segunda-feira, 3 de maio de 2021

ARTE NA EDUCAÇÃO

Uma das formas de expressão mais apreciadas pelos educandos são as atividades artísticas. Criar contribui para a formação estética, emocional e espiritual. Creio que todo educador sabe e já teve oportunidade de presenciar a grande alegria dos educandos quando se trabalha atividades artísticas. Segundo Victor Lowenfeld “ficou comprovado, sem qualquer sombra de dúvida, que a arte exerce uma influência fundamental sobre o desenvolvimento da personalidade infantil e, portanto sobre o futuro da criança. Influi na capacidade de adaptação emocional e também dá a ela os meios para tornar sua vida mais rica e mais bela. Sua sensibilidade para as experiências da percepção, adquiridas através dos olhos, dos ouvidos, do tato, assim como a descoberta da beleza; vão contribuir muito para enriquecer sua vida.” A criança que pinta, recorta, molda, desenha está se preparando melhor para utilizar o seu potencial criador e inventivo em qualquer profissão e em todas as situações da vida, adaptando-se e tirando vantagens das oportunidades que se lhe apresentarem. Além disso, com criações artísticas o educando organiza seus pensamentos e cria expressando seus sentimentos oportunidade em que livra-se de frustrações, tensões, medos, fadiga emocional que colaboram para seu bem-estar. Assim, a ausência da arte pode contribuir para que a criança se torne dependente da imitação dos padrões dos outros, pois colabora para que se sinta segura nas dificuldades e nos desafios, nas novidades, no inesperado que ocorrer em sua vida. Quanto a esta importante forma de comunicação, vivi algo que muito me envergonhou e muito me ensinou como mãe e educadora. Meu filho tinha apenas três anos de idade. Como sua irmã tinha apenas dois anos a prioridade era para ela. De manhã ele era obrigado a tomar banho, se vestir e calçar sozinho e amarrar o cadarço Todos os dias, enquanto tentava “se virar”, eu o apressava: - Rápido, estamos atrasados, sai do banho, vista logo, calce as meias e o tênis, depressa tire e vista de novo, está do avesso a frente está para trás. Nunca me dei conta de que tais atividades eram ainda muito difíceis para sua idade e seu nível de desenvolvimento. Ele por sua vez repetia: “eu sou gande” e tentava me atender: com um ano e quatro meses deixou fraldas, chupeta e mamadeira levantava-se sozinho para ir ao banheiro durante a noite e não conseguia voltar para a cama, deitava-se no primeiro local macio que encontrava pela casa: no sofá, nas almofadas, nos tapetes. Certo dia, na semana que antecedia o dia das mães, fui buscá-lo na creche. Ao me ver tomou-me pela mão e disse – “vem cá mamãe” e levou-me até sua sala onde estavam expostos desenhos que a turma fizera retratando cada um sua mãe. Levei um enorme susto quando apontou para um desenho que se destacava dos demais, todo com pincel atômico preto, com as mãos para cima, grandes olhos, cabelo despenteado e me disse com a voz de quem nem sabia falar direito: “- Essa é você, você tá bava, amanhã eu desenho uma mamãe boazinha tá bom!?” sacudindo a cabecinha. Naquele instante me dei conta de que estava exigindo dele atividades e tarefas além de sua maturidade e nível de desenvolvimento, agindo como se ele já fosse capaz de fazer tudo sozinho. Envergonhada a primeira coisa que fiz foi olhar para todos os lados para ver se alguém da escola havia presenciado a cena. Sai dali o mais depressa que pude e, é claro que depois procurei a professora para conversarmos e passei a dar a ele maior ajuda para se arrumar todas as manhãs. Naquela época, preocupada com o significado do desenho, nem percebi que seu desenho, aos três anos, já mostrava uma figura humana completa com demonstração de sentimentos e emoções, demonstrando sua inteligência espacial. Hoje, aliás já desenhou a Mamãe boazinha sei que ele tem dom e gosta de desenhar.
Questionando com as crianças quanto aos trabalhos e desenhos, pode-se descobrir problemas que estão vivenciando, expondo os trabalhos executados a escola propicia que a comunidade escolar, fazendo apreciações com comentários, investigando os procedimentos utilizados pelas crianças, realize troca de informações, troca de experiências, de valores estéticos e preferências que enriquecem a sensibilidade e a inteligência, propiciando a interação, também, com a família ao acompanhar o desenvolvimento do educando.

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