um anos antes de seu nascimento e que possuía uma natureza tão exuberante que muitos diziam ser parecido com o paraíso terrestre onde Deus colocara Adão e Eva. Era de onde recebia mais agradecimentos. Acompanhado de um anjo, em pleno século XXI, Vicente chega a capital do tal paraíso. Ao sobrevoar o local se encantou com seu formato, parecia um anjo de asas abertas. Ao chegar mais perto ficou abismado com o que viu: as casas altíssimas, as ruas pretas, passando umas sobre as outras, com uma infinidade de máquinas andando em alta velocidade, outras sobrevoando...
O povo falava muitas palavras que Vicente não conhecia (poluição, avião, metrô, televisão, computador, internet, corrupção...); as roupas que usavam deixavam o santo ruborizado. Muito surpreso e preocupado com a mudança, o santo visitou a cidade inteira e cada vez compreendia menos que estava acontecendo. Na Catedral, levou um susto com o padre que não mais rezava em latim e com grupo tocando uns instrumentos estranhos. Visitando algumas famílias, espantou-se com o ritual depois do jantar: todos se reuniam durante horas para adorar um aparelho que mostrava imagens e emitia sons. Muitos passavam quase o dia inteiro diante de pequenos aparelhos com telas brilhantes, comunicando com o mundo todo, jogando, escrevendo, lendo e até vendo coisas indescritíveis, terríveis... O santo ficou impressionado com a capacidade de concentração de todos: ninguém ouvia, ninguém falava uma palavra diante dos aparelhos. Cada vez mais desanimado, foi avisado que em um lugar nas redondezas havia uma paróquia em seu nome cuja igreja estava sendo construída. Imediatamente se dirigiu ao local e sentiu um grande alívio, reencontrando a paz. Ali, havia uma multidão de mais de trezentos voluntários, pessoas extraordinárias, cristãs de verdade, que como a senhora de Gondi, ajudavam no trabalho da paróquia coordenada por um Pe. corajoso e criativo, que estava sempre buscando mais ajuda, e realimentando todos com a palavra de Deus. Entre os grupos, São Vicente vislumbrou o que para ele eram três estrelas mais brilhantes... eram pessoas que como o sol penetrava nas casas dos mais humildes, levava compreensão, alimentos e lhes secavam as lágrimas. Eram a resposta para o santo do porque de tantos agradecimentos, pois descobriu os vicentinos, que realizam um trabalho único, diferente, surpreendente, seus corações eram imensos para a caridade, os mais necessitados os veem como dons de Deus, como uma graça para eles... Eram as conferências São Vicente de Paulo, Nossa Senhora Aparecida e Santas Perpétua e Felicidade... São Vicente voltou tranquilo para o céu, pois jamais imaginara tanta gente seguindo seu ideal. Adaptado de um texto obtido no: http://interessantetexto.blogspot.com/2008/05/e-m-pleno-sculo-xx-um-grande-professor.html
segunda-feira, 10 de maio de 2021
EDUCAÇÃO NO BRASIL
A educação no Brasil está entrando em uma nova era. Após copiar modelos internacionais sem analisar as consequências passa agora a valorizar as ideias dos educadores brasileiros e busca adaptar à realidade brasileira o que se traz do exterior. Em consequência está exigindo dos educadores de modo geral, uma mudança radical de seus paradigmas educacionais para adotar uma nova postura especialmente no que se refere aos direitos do educando que deve participar mais, ser mais livre e em consequência mais alegre e feliz.
Alguns descompassos ocorreram no âmbito da educação que demorou muito a acompanhar o rápido desenvolvimento que ocorreu em outros setores. É inconcebível que o educando passe quatro horas ouvindo e copiando o que deve decorar. É necessário que o processo educativo encontre meios e formas de incentivar a construção do conhecimento tanto no período escolar como em toda a vida. Somente com qualidade onde a prioridade seja o educando, seus interesses, seus problemas e dificuldades a educação escolar estará efetivamente contribuindo para a formação de verdadeiros cidadãos.
Outro fator é a mudança ocorrida no âmbito familiar onde as mulheres passaram a desempenhar funções fora do lar passando a maior parte do tempo longe dos filhos. Esta situação leva a escola a repensar seu papel o de contribuir para a educação em todos os aspectos da vida humana.
AFETIVIDADE DO EDUCADOR PARA COM O EDUCANDO
O educador necessita de constantes reflexões sobre os fundamentos da ação educativa da escola buscando analisar os procedimentos e as práticas educacionais bem como os resultados para o ser humano e para a sociedade como um todo
O modelo educacional atual ainda formal e arcaico longe de atender aos anseios do ser humano necessita de uma guinada que desafia o educador para uma mudança radical para que possa cumprir adequadamente suas funções
Sabemos que só ocorre educação quando há crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal que acontece com conscientização da realidade e orientação para o exercício pleno dos direitos e deveres. O conhecimento da realidade implica em romper preconceitos, reconhecer dificuldades e facilidades, compreender e valorizar valores e saberes, interesses, expectativas e histórias de cada educando. Daí, a importância da afetividade nestas inter-relações. Alves no livro Ao professor com o meu Carinho pág. 52 escreve:
“Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva É a fome que põe em pensamento o aparelho pensador Fome é afeto O pensamento nasce do afeto nasce da fome Não confundir afeto com beijinhos e carinhos Afeto do latim affecare quer dizer “ir atrás” O afeto é o movimento da alma em busca do objeto de sua fome É o Eros platônico a fome que faz a alma sonhar em busca do fruto sonhado” (Rubem Alves)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, Volume 8, pág. 119 1997 cita:
“Para crianças que talvez, não recebam o mesmo tratamento em outros lugares, a vivência de um relacionamento respeitoso, sem discriminações, será riquíssima aprendizagem: dar-lhes-á consciência e força para se indignarem quando acontecer de serem desrespeitadas na vida cotidiana.”
