segunda-feira, 10 de maio de 2021

AVALIAÇÃO

Devemos pensar e perguntarmos além do como avaliar O que é avaliar? O por que avaliar? Para que avaliar? Qual a avaliação que interessa? Antes de tudo a avaliação deve estar aliada ao currículo e ter uma perspectiva crítica e criadora. Numa experiência de avaliação Que sentimentos são a ela associados? São confortáveis, geram prazer, bem-estar, conforto ou desagradáveis, geram desconforto, medo, fracasso? Quase sempre a avaliação é associada a ameaça e a sentimentos desagradáveis como tristeza, vergonha, culpa. Por que a avaliação traz este sentimento? Por que traz uma marca ameaçadora, fazendo com que as pessoas a rejeitem? Provavelmente, ocorre pelo mau uso que sempre se fez da avaliação, pelas situações dela advindas. Como avaliar minimizando estas situações? Como fazê-la de forma a não ser controladora, ameaçadora? Qual o outro caminho? Qual a educação mais democrática, mais justa e solidária? Quais as outras práticas? Como lidar com os sentimentos advindos da avaliação? Todos conhecemos situações de avaliação, temos com ela familiaridade. Os pais ou responsáveis, mesmo que não saibam nada da escola, sabem que há um sistema de avaliação. Este sentimento de familiaridade pode facilitar a análise, a pesquisa a reflexão, ou pode até dificultá-la. O educador pode imaginar que já possui uma larga experiência no tema sem necessidade de análise ou discussão A ideia mais antiga da avaliação é a avaliação da aprendizagem cognitiva. Assim, a grande maioria, associa o conceito de avaliação a esta ideia. Esta aspecto é o mais comentado e o mais divulgado. No entanto há outros aspectos, tão necessários, outras dimensões tão importantes a serem consideradas na escola como avaliação de currículo, de programas, de instituições, de desempenho profissional e de estruturas. Todos os aspectos da avaliação possuem um elemento básico: o de que a avaliação envolve um julgamento de valor, de mérito. Valeu ou não valeu? Serviu ou não? Quase sempre, a avaliação está baseada em critérios pessoais, incluindo critérios teóricos de julgamento, de sentimento. Na avaliação se inclui ainda, por influenciar no resultado, clima, local, espaço, materiais. Avaliando estaremos emitindo julgamento para que se busque e se façam ações de melhorias. Muitas vezes, avaliação e prova, são tomados como sinônimos. No entanto, a pedagogia do ensino/aprendizagem, difere da pedagogia da prova, a qual acaba tomando o espaço do ensino, da investigação, da pesquisa, da criatividade. Os educandos estudam, sem ver em si, o valor do conhecimento, estudam para a prova. O estudante vai para a escola para ter nota na prova, passar de ano, ao invés de ir para conhecer, para aprender. A avaliação é cada para que o estudante tome decisões como se fossem produtos Como se fosse uma máquina e estivesse executando as atividades para a qual foi criada Como se educando fizesse o que queremos como um comandado Como se a educação fosse um modelo empresarial, sem verificar outros focos, outras vertentes. Queremos enfatizar a importância dos instrumentos, dos procedimentos da sistemática das técnicas e da dimensão política pois a avaliação deve ser vista além da avaliação da aprendizagem. Outras dimensões devem ser analisadas mas Qual a direção? Qual a proposta? O que se pretende? Para que avaliar? Que escola queremos? A questões qualidade e participação, no âmbito educacional, merecem muito cuidado, cujas concepções podem diferir ou possuir nuances importantes. A qualidade deve ser crítico transformadora, que busque humanizar o educando, que ajude o educando a se conhecer, que este compreenda e se integre na sociedade, que crie utopias no sentido filosófico, do ideal que queremos de seres solidários, com direitos, justiça e liberdade e com questionamentos como: Como tornar a escola significativa? Como selecionar o que vale a pena em cada componente curricular? O que queremos em relação a sociedade? A avaliação exige, também, posicionamentos. As práticas pedagógicas devem ser coerentes em relação ao que queremos. Na concepção tradicional o estudante é objeto, na atual é o sujeito participativo. A avaliação é um centro de forças cujo processo, possui interfaces significativas tais como: • Relação entre família/escola. Os pais/responsáveis, devem ter na escola um centro irradiador e criador de cultura. A