ENSINO A DISTÂNCIA

O modelo escolar, amplamente impelido a ser adotado na pandemia, de certa forma, é um modelo de aprendizagem que, possibilita alargar o potencial criativa dos educandos e suas habilidades. Educar é diferente de escolarizar e se faz por todos. Muitos estão insatisfeitos com a conjuntura do sistema educacional existente, com instituições de ensino burocráticas e hierarquizadoras incapazes de colaborar para que a pessoa transforme suas experiências e seu perfil individual em um sucessivo processo de aprendizado. Com a pandemia, foi criado um sistema alternativo que necessita reflexões para melhoria, especialmente sobre a forma e o alcance das atividades e sua incorporação à educação formal. Questiona-se a possibilidade de acesso e usufruto igualitário bem como a dominação da visão da educação como um produto pré-formatado. Os educandos tornam-se escolarizados e confundem ensino com aprendizagem, obtenção de graus com educação. Os educadores se habituam a transmissão de conteúdo ao invés de construção de conhecimento, com dificuldades de abordar e aprofundar questões relevantes para a realidade que se vive localmente, desconhecendo a individualidade e submetendo-se ao senso comum de pensamento. O imperativo de se “desinstalar” a escola que limita a imaginação e criatividade dos educandos os insere em ambiente homogeneizador do pensamento, dificultando a aceitar valores condicionando que a aprendizagem é resultado do ensino e sabedoria institucionalizada. A educação privilegia a alicia para uma sociedade de consumo e o treinamento técnico voltado para o trabalho, para classes populares. O aprendizado relaciona-se com a aquisição de nova habilidade ou compreensão, a escola distancia-se da proposta de um saber contínuo inapta a promover justiça ministrando instrução, sem conectar com competências partilhadas e felicidade. Para Freire (1996) todo aprendizado deve ser associado à conscientização da situação vivida pelo educando. Grande parte da aprendizagem formativa ocorre espontaneamente, fora da escola. Illich recomenda a desescolarização. As escolas desencorajam os pobres a assumir o controle da própria aprendizagem. Cada indivíduo deve ter o direito de exercer sua capacidade para aprender e se instruir. A construção do conhecimento mais efetiva é a que foi buscada com motivação, calcada na busca mais de ser que no ter, com ênfase em viver feliz e buscada como autodidata. É a educação da pessoa para a vida íntegra e os métodos, técnicas e tecnologias de educação a distância podem prestar à construção de um novo paradigma para a educação brasileira. O Principal no ensino à distância vai além de tecnologia ou de informação: o fundamento é a educação da pessoa para a vida. Assim a comunicação/interatividade entre educador e educando deve também atentar pela avaliação de qualidade contínua e abrangente e deve considerar seu ritmo e ajudá-lo a desenvolver graus ascendentes de competências cognitivas, habilidades e atitudes como também, permitir sentir-se seguro quanto aos resultados que vai alcançando e somar-se à auto avaliação, que auxilia o estudante a tornar-se mais autônomo, responsável, crítico, capaz de desenvolver sua independência intelectual. A educação a distância que já vinha crescendo rapidamente em todo o mundo incentivados pelas possibilidades decorrentes das novas Tecnologias da Informação e das Comunicações -TIC, ganhou maior importância pela necessidade na pandemia. O que é necessário e que cada vez mais cidadãos e instituições vejam nessa forma de educação um meio de democratizar o acesso ao conhecimento e de expandir oportunidades de aprendizagem ao longo da vida. É engano considerar que programas a distância podem dispensar o trabalho e a mediação do educador. Porém educando é sempre o foco e um dos pilares para garantir a qualidade do ensino à distância é a interação entre professores e alunos, entre colegas, mesmo à distância, é valiosa, capaz de contribuir para evitar o isolamento e manter um processo instigante, motivador de aprendizagem, facilitador de interdisciplinaridade e de adoção de atitudes de respeito e de solidariedade ao outro e deverá ocorrer ao longo do curso quantificar o número de professores/hora disponíveis para os atendimentos requeridos pelos alunos. Além disso, garantir que os estudantes tenham sua evolução e dificuldades monitoradas e que recebam respostas rápidas a suas perguntas bem como incentivos e orientação quanto ao progresso para que o estudante reflitam sobre sua realidade, permitindo contribuições de qualidade educacional, cultural e prática. Estudar a distância exige perseverança, autonomia, capacidade de organizar o próprio tempo, domínio de leitura, interpretação e domínio da tecnologia e suas principais características são: a separação física do professor e dos alunos; o estudo individualizado que difere de individualizante e egoísta; exige estudar de forma autônoma e independente com disposição de construir e partilhar seu conhecimento e dúvidas com os colegas e professor, sem se sentir isolado; o respeito a diferentes ritmos e estilos de aprendizagem, a necessidade de cooperação e colaboração e o incentivo à pesquisa e à troca de informações. Precisa, ainda de: automotivação, auto-organização, estudar de forma independente e autônoma, ser curioso, ter iniciativa própria para apresentar ideias, trabalhar em grupo, de forma colaborativa e cooperativa, ter disciplina, ser responsável e se conscientizar da necessidade de aprendizagem continuada pelo resto da vida. A educação tem finalidade em si mesma, razão e deve preocupar-se com questões mais relevantes para a sociedade, como: a construção da cidadania, a leitura do mundo, a construção do senso crítico e utopia. Na atualidade, é essencial trabalhar bem com as informações. O volume de informações que circulam por todos os meios faz com que estudar deixe de ser uma fase na vida e se tornar um processo continuado.