É claro que, no processo de ensino, a escola deve dar ênfase aos aspectos cognitivos, no entanto, a criança não necessita apenas de conhecimento em todos os campos. O ser humano é também afeto, carinho, atenção e, este é também dever da escola, como o é também a formação do sujeito ético, moral e espiritual.
Muitos educadores são fechados ao valor do afeto e encontram teorias para justificar-se. São educadores, com as quais não adianta conversar ou argumentar sobre certos valores; simplesmente não enxergam. São aqueles que não entendem a importância de todas as fases da vida; não percebem que essas afirmações não manifestam apenas um fato psicológico sobre nossos sentimentos, mas são o reconhecimento de qualidades que exigem de nós respostas adequadas. São surdos-cegos emocionais. Foi buscando argumentos para mostrar a estes educadores a importância do afeto que este trabalho foi idealizado
Este trabalho realizado pela professora Maria Rosa de Siqueira fruto de sua experiência como educadora, iniciada em 1966, e de observação junto a educadores e educandos de escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental, até a 4a. Série, da Região Administrativa de Ceilândia Distrito Federal se propõe a ser fonte de pesquisa e reflexão para educadores: mães pais e professores
Procurou-se detectar problemas relacionais e colher sugestões de como melhorá-los bem como, relacionar os benefícios que poderão advir quanto a presença da afetividade, além de questionar quanto as possíveis consequências da indiferença no relacionamento educador x educando.
A técnica foi a de abordagem direta solicitando a confirmação da hipótese, para que se captasse de forma mais real o sentimento dos entrevistados. Partindo desta concepção, a operacionalização ocorreu enfocando o aspecto da afetividade recíproca: importância, facilidade e prazer no agir com companheirismo, com amizade e afeto.
Buscou-se detectar as dificuldades quanto ao relacionamento afetivo entre educador e educando, bem como a importância do assunto no sentido de se atender aos pressupostos e fundamentos teórico-práticos. A intenção foi buscar uma amostragem da visão do educador quanto a questão da afetividade bem como, levantar sugestões para as dificuldades detectadas. Foram trabalhados os sentimentos e emoções da vivência individual e social dos envolvidos quanto a sentimentos do educador e dos educandos; dificuldades do educador; sugestões para a melhoria do relacionamento e qual o sentimento dos educadores com relação aos educandos.
O diagnóstico obtido foi comparado com os dados propostos nos Parâmetros Educacionais do Ministério da Educação quanto aos temas transversais e aspectos emocionais que envolvam Valores para a Melhoria da Qualidade de Vida.
Com o diagnóstico foram elaboradas sugestões de atividades que servirão como subsídios, para currículos e Planos de Ação de escolas, objetivando a melhoria contínua do processo educativo com ênfase na importância da qualidade da afetividade do educador para com o educando.
A humanidade vivencia, atualmente, a época em que as mudanças, em todos os campos do conhecimento, ocorrem da forma mais rápida que se tem conhecimento. Tais mudanças, principalmente as que ocorrem no campo comportamental e social tem aumentado a responsabilidade das instituições educacionais quanto ao aspecto da formação integral do ser humano.
Para que a escola possa cumprir este papel as pessoas envolvidas em todo o processo de transformação da informação em conhecimento devem se conscientizar que precisam preparar o coração, a emoção do educando. Para alcançar este objetivo é necessário que o educador respeite o educando, trate-o com carinho e consideração, com afeto e amor, é necessário que a escola mude, pois até agora a ênfase tem sido maior na exigência da disciplina até mesmo com ameaças psicológicas. A busca de uma nova escola é um dos maiores desafios do Terceiro Milênio. Assim escreveu NETO (2001):
“Quando falamos em mudança, logo pensamos em grandes e concretas transformações. Por esta razão, qualquer tipo de mudança real e verdadeira deve ser iniciada... pela transformação de dentro para fora, da crença, dos pensamentos, dos valores.” (Antonio da Costa Neto)
O que se propõe é iniciar uma nova mentalidade, que basta ser iniciada, basta lançar a semente pois “... se algumas pessoas engajam-se no ritmo novo... outros são vigorosamente repelidos por ele...” (Alvin Toffler)
Parece que a situação é opcional: permanecer na condição estática, ou reagir para salvar a escola, fazendo-a cumprir o seu verdadeiro papel: o de desenvolver a cognição em todos os aspectos para que o ser humano se realize por meio do desenvolvimento integral.
Se analisarmos a história da educação, comparando com a educação atual concluiremos que muita coisa mudou, modificou mas a essência continua a mesma: enquanto a construção do conhecimento estiver baseada em exigências e chantagem ao invés de motivação, estimulação e enquanto o educador não for capaz de cativar o educando, com amor e carinho, o sistema educacional continuará distante de cumprir seu papel.
O invisível é parte do visível. Neste novo século, romper barreiras, comunicar-se, relacionar-se, valorizar a vida, dizer não ao egoísmo, substitui-lo por afeição, ajuda mútua, solidariedade deve ser a base da educação porque quando o educador entende isso, se convence que para orientar a construção do conhecimento tem que preparar o coração, a emoção. Como disse o professor Moacir Gadotti em sua Palestra no IV Congresso de Educação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal “Não dá para separar emoção do conhecimento”.
OS CAMINHOS QUE LEVAM AO FRACASSO
No final do século passado, catástrofes, atentados, guerras, violência, sequestros, fome, aumento do uso indevido de drogas, aparecimento de novas doenças gerou na população mundial, desânimo, descrença, descrédito com sérios reflexos no processo ensino aprendizagem. As pessoas desacreditam de tudo, da religião, da política, dos governantes, da justiça, da honestidade.