importância de sua participação é inquestionável. Que as decisões sejam conjuntas, que o currículo seja participativo. • Necessidade de contrato pedagógico com o estudante. Os educandos são sujeitos do processo ensino/aprendizagem, consequentemente, o são da avaliação. • Importância de todo o conjunto da escola e da política da instituição. Como a escola é organizada, no todo? Qual o nível de participação? Há diálogo? A construção só se faz bem, se for feita coletivamente, com diferentes agentes. Como é o planejamento, organização das aulas, programação. É significativo? É flexível? Qual a validade para a vida? A avaliação é compreendida como um conjunto de atuações que busca orientar a ação pedagógica. Ocorre, continuamente, interpretando a qualidade e quantidade do conhecimento construído pelo estudante. A avaliação para o professor possibilita uma reflexão sobre sua prática educacional oferecendo-lhe subsídios para rever e, se for o caso, criar novos instrumentos. Para o estudante, é conscientizadoras de suas conquistas e dificuldades. Para a escola possibilita definir prioridades e apoio onde houver maior necessidade. Assim, a avaliação, permitindo ajustes constantes no processo de ensino e aprendizagem, contribui para o sucesso da tarefa educativa e deve ser, necessariamente, incluída em todo o decorrer do processo, desde a avaliação inicial, investigativa, ou sempre que se propuser novos conteúdos, para efetivação do planejamento, avaliação contínua ao longo do processo e ao final de uma etapa de trabalho. O caráter de terminalidade e de medição, do que foi aprendido pelo estudante, dará lugar a avaliação que servirá de indicação para reorientação da prática educacional. Para tanto, deverá ser utilizado instrumento que permita a observação sistemática, a análise das variadas produções dos alunos além das atividades específicas para avaliação. Acompanhar e avaliar passo a passo, a aprendizagem detectando na origem, os problemas, usar técnicas didáticas variadas, adequadas e inovadoras, empregar procedimentos educacionais de efetividade comprovada, como por exemplo alunos monitores, mestres presentes, ambiente adequado. A criança, especialmente período da Educação Infantil, encontra-se em uma fase em que ocorrem mudanças contínuas e rápidas quanto ao seu desenvolvimento global. Assim, devem ser oferecidas condições para que o educador conheça as etapas do processo evolutivo do educando nesta fase, pois este será o ponto de partida da avaliação escolar. Conhecendo-se como se processa o desenvolvimento motor, a linguagem, a socialização, e os comportamentos típicos de cada idade, poder-se-á acompanhar os progressos do Educando ao longo do tempo. Na avaliação o estudante é o sujeito, considerando-se que a educação é, também, afetividade, além da instrução, do conhecimento. Uma das maiores preocupações deve ser refletir juntamente com o Educador, em que condições se deve avaliar, e porque avaliar. Estrategicamente, todo o processo sistêmico deve ser uma constante, de forma a identificar possíveis falhas no desempenho curricular que venham a afetar, quer seja retardando, ou até mesmo, provocando um adiantamento inadvertido sobre o desenvolvimento intelectual do Educando. Assim, não só os Professores, Monitores, Estagiários e todos que mantém contato com o estudante serão chamados a opinar, mas também, integralizados a Direção e demais trabalhadores da Escola, os pais e responsáveis, para que possam emitir as diferenciações observadas nos ambientes escolar, familiar e social para que a avaliação seja sempre integrada ao projeto da escola numa perspectiva crítica e renovadora, que desperte bons sentimentos, que seja uma avaliação democrática, justa e solidária. O processo global do desenvolvimento da criança, depende de todos os fatores e ocorrências envolvidos. Assim, por influenciar no resultado, a avaliação da escola deverá abranger, também, a avaliação dos métodos, das técnicas e procedimentos, dos instrumentos, dos materiais, da sistemática e de todas as práticas pedagógicas empregadas, e se estas estão coerentes com o conteúdo trabalhado, a filosofia e a política educacional adotada, para que se busquem em conjunto soluções adequadas para as dificuldades. Desta forma, além da avaliação da aprendizagem, outras dimensões devem ser analisadas, como a dimensão política e a auto avaliação do