domingo, 26 de julho de 2020

MATEI UM GA, GA, GATÃO DANADO

Quando me recordo do que fazia, especialmente depois que minha mãe morreu quando eu tinha 14 anos, acho até que eu era “meio doida”. Uma dessas loucuras era ir para casa do vovô com a turminha de irmãos. Para chegar à casa do vovô era um dia de viagem, a cavalo, atravessando fazendas e chácaras. Saíamos às 6 horas da manhã chegávamos ao entardecer. Íamos no Branquinho, o cavalo mais querido que conheci https://rosacriarecriar.blogspot.com/search?q=branquinho e na potranca do meu irmão. As meninas mais novas eram amarradas em meu corpo, a menor dentro de uma toalha amarrada em meu pescoço, a outra atrás, amarrada em minha cintura com um lençol infantil. Meu irmão e as outras duas na potranca. No dia anterior eu preparava a matula que levava no embornal. Em uma dessas viagens, quando paramos para lanchar ocorreu um pequeno acidente. Assim que coloquei no chão, minha irmã que estava prendida em minha cintura ela tombou, bateu com a testa em uma pedra, levou um corte e para conseguir estancar o sangramento tive que pedir ajuda em uma fazenda próxima. Assim que chegamos vovô me disse que tinha matado um gagatão danado. Logo conclui que era uma onça e perguntei por que gagatão danado e ele disse que “de noite” contaria. Como ele percebeu que, como sempre eu estava desconfiando que fosse verdade, foi buscar o couro que estava esticado em cima do telhado. Imagina o susto, um lindo couro de onça, com uns dois metros do nariz a cauda sem nenhum corte nem buraco de bala. Fiquei encafifada e ansiosa para saber da história. Á noite veio a explicação: sabe Rosinha aprendi a matar os bicho, quando chega um momento que a gente tem que “matar ou morrer” com o João Bobo, um vizinho, meio lelé da cuca e gago que era meu amigo. Um dia combinamos de ir prum forró numa fazenda. Cheguei lá e nada dele. Lá pelas tantas ele aparece ensanguentado cum facão na mão e bem tranquilo. Todo mundo se acerco dele e ele explicou que ta, ta, ta tudo bem, mas dei de ca, ca, cara com um ga, ga, gatão danado e pra continua vivo esperei o ataque enfiando o fa, fa, facão na boca dele que caiu encima de mim. Quando a gente foi conferi era uma enorme onça pintada.

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