Na escola o castigo psicológico continua a ser prática comum e aceita por todos na tarefa de educar. É a tradicional educação pelo medo. Punir o educando retirando-lhe pontos na nota ou suprimido algo que ele goste desgasta a relação educador-educando, pois intimida para reduzir ou suprimir a atitude indesejada. Deixa de educar sentimentos e emoções, de construir valores pela reflexão e análise do ocorrido para compreensão e alteração da atitude indesejada. Quase sempre, o resultado da punição é a agressividade, a revolta, o desânimo e o desinteresse.
As ações corretivas aplicadas até meados do século passado que levavam a disciplina pelo medo são consideradas absurdas para os dias atuais. Porém o castigo psicológico continua a ser aceito Buscar alternativas viáveis para substituir os castigos é uma das grandes dificuldades e preocupações dos educadores. A experiência comprova que repreensões, castigos e agressões geram revolta, desafio para executar o proibido anseio e busca pelo educando de formas de abandonar os educadores (da família e da escola) o mais rápido que consiga.
Como escreveu Neto em seu Livro: Paradigmas em educação no Novo Milênio:
“Vivemos a crise de início de século e de milênio e, se quisermos sobreviver a ela, não podemos medir esforços para a mudança drástica deste ciclo vital.” (Antonio da Costa Neto)
Um outro problema é que educadores, pais e professores possuem uma negatividade e pessimismo, ocultos em sua linguagem de todo o dia. O modo como pais e professores falam com as crianças lhes ajudará a saber como devem sentir-se quanto a si mesmos.
O que as crianças ouvem de negativo afetam sua autoestima e seu auto valor. Grande parte das mensagens que os adultos dirigem às crianças são para desconfiarem da sua percepção, negar seus sentimentos e duvidar de seu próprio valor. É comum culpar e envergonhar as crianças, pregar e passar sermões, mandar e tiranizar, advertir e acusar, ridicularizar e menosprezar, ameaçar e subornar, diagnosticar e prognosticar - essas técnicas brutalizam, vulgarizam e desumanizam as crianças. A sanidade só aparece quando confiamos na nossa própria realidade íntima e essa confiança só se aprende pelo processo da verdadeira comunicação com amor e carinho.
Um dos motivos das dificuldades e até mesmo dos fracassos da escola tem sido porque se tornou um local onde se educa para a ganância do lucro desenfreado, para enganar o outro, “passa-lo para trás”. Emoções, sentimentos deixam de ser objeto de educação que deixa de se preocupar com a felicidade e a realização pessoal do outro. Neste tipo de escola não há preocupação com a afeição.
Indivíduos motivados pela afeição e estímulo tendem a ser criativos, inconformados, agentes de mudanças e nem sempre é o modelo desejado, fácil de adaptar-se a qualquer sistema já definido e de tradições arraigadas no inconsciente dos educadores. Assim é mais fácil permanecer na condição estática, mas é urgente reagir para salvar a escola, fazendo-a cumprir o seu verdadeiro papel: o de desenvolver a cognição através de um ser humano que se realize.
O invisível é parte do visível. Neste novo século, romper barreiras, comunicar-se, relacionar-se, valorizar a vida, dizer não ao egoísmo, substitui-lo por afeição, ajuda mútua, solidariedade é a base da educação. Como escreveu Celso Antunes, “...o milênio que se inicia... atingirá o local onde os professores o levarem.”
CONHECENDO MELHOR AS CRIANÇAS
A criança, especialmente período da Educação Infantil, encontra-se em uma fase em que ocorrem mudanças contínuas e rápidas quanto ao seu desenvolvimento global. Assim, o educador deve conhecer as etapas do processo evolutivo do educando, como se processa o desenvolvimento motor, a linguagem, a socialização, e os comportamentos típicos de cada idade, para utilizar métodos, técnicas e procedimentos adequados.
A seguir um resumo da descrição de Maria Luiza Silveira Teles em seu livro: Uma Introdução à Psicologia da Educação
Aspecto emocional: por volta dos dois anos e meio a criança vive um “período de oposição” que demonstra necessidade de afirmação e vontade de independência. Demonstrando o desejo de auto afirmar-se, para tomar consciência de si mesmo, opõe-se aos outros procurando impor a sua vontade.
Por volta dos três anos ela descobre sua auto identidade e a existência dos dois sexos o que provoca profundas repercussões emocionais.
Na segunda infância, de 3 a 7 anos, os fenômenos afetivos centrais são: o complexo de Édipo (paixão pelo pai, mãe) e o complexo de Caim (ciúme entre irmãos)
Aspecto Social: as primeiras amizades aparecem entre 2 a 5 anos mas são casuais, instáveis e passageiras. A criança não apresenta distinção de sexo nas brincadeiras e amizades.
Aspecto intelectual: entre nove e dez anos os interesses são mais duradouros, é capaz de manter a atenção por mais tempo. Gosta de ler, tem preferência pelo próprio sexo. Preocupa-se pelas crenças, ideias e costumes dos outros. Prefere ajustar-se aos padrões dos companheiros que aos dos adultos.
Somente o educador tem a felicidade de exercer uma profissão onde continua na infância, este período maravilhoso e especial, porque para orientar, tem que agir como a criança, falar como a criança e se colocar em seu lugar para entender como criança pensa.