educando e do educador, do conhecimento que está sendo construído, e, de todos os aspectos e dimensões que influenciam na avaliação do que foi realizado, de sua validade para que se processe ações de melhoria do processo ensino/aprendizagem. Para bem cumprir este papel a avaliação deve ser abordada, também, nos níveis da organização do trabalho escolar e sua função socializadora e cultural, de formação de valores, etc., atingindo aspectos administrativos e sociais. A avaliação permite verificar a evolução do estudante no decorrer do tempo, sua aplicabilidade, deve ser através da observação criteriosa e orientação constante das atividades, atitudes e particularidades das crianças, registrando os fatos relevantes, positivos ou negativos. Quando as tarefas são executadas dentro dos padrões pré-estabelecidos, a atuação do estudante será estimulada e elogiada para a manutenção do comportamento ou do desempenho. Por outro lado quando o desempenho do educando deixar de corresponder ao desejado, uma conversa franca transmitirá ao estudante orientações para que utilize adequadamente seu potencial e seja motivado para uma melhoria contínua. A orientação ao educador, é de que este deve estar aberto a uma reflexão crítica sobre ele mesmo e a uma análise sincera da coerência entre os princípios educacionais adotados e suas atitudes e atividades. É muito importante avaliar a organização do trabalho pedagógico. Muitas vezes, o fato de uma criança não estar se desenvolvendo bem, indica que a metodologia, as atividades e o relacionamento afetivo com o grupo não são os mais adequados. Na análise de suas falhas, o Educador deve buscar novas alternativas para um melhor atendimento às necessidades do grupo e de cada estudante. Muitas vezes, se os resultados deixam de corresponderem as expectativas, a atividade deve ser replanejada. Outras vezes são os procedimentos que devem ser alterados. O planejamento deve conter espaço para observações quanto ao interesse e participação do grupo, como também, o motivo de não realização, interrupções ou modificações ocorridas. O educador deve ter conhecimento antecipado de suas atribuições, de suas atividades e tarefas e da quantidade e qualidade com que se espera que sejam executadas. Cada um será conscientizado da importância do seu trabalho levando-se em conta as situações limitadoras do desempenho individual tais como; capacitação, sobrecarga, instalações e equipamentos, material, etc., que detectadas buscar-se-á soluções adequadas. As seguintes iniciativas, quando disponibilizadas para o educador, certamente, ajudarão no desempenho ideal: • Disponibilização para leitura os documentos básicos da escola (Regimento Escolar, Planejamento Didático Pedagógico, Regulamento do Pessoal, Manual de Funcionamento, Plano de atendimento etc.; • Oportunidade de atualização constante por meio de materiais adequados; • Participação em eventos tais como: cursos, palestras e outros; • Tratamento dos eventuais problemas de saúde física ou mental; • Reuniões onde se discute temas de interesse geral e • Trabalhar a Alfabetização Emocional. Ao professor deve ser oportunizado discussões para reflexão e técnicas demonstrativas quanto aos fatores de importância para o seu desempenho ideal, para que tais aspectos possam ser, posteriormente, objetos de auto avaliação, de avaliação de pares e dirigentes. Reflexões para o educador: 1. O que eu faço contribui para quê? 2. As minhas ações estão sintonizadas com o meu discurso? 3. As minhas atitudes podem servir de modelo? 4. O que eu faço em relação ao meu grupo de convívio é como eu gostaria que todos os membros do grupo agissem para comigo? 5. Tenho preservado a dignidade diante dos fatores: econômico, segurança, qualidade, produtividade e integridade física, mental e espiritual? Aspectos que devem ser avaliados no educador Acompanhamento, controle Cooperação Organização Adaptabilidade Criatividade Persistência Administração de conflitos Cumprimento de normas Planejamento Aparência pessoal Dinamismo Pontualidade Assiduidade Disciplina Qualidade dos serviços Atenção Espírito de equipe Relacionamento Autodesenvolvimento Habilidade de ouvir Relacionamento interpessoal Capacidade de decisão Iniciativa Responsabilidade Comunicação Interesse Senso de custo Conhecimento técnico Liderança Solução de problemas Virtudes, qualidades importantes na tarefa