A CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA DA ARTE

No âmbito escolar é inegável a importância da arte. Este item pretende pesquisar, analisar o cotidiano do educador, neste aspecto, para repensar e definir propostas a professores interessados em ampliar a concepção de aquisição e construção do conhecimento, incluindo a Arte em suas atividades educacionais, mesmo não sendo o professor específico deste componente curricular. A concepção pedagógica da arte iniciada com Platão e Aristóteles reaparece em Kant que reafirma que a função da arte é produzir encantamento e arrebatamento do espírito produzindo o sentimento do sublime e que, para tanto é necessário educar e cultivar o espírito. Hegel insiste no papel educativo da arte em duas modalidades: educação moral da sociedade e educação para passar do natural e material para o artístico e deste para a religião. O pensamento estético também atribui finalidade pedagógica as artes com a tarefa de crítica social e política, interpretação do presente e imaginação da sociedade futura. Chauí, Mailena, Convite à Filosofia, 2003, pág. 287, define: ...o pensamento estético da esquerda também atribui finalidade pedagógica às artes, dando-lhe a tarefa de crítica social e política, interpretação do presente e imaginação da sociedade futura. A arte deve ser engajada ou comprometida, isto é, estar a serviço da emancipação do gênero humano, oferecendo-se como instrumento do esforço de libertação. A educação em arte propicia desenvolver o pensamento artístico que amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação favorecendo assim, a criatividade em outros Componentes Curriculares como, por exemplo, imaginação na construção de um texto e estratégias matemáticas. Criar e conhecer estão associados e ser flexível é condição para construir conhecimentos. Grande parte das profissões, nos mais diferentes ramos, utilizam a arte. Tudo que vemos foi imaginado, desenhado, esculpido, pintado. O estilista a costureira e todos que trabalham com tecidos necessitam de noções de cores e seus efeitos, texturas, padronagens. Para dispor pontos de luz para que as pessoas tenham a sensação de aumento ou diminuição de espaços o eletricista usa noções de arte. Para adequar forma e espaço, cores e linhas retas e curvas, um mestre de obras utilizar noções de arte. Um câmera-men para um enfoque perfeito necessita ter noção de ângulos e perspectiva. Assim, em média, 30% das profissões lidam com arte que nem sempre se apresenta como uma obra de arte: a forma dos objetos, a música dos mais diferentes grupos, a decoração das vitrines, as rezas, as danças de rua, as vestimentas, os jardins, em tudo está presente alguma forma de arte. Quando se discute diferentes tipos de arte, de diferentes culturas, o estudante pode ser despertado por valores diferentes dos seus promovendo o reconhecimento das distinções e, consequentemente, o respeito. No Ensino Fundamental a arte possui em destaque quatro linguagens: Dança, Artes Visuais, Teatro e Música. (Movimento, música, drama, artes plásticas) Os Parâmetros Curriculares Nacionais, 5a a 8a. séries, Arte, conclui que: O aluno desenvolve sua cultura de arte fazendo, conhecendo e apreciando produções artísticas, que são ações que integram o perceber, o pensar, o aprender, o recordar, o imaginar, o sentir, o expressar, o comunicar. Desta forma, a responsabilidade do professor de arte além de ser a de oportunizar a o acesso dos estudantes aos bens estéticos e artísticos da humanidade, valorizar também as formas de culturas minoritárias e estimular a curiosidade e incentivar a criatividade. Esta concepção exige repensar o cotidiano da escola e sua função social em busca da democratização dos saberes, pois é necessário mudar de vez a ideia a postura, que ainda existe, de que o menos favorecido necessita apenas ler, escrever e contar. "O que me assustou foi descobrir que o professor de arte se pensa sem História e História é importante instrumento de auto identificação. Não é por acaso que os colonizadores procuram destruir a História dos povos colonizados. Ignorância da própria História torna os povos mais facilmente manipuláveis." (apud Coutinho, 1994: 24)