PARA REFLETIR COM EDUCADORES
Quando nós os pais professores ou outros educadores ao se dirigir às crianças impomos e ameaçamos dizendo: É assim que eu quero e pronto! Se chorar vou lhe dar motivos para chorar de verdade! Se responder de novo vou lhe quebrar os dentes! Vai comer sim! Passou um furacão pelo seu quarto? Já repeti mil vezes! Tal pai tal filho! Pare de resmungar cale essa boca! Vou lhe dar uma boa surra! E principalmente: Você vai cair! Não suba! Não bata! Não faça isso não faça aquilo O que um educando poderá estar aprendendo? A decidir? A escolher o melhor? Estará praticando uma ação que lhe traz alegria? Ao invés disso vamos tratar nossas crianças como gente como pessoas capazes de ter opinião vontade gosto diferente do nosso que sente e pensa que ouve e analisa que tem motivação ou desânimo Além disso estão em formação e a orientação que recebem são absorvidas e influenciarão toda a sua vida A formação de valores bons princípios a capacidade de decidir de criar a curiosidade para pesquisar e buscar soluções dependem em grande parte da orientação recebida na fase de formação Pensemos em uma forma de mudar tantas frases negativas ditas aos nossos pequenos pois educar é atraí-los e persuadi-los para integração Instrução, polidez, cortesia
PARA REFLETIR COM EDUCANDOS
A melhor forma de entender as pessoas é conhecê-las Ex.: Será que conhece sua mãe? Cheque respondendo às perguntas:
1. Qual a cor que sua mãe mais gosta?
2. Qual o doce que sua mãe prefere?
3. Qual a comida predileta de sua mãe?
4. Sua mãe gosta de música? Qual a que mais gosta de ouvir?
5. Qual o hobby que sua mãe mais gosta?
6. Onde sua mãe mais gosta de passear?
7. O que sua mãe detesta?
8. O que deixa sua mãe muito triste?
9. Quantos irmãos sua mãe tem ou teve?
10. Qual a cidade em que nasceu sua mãe?
11. Quantos Estados do Brasil sua mãe conhece?
12. Qual a viagem mais distante que sua mãe já fez?
13. Você sabe o nome de uma escola que sua mãe estudou?
14. Você sabe o nome de uma professora de sua mãe?
15. Qual o dia e mês em que sua mãe nasceu?
16. Qual o nome do hospital em que sua mãe nasceu?
17. Qual o nome de uma grande amiga de sua mãe?
18. Qual a flor que sua mãe acha linda?
19. Qual o trabalho que sua mãe faz com prazer?
20. Um local que sua mãe conhece que gostou muito?
21. Qual o animal que sua mãe mais gosta?
22. Qual o programa de Televisão que sua mãe mais gosta de assistir?
23. O que queria ser quando era mais nova?
24. Quem foi o primeiro amor?
25. Qual é o próximo objetivo de sua mãe?
26. Se sua mãe pudesse viajar para qualquer lugar no mundo, para onde seria?
27. Sua mãe tem o mesmo nome que algum outro membro da família?
28. Sua mãe teve um apelido? Qual era e como recebeu este apelido (alcunha)?
29. Em que locais ela morou?
30. Que história, ou lembrança dos seus irmãos ela gosta de contar?
31. Quais são os nomes dos irmãos dela?
32. Qual o nome completo dos pais dela?
33. A família de sua mãe tinha algum passatempo, quando ela era criança?
34. Tinha alguma tarefa que ela gostava de fazer na sua infância?
35. Que tipos de livros ela costumava ler?
36. Quais eram suas brincadeiras preferidas?
37. Qual era a sua matéria preferida?
38. Como eram as suas notas?
39. Que esportes ela praticava na escola?
40. Quantos anos de escola presencial ela fez?
41. Qual foi o seu primeiro emprego?
42. Que empregos teve?
43. Quando e onde ela conheceu o seu pai?
44. O que você pode dizer que admira nela?
45. Por que ela escolheu os nomes dos filhos?
46. Ela se lembra de coisas que seus filhos fizeram, que foram realmente surpreendentes?
47. Algum filho quebrou algo valioso para ela?
48. Qual era a pessoa mais velha da família, quando ela era pequena?
49. Ela teve doença séria na infância?
50. Ela tem algum problema de saúde genético?
51. Ela tem algum hábito pouco saudável?
52. Ela teve algum acidente?
53. Alguém já salvou a sua vida?
54. Ela já passou por cirurgia? Quantas?
55. Quais são as melhores invenções para ela?
56. Quais são as principais diferenças entre o mundo atual e o da sua infância?
57. Diga o nome de um bom amigo(a) presente na vida dela por muitos anos.
58. Quem muito a ajudou?
59. Qual o presente mais valioso que ela tem?
60. Se você pudesse mudar qualquer coisa nela, o que mudaria?
Faça uma lista de pelo menos dez direitos da mãe Ex: Uma hora a mais de sono no domingo direito a se recusara a andar de skate de bicicleta de patins desconsiderar viagens à Disneyworld e Beto Carrero retirar celulares e tênis de marca da categoria de primeira necessidade; direito de ignorar quais são os afluentes do Amazonas (ao menos os da margem esquerda) de saber quantos ossos tem o corpo humano de saber Inglês estando isento da obrigação de ajudar no trabalho da escola direito de se recusar a ver filmes de terror, ouvir músicas como Rap e outras modernidades direito de assistir ao noticiário na TV direito de exigir uma redução no volume do som, quando este ultrapassar novecentos decibéis direito de se recusar a juntar as roupas que os filhos atiram no chão; direito de exigir a posição aproximada, em termos de latitude e longitude, ao filho que passa mais de três horas sem aparecer em casa; direito à ansiedade, à preocupação, ao júbilo e à ternura; direito aos filhos.
AVALIAÇÃO
Devemos pensar e perguntarmos além do como avaliar O que é avaliar? O por que avaliar? Para que avaliar? Qual a avaliação que interessa? Antes de tudo a avaliação deve estar aliada ao currículo e ter uma perspectiva crítica e criadora. Numa experiência de avaliação Que sentimentos são a ela associados? São confortáveis, geram prazer, bem-estar, conforto ou desagradáveis, geram desconforto, medo, fracasso?