de educar AMOR Diplomacia; Motivação Alegria; Disciplina; Observação; Ambição; Discrição; Paciência; Arte de saber esperar; Domínio do conteúdo; Otimismo; Assiduidade; Empatia; Perseverança; Autenticidade; Entusiasmo; Planejamento; Autoconfiança; Equilíbrio emocional; Pontualidade; Autocrítica; Estabilidade; Preocupação com o futuro; Boa vontade; Espírito de continuidade; Proficiência; Bom Humor; Exatidão; Respeito a individualidade; Calma; Flexibilidade; Saber ouvir; Capacidade de consultar; Fluência verbal; Sensibilidade; Capacidade de observação; Guerra ao verbalismo; Serenidade; Capacidade de dinamismo; Honestidade; Simpatia; Clareza; Humildade; Simplicidade; Cooperação; Imparcialidade; Sinceridade; Criatividade; Inflexão da voz; Sociabilidade; Dedicação; Iniciativa; Tolerância; Delicadeza nas censuras; Lealdade; Tato; Dinamismo; Maturidade; Tranquilidade É indispensável a auto avaliação dos estudantes, quando se pretende desenvolver a autonomia e o pensamento crítico. Esse procedimento é importante para a formação de pessoas criadoras, críticas e cooperativas. Para que os estudantes sintam-se comprometidos com a realização das atividades, estas, serão previamente discutidas com eles, buscando-se a adesão e o comprometimento de cada um. Assim definir padrões de qualidade, prazos, quantidade, juntamente com os estudantes, conscientizando-os da importância da tarefa será o primeiro passo para uma plena adesão objetivando alcançar o êxito pretendido. Durante o planejamento das atividades o professor analisará as seguintes situações limitadoras do desempenho de cada estudante; capacidade individual, quantidade adequada de atividades, qualidade das instalações e equipamentos, material adequado, método e técnica utilizados, e outras, que podem intervir na qualidade da participação de cada estudante, para que o acordo mútuo, entre educador e educando, seja firmado conforme o que cada um pode dar de melhor. A persistência e o interesse, na realização das atividades, são aspectos nos quais os estudantes, desde pequenas, podem refletir. Após cada atividade os estudantes serão incentivadas a refletirem como foi o aproveitamento do tempo na realização da tarefa, como foi o comportamento e as atitudes, o que poderia ter feito e não o fez (que possibilidades perdeu), etc. Além da auto avaliação oral, realizada a cada etapa do trabalho, os estudantes devem ser orientados no sentido de analisarem suas atividades e atitudes procurando desenvolver a autocrítica e colaborar para seu ajustamento pessoal e social. Habilidades geniais dos educandos que, muitas vezes, apresentam outras dificuldades: Excelente memória a longo prazo para experiências, lugares e rostos; Expressão do pensamento com imagens e sentimentos; Facilidade de executar tarefas com ambas as mãos; Talento para artes, música, desenho, teatro, esportes; Intuição aguçada, curiosidade e perspicácia. Dificuldades que podem estar impedindo seu desenvolvimento harmoniosos Na fala: Início tardio da fala; Frases gramaticalmente incorretas; Dificuldades de colocar o pensamento em palavras; Inversão de palavras. Ao invés de dizer: “A grama verde” dizer: “Verde a grama”; Inabilidade para se concentrar e compreender o que se ouve; Usa frases entrecortadas, balbucia quando está estressado, não pronuncia direito palavras longas. Dificuldades na escrita: Dificuldade em formular uma sentença: frases incompletas e incorreções gramaticais; Dificuldade de orientação espacial. Dificuldade de leitura: Fraca memorização e compreensão precária; Problema na identificação dos pontos importantes de uma estória; Confusão de palavras e dificuldades de assimilar vocabulário novo. Dificuldade Lógico-Matemática: Dificuldade em contagem; Imaturidade para abstrair; Dificuldade de fixar conceitos; Lentidão de raciocínio. Outras características do estudante que podem ser observadas e avaliadas Convive bem com a natureza É ordeiro Gosta de animais, flores e plantas Desenha bem É polido Gosta de ler É autoritário É prestativo Mostra entusiasmo É autossuficiente É sincero Possui estética (admira o belo) É bem aceito por todos É tímido Revela autoestima É criativo É vaidoso Sabe poupar seu material É crítico Enturma-se com facilidade Tem empatia (gosta de proteger e ajudar) É independente Fala bem Zela pelo seu material

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