domingo, 26 de julho de 2020

CÂNDIDO BIGODÃO

Papai nasceu em Tiros-MG e mamãe em Patos de Minas, diziam que ele atirou em Patos acertando de leve a pata Maria. Pato é usado como um adjetivo para dizer que uma pessoa é ingênua, mamãe era muito calma, bondosa, sábia e humilde, preferia aumentar a autoestima das pessoas deixando pensarem que sabiam mais que ela; igualmente que é pessoa que é enganada, quando foi traída, mamãe sofreu enormemente, chorou copiosamente e seu desejo era que a outra Maria sumisse de lá para sempre; também que é ruim em algo, alguém que sempre perde, mamãe era ruim em odiar, sempre perdoava, e preferia deixar o outro ganhar para se alegrarem. Recém-casados, meus pais e um montão, ou um ruma ou um magote de mineiros foram morar na Colônia Agrícola Nacional de Ceres-GO, implantada por uma figura encantadora e admirável, um homem que fazia acontecer. Desbravador valente exercia fascínio sobre as pessoas, um imã, bem humorado e cheio de prestígio em Goiás, chegou a vice-governador em1954, Bernardo Sayão, homem de ação, achava o escritório um tédio, um mal necessário, local onde recebia centenas de pessoas. Meu avô foi até lá falar com ele. A atendente pediu para esperar um instante, mas sabendo da boa fama daquele homem, foi logo entrando. Bernardo Sayão, para “quebrar o gelo” perguntou: “O senhor sabe com quem está falando?” Com quem? Perguntou vovô. “Com o Sayão, meu irmão.” Vovô sorriu e fez a mesma pergunta recebendo de volta de Bernardo Sayão a mesma com a qual havia respondido. Com uma grande preserva de espírito vovô replica: “Com o Cândido Bigodão, mermão".

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