Quase sempre a avaliação é associada a ameaça e a sentimentos desagradáveis como tristeza, vergonha, culpa. Por que a avaliação traz este sentimento? Por que traz uma marca ameaçadora, fazendo com que as pessoas a rejeitem? Provavelmente, ocorre pelo mau uso que sempre se fez da avaliação, pelas situações dela advindas. Como avaliar minimizando estas situações? Como fazê-la de forma a não ser controladora, ameaçadora? Qual o outro caminho? Qual a educação mais democrática, mais justa e solidária? Quais as outras práticas? Como lidar com os sentimentos advindos da avaliação?
Todos conhecemos situações de avaliação, temos com ela familiaridade. Os pais ou responsáveis, mesmo que não saibam nada da escola, sabem que há um sistema de avaliação. Este sentimento de familiaridade pode facilitar a análise, a pesquisa a reflexão, ou pode até dificultá-la. O educador pode imaginar que já possui uma larga experiência no tema sem necessidade de análise ou discussão
A ideia mais antiga da avaliação é a avaliação da aprendizagem cognitiva. Assim, a grande maioria, associa o conceito de avaliação a esta ideia. Esta aspecto é o mais comentado e o mais divulgado. No entanto há outros aspectos, tão necessários, outras dimensões tão importantes a serem consideradas na escola como avaliação de currículo, de programas, de instituições, de desempenho profissional e de estruturas.
Todos os aspectos da avaliação possuem um elemento básico: o de que a avaliação envolve um julgamento de valor, de mérito. Valeu ou não valeu? Serviu ou não? Quase sempre, a avaliação está baseada em critérios pessoais, incluindo critérios teóricos de julgamento, de sentimento. Na avaliação se inclui ainda, por influenciar no resultado, clima, local, espaço, materiais. Avaliando estaremos emitindo julgamento para que se busque e se façam ações de melhorias.
Muitas vezes, avaliação e prova, são tomados como sinônimos. No entanto, a pedagogia do ensino/aprendizagem, difere da pedagogia da prova, a qual acaba tomando o espaço do ensino, da investigação, da pesquisa, da criatividade. Os educandos estudam, sem ver em si, o valor do conhecimento, estudam para a prova. O estudante vai para a escola para ter nota na prova, passar de ano, ao invés de ir para conhecer, para aprender.
A avaliação é cada para que o estudante tome decisões como se fossem produtos Como se fosse uma máquina e estivesse executando as atividades para a qual foi criada Como se educando fizesse o que queremos como um comandado Como se a educação fosse um modelo empresarial, sem verificar outros focos, outras vertentes.
Queremos enfatizar a importância dos instrumentos, dos procedimentos da sistemática das técnicas e da dimensão política pois a avaliação deve ser vista além da avaliação da aprendizagem. Outras dimensões devem ser analisadas mas Qual a direção? Qual a proposta? O que se pretende? Para que avaliar? Que escola queremos?
A questões qualidade e participação, no âmbito educacional, merecem muito cuidado, cujas concepções podem diferir ou possuir nuances importantes. A qualidade deve ser crítico transformadora, que busque humanizar o educando, que ajude o educando a se conhecer, que este compreenda e se integre na sociedade, que crie utopias no sentido filosófico, do ideal que queremos de seres solidários, com direitos, justiça e liberdade e com questionamentos como: Como tornar a escola significativa? Como selecionar o que vale a pena em cada componente curricular? O que queremos em relação a sociedade?
A avaliação exige, também, posicionamentos. As práticas pedagógicas devem ser coerentes em relação ao que queremos. Na concepção tradicional o estudante é objeto, na atual é o sujeito participativo.
A avaliação é um centro de forças cujo processo, possui interfaces significativas tais como:
• Relação entre família/escola. Os pais/responsáveis, devem ter na escola um centro irradiador e criador de cultura. A importância de sua participação é inquestionável. Que as decisões sejam conjuntas, que o currículo seja participativo.
• Necessidade de contrato pedagógico com o estudante. Os educandos são sujeitos do processo ensino/aprendizagem, consequentemente, o são da avaliação.
• Importância de todo o conjunto da escola e da política da instituição. Como a escola é organizada, no todo? Qual o nível de participação? Há diálogo? A construção só se faz bem, se for feita coletivamente, com diferentes agentes. Como é o planejamento, organização das aulas, programação. É significativo? É flexível? Qual a validade para a vida?
A avaliação é compreendida como um conjunto de atuações que busca orientar a ação pedagógica. Ocorre, continuamente, interpretando a qualidade e quantidade do conhecimento construído pelo estudante.
A avaliação para o professor possibilita uma reflexão sobre sua prática educacional oferecendo-lhe subsídios para rever e, se for o caso, criar novos instrumentos. Para o estudante, é conscientizadoras de suas conquistas e dificuldades. Para a escola possibilita definir prioridades e apoio onde houver maior necessidade.
Assim, a avaliação, permitindo ajustes constantes no processo de ensino e aprendizagem, contribui para o sucesso da tarefa educativa e deve ser, necessariamente, incluída em todo o decorrer do processo, desde a avaliação inicial, investigativa, ou sempre que se propuser novos conteúdos, para efetivação do planejamento, avaliação contínua ao longo do processo e ao final de uma etapa de trabalho.
O caráter de terminalidade e de medição, do que foi aprendido pelo estudante, dará lugar a avaliação que servirá de indicação para reorientação da prática educacional.
Para tanto, deverá ser utilizado instrumento que permita a observação sistemática, a análise das variadas produções dos alunos além das atividades específicas para avaliação.
Acompanhar e avaliar passo a passo, a aprendizagem detectando na origem, os problemas, usar técnicas didáticas variadas, adequadas e inovadoras, empregar procedimentos educacionais de efetividade comprovada, como por exemplo alunos monitores, mestres presentes, ambiente adequado.
A criança, especialmente período da Educação Infantil, encontra-se em uma fase em que ocorrem mudanças contínuas e rápidas quanto ao seu desenvolvimento global. Assim, devem ser oferecidas condições para que o educador conheça as etapas do processo evolutivo do educando nesta fase, pois este será o ponto de partida da avaliação escolar. Conhecendo-se como se processa o desenvolvimento motor, a linguagem, a socialização, e os comportamentos típicos de cada idade, poder-se-á acompanhar os progressos do Educando ao longo do tempo.
Na avaliação o estudante é o sujeito, considerando-se que a educação é, também, afetividade, além da instrução, do conhecimento. Uma das maiores preocupações deve ser refletir juntamente com o Educador, em que condições se deve avaliar, e porque avaliar. Estrategicamente, todo o processo sistêmico deve ser uma constante, de forma a identificar possíveis falhas no desempenho curricular que venham a afetar, quer seja retardando, ou até mesmo, provocando um adiantamento inadvertido sobre o desenvolvimento intelectual do Educando. Assim, não só os Professores, Monitores, Estagiários e todos que mantém contato com o estudante serão chamados a opinar, mas também, integralizados a Direção e demais trabalhadores da Escola, os pais e responsáveis, para que possam emitir as diferenciações observadas nos ambientes escolar, familiar e social para que a avaliação seja sempre integrada ao projeto da escola numa perspectiva crítica e renovadora, que desperte bons sentimentos, que seja uma avaliação democrática, justa e solidária.
O processo global do desenvolvimento da criança, depende de todos os fatores e ocorrências envolvidos. Assim, por influenciar no resultado, a avaliação da escola deverá abranger, também, a avaliação dos métodos, das técnicas e procedimentos, dos instrumentos, dos materiais, da sistemática e de todas as práticas pedagógicas empregadas, e se estas estão coerentes com o conteúdo trabalhado, a filosofia e a política educacional adotada, para que se busquem em conjunto soluções adequadas para as dificuldades.
Desta forma, além da avaliação da aprendizagem, outras dimensões devem ser analisadas, como a dimensão política e a auto avaliação do educando e do educador, do conhecimento que está sendo construído, e, de todos os aspectos e dimensões que influenciam na avaliação do que foi realizado, de sua validade para que se processe ações de melhoria do processo ensino/aprendizagem.
Para bem cumprir este papel a avaliação deve ser abordada, também, nos níveis da organização do trabalho escolar e sua função socializadora e cultural, de formação de valores, etc., atingindo aspectos administrativos e sociais.
A avaliação permite verificar a evolução do estudante no decorrer do tempo, sua aplicabilidade, deve ser através da observação criteriosa e orientação constante das atividades, atitudes e particularidades das crianças, registrando os fatos relevantes, positivos ou negativos. Quando as tarefas são executadas dentro dos padrões pré-estabelecidos, a atuação do estudante será estimulada e elogiada para a manutenção do comportamento ou do desempenho. Por outro lado quando o desempenho do educando deixar de corresponder ao desejado, uma conversa franca transmitirá ao estudante orientações para que utilize adequadamente seu potencial e seja motivado para uma melhoria contínua.
A orientação ao educador, é de que este deve estar aberto a uma reflexão crítica sobre ele mesmo e a uma análise sincera da coerência entre os princípios educacionais adotados e suas atitudes e atividades. É muito importante avaliar a organização do trabalho pedagógico. Muitas vezes, o fato de uma criança não estar se desenvolvendo bem, indica que a metodologia, as atividades e o relacionamento afetivo com o grupo não são os mais adequados.
Na análise de suas falhas, o Educador deve buscar novas alternativas para um melhor atendimento às necessidades do grupo e de cada estudante. Muitas vezes, se os resultados deixam de corresponderem as expectativas, a atividade deve ser replanejada. Outras vezes são os procedimentos que devem ser alterados.
O planejamento deve conter espaço para observações quanto ao interesse e participação do grupo, como também, o motivo de não realização, interrupções ou modificações ocorridas.
O educador deve ter conhecimento antecipado de suas atribuições, de suas atividades e tarefas e da quantidade e qualidade com que se espera que sejam executadas. Cada um será conscientizado da importância do seu trabalho levando-se em conta as situações limitadoras do desempenho individual tais como; capacitação, sobrecarga, instalações e equipamentos, material, etc., que detectadas buscar-se-á soluções adequadas.
As seguintes iniciativas, quando disponibilizadas para o educador, certamente, ajudarão no desempenho ideal:
• Disponibilização para leitura os documentos básicos da escola (Regimento Escolar, Planejamento Didático Pedagógico, Regulamento do Pessoal, Manual de Funcionamento, Plano de atendimento etc.;
• Oportunidade de atualização constante por meio de materiais adequados;
• Participação em eventos tais como: cursos, palestras e outros;
• Tratamento dos eventuais problemas de saúde física ou mental;
• Reuniões onde se discute temas de interesse geral e
• Trabalhar a Alfabetização Emocional.
Ao professor deve ser oportunizado discussões para reflexão e técnicas demonstrativas quanto aos fatores de importância para o seu desempenho ideal, para que tais aspectos possam ser, posteriormente, objetos de auto avaliação, de avaliação de pares e dirigentes.
Reflexões para o educador:
1. O que eu faço contribui para quê?
2. As minhas ações estão sintonizadas com o meu discurso?
3. As minhas atitudes podem servir de modelo?
4. O que eu faço em relação ao meu grupo de convívio é como eu gostaria que todos os membros do grupo agissem para comigo?
5. Tenho preservado a dignidade diante dos fatores: econômico, segurança, qualidade, produtividade e integridade física, mental e espiritual?
Aspectos que devem ser avaliados no educador
Acompanhamento, controle Cooperação Organização
Adaptabilidade Criatividade Persistência
Administração de conflitos Cumprimento de normas Planejamento
Aparência pessoal Dinamismo Pontualidade
Assiduidade Disciplina Qualidade dos serviços
Atenção Espírito de equipe Relacionamento
Autodesenvolvimento Habilidade de ouvir Relacionamento interpessoal
Capacidade de decisão Iniciativa Responsabilidade
Comunicação Interesse Senso de custo
Conhecimento técnico Liderança Solução de problemas
Virtudes, qualidades importantes na tarefa de educar
AMOR Diplomacia; Motivação
Alegria; Disciplina; Observação;
Ambição; Discrição; Paciência;
Arte de saber esperar; Domínio do conteúdo; Otimismo;
Assiduidade; Empatia; Perseverança;
Autenticidade; Entusiasmo; Planejamento;
Autoconfiança; Equilíbrio emocional; Pontualidade;
Autocrítica; Estabilidade; Preocupação com o futuro;
Boa vontade; Espírito de continuidade; Proficiência;
Bom Humor; Exatidão; Respeito a individualidade;
Calma; Flexibilidade; Saber ouvir;
Capacidade de consultar; Fluência verbal; Sensibilidade;
Capacidade de observação; Guerra ao verbalismo; Serenidade;
Capacidade de dinamismo; Honestidade; Simpatia;
Clareza; Humildade; Simplicidade;
Cooperação; Imparcialidade; Sinceridade;
Criatividade; Inflexão da voz; Sociabilidade;
Dedicação; Iniciativa; Tolerância;
Delicadeza nas censuras; Lealdade; Tato;
Dinamismo; Maturidade; Tranquilidade
É indispensável a auto avaliação dos estudantes, quando se pretende desenvolver a autonomia e o pensamento crítico. Esse procedimento é importante para a formação de pessoas criadoras, críticas e cooperativas. Para que os estudantes sintam-se comprometidos com a realização das atividades, estas, serão previamente discutidas com eles, buscando-se a adesão e o comprometimento de cada um.
Assim definir padrões de qualidade, prazos, quantidade, juntamente com os estudantes, conscientizando-os da importância da tarefa será o primeiro passo para uma plena adesão objetivando alcançar o êxito pretendido.
Durante o planejamento das atividades o professor analisará as seguintes situações limitadoras do desempenho de cada estudante; capacidade individual, quantidade adequada de atividades, qualidade das instalações e equipamentos, material adequado, método e técnica utilizados, e outras, que podem intervir na qualidade da participação de cada estudante, para que o acordo mútuo, entre educador e educando, seja firmado conforme o que cada um pode dar de melhor.
A persistência e o interesse, na realização das atividades, são aspectos nos quais os estudantes, desde pequenas, podem refletir. Após cada atividade os estudantes serão incentivadas a refletirem como foi o aproveitamento do tempo na realização da tarefa, como foi o comportamento e as atitudes, o que poderia ter feito e não o fez (que possibilidades perdeu), etc.
Além da auto avaliação oral, realizada a cada etapa do trabalho, os estudantes devem ser orientados no sentido de analisarem suas atividades e atitudes procurando desenvolver a autocrítica e colaborar para seu ajustamento pessoal e social.
Habilidades geniais dos educandos que, muitas vezes, apresentam outras dificuldades:
Excelente memória a longo prazo para experiências, lugares e rostos;
Expressão do pensamento com imagens e sentimentos;
Facilidade de executar tarefas com ambas as mãos;
Talento para artes, música, desenho, teatro, esportes;
Intuição aguçada, curiosidade e perspicácia.
Dificuldades que podem estar impedindo seu desenvolvimento harmoniosos
Na fala:
Início tardio da fala;
Frases gramaticalmente incorretas;
Dificuldades de colocar o pensamento em palavras;
Inversão de palavras. Ao invés de dizer: “A grama verde” dizer: “Verde a grama”;
Inabilidade para se concentrar e compreender o que se ouve;
Usa frases entrecortadas, balbucia quando está estressado, não pronuncia direito palavras longas.
Dificuldades na escrita:
Dificuldade em formular uma sentença: frases incompletas e incorreções gramaticais;
Dificuldade de orientação espacial.
Dificuldade de leitura:
Fraca memorização e compreensão precária;
Problema na identificação dos pontos importantes de uma estória;
Confusão de palavras e dificuldades de assimilar vocabulário novo.
Dificuldade Lógico-Matemática:
Dificuldade em contagem;
Imaturidade para abstrair;
Dificuldade de fixar conceitos;
Lentidão de raciocínio.
Outras características do estudante que podem ser observadas e avaliadas
Convive bem com a natureza É ordeiro Gosta de animais, flores e plantas
Desenha bem É polido Gosta de ler
É autoritário É prestativo Mostra entusiasmo
É autossuficiente É sincero Possui estética (admira o belo)
É bem aceito por todos É tímido Revela autoestima
É criativo É vaidoso Sabe poupar seu material
É crítico Enturma-se com facilidade Tem empatia (gosta de proteger e ajudar)
É independente Fala bem Zela pelo seu material
PROBLEMAS NA FAMÍLIA PODEM REFLETIR NA ESCOLA
Neste século as empresas, as pessoas, as instituições e toda a sociedade estão passando por um momento de reorganização e mudança de paradigmas. Para as famílias a questão é muito séria, pois o que vem acontecendo é a perda da autoridade dos genitores gerando perda dos limites fácil acesso a uma infinidade de meios de comunicação que nem sempre trazem mensagens construtivas para a formação de valores positivos e até mesmo uma legislação que em nome da proteção do menor e defesa dos direitos humanos serve de referencial para uma liberdade desorientada.
Com a aprovação do divórcio que veio legalizar uma situação de separações que vinha aumentando cada vez mais, muitos casais comentam que a separação deixou de ser um problema tanto para os casais como para os filhos. Quem convive com crianças sabe que a realidade é outra, pois para as crianças a situação é bastante difícil, quando os pais se separam, muitas delas se sentem abandonadas, culpadas e tristes precisam de tempo para se adaptar à nova vida. As crianças que vivenciam uma separação dos pais podem ficar desatentas, estragar materiais escolares e bater nos colegas, pois muitas vezes sentem-se inseguras e desestabilizadas refletindo na agressividade e distúrbios da aprendizagem.
Outro aspecto em que houve uma mudança drástica foi o fácil acesso aos meios de comunicação que incentivam o consumo de produtos, nem sempre saudáveis. As crianças passam grande parte do seu tempo em frente à TV, jogando no computador, celular ou vídeo game. O excesso de informações desordenadas gera agitação, agressividade e interesses como brincadeiras de lutas e reprodução de cenas de jogos, novelas e desenhos com comportamentos impróprios para suas idades e prejudiciais para o desenvolvimento pessoal e social. Assim, as informações das crianças, jovens e adolescentes são desconectadas, estão perdidos sem valores e princípios que visem o bem comum. Na escola repetem atitudes vistas na TV ou internet sem entenderem se são boas ou ruins.
Trabalhar com as crianças e suas famílias conscientizando da necessidade de selecionar os programas fazendo uso racional da internet e TV para que não se acostumem a uma vida fictícia e aprendam a discernir entre o bem e o mal, entre o certo e o errado o que é tarefa bastante complexa mas que requer da escola atenção especial. Analisar novelas discutir comportamentos vistos na TV e informações da internet podem ajudar os estudantes a discernir entre o que traz benefícios e o que pode ser prejudicial
domingo, 9 de maio de 2021
IMPORTÂNCIA DO TRABALHO CONJUNTO FAMÍLIA E ESCOLA
Participar é repartir poder e responsabilidades e a qualidade está intimamente ligada a participação e muito mais se tratando de educação e quanto a interação família x escola trará benefícios inquestionáveis onde o sucesso será de todos. Muitas são as vantagens da participação:
• Resolve problemas impossíveis de serem equacionados individualmente.
• Gera comprometimento com soluções adotadas uma vez que todos contribuem para se chegar a elas. As pessoas dão mais valor e apoiam o que ajudam a criar.
• Fortalece o processo de decisão e facilita a descentralização do comando.
• Prepara quadros de liderança para a organização.
• Abre caminho para a realização pessoal e profissional das pessoas.
A participação tem duas bases complementares:
1. Base afetiva: sentimos bem em fazer as coisas com os outros.
2. Base técnica: fazer as coisas com outros é mais eficaz e mais eficiente do que fazê-las isoladamente.
Em resumo o envolvimento grupal garante compromisso com os resultados significado do empreendimento e cumprimento fiel das decisões. No campo educacional esta participação é de inegável importância para a consecução dos objetivos comuns escola e família pois depois da família, a escola é a mais importante instituição socializadora, participando cada vez mais cedo da vida das crianças e trabalhando com crescente ênfase na formação de valores.
A escola propicia vivências que orientam para o presente e para o futuro. É o lugar onde se aprende sobre conteúdos fundamentais, mas também é um espaço de relações humanas, de construção de modelos, de reflexão e de experiência. A instituição de ensino é a mais adequada parceira com a família para um trabalho de vivências cidadãs, de altruísmo, de generosidade e de solidariedade.
Como consequência direta do entrosamento da família na escola, a instituição de ensino ganha mais respeito da comunidade, desperta o interesse de seus educandos para com os estudos (diminuindo o fracasso, a repetência e a evasão), desenvolve uma gestão mais democrática e eficiente, dissemina uma cultura de paz e solidariedade e promove a inclusão e a participação social.
É papel da escola conscientizar a família de que há diversas formas de linguagem, que a formação para a cidadania é muito importante, que o aprendizado deve ser permanente, que os comportamentos como, por exemplo, o aluno que fala demais pode estar manifestando sua inteligência linguística, e que buscar o conhecimento e domínio das novas tecnologias é importante para acompanharem seus dependentes.
Por outro lado o professor também deve estar sempre à procura de atualização nas novas tecnologias, de compreender os processos de aprendizagem e de motivação humana. Reformular projetos e modelos adequá-los a realidade e a atualidade é o primeiro passo para um novo caminhar educacional.
Conforme a revista Escola, no artigo A Vida Invade a Escola - Quando o Tema é separação. “A melhor ajuda que o professor pode dar ao aluno é escutar. Principalmente quando os pais, de tão envolvidos consigo mesmos, se esquecem do filho” (MALDONADO, 2001 p. 24) é muito importante para o aluno ter alguém com quem possa conversar.
Maria Eliane da Silva, com sua experiência, relata também em A Vida Invade a Escola - Quando o Tema é separação. Rev. Escola, São Paulo. p. 24 abr. 2001 que a melhor opção é trabalhar a autoestima e sugere:
“Identifique e elogie os valores e aptidões do estudante.
Informe-se sobre o desenvolvimento infantil para saber o que a criança necessita
Conheça o educando e sua família
Mostre-se sempre aberto para conversar, auxiliar e dar atenção
Jamais isole a criança e convide-a para participar das atividades
Nunca exponha a criança destacando seu comportamento desatento
Evite concessões: o aluno tem que seguir as regras das outras crianças.”
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