sábado, 2 de novembro de 2019

LEGATÁRIO - geração atual

Mamãe, sua irmã caçula e muito querida, quase filha, me mandou um texto de uma psicóloga com uma análise da geração seguinte a nossa. Uma Geração sempre estressada que se frustra por tudo, que se considera eternamente infeliz. O que será que buscam? O que lhes prometeram? Acreditam que podem ser o que quiserem no lugar que desejarem? Jovens que vão aos consultórios com questões simples e de muito sofrimento. A dor da falta do não faltar. Sensação de não pertencimento, de estar perdido sem saber o que quer da vida, nem saber se quer alguma coisa. Geração de pequenas e poucas palavras, o show foi top, a viagem foi legal, o aniversário foi normal, o casamento foi chato. Isso quando falam, quando respondem. Se sentem frustrados, mas sem identificar o que lhes faltam, choram pela vaca atolada, pelo golfinho ferido, mas matam seus próprios filhos fazendo aborto. A culpa é do machismo, dos fascistas, das feministas, dos petistas... Para eles a culpa maior é da mãe, chega ao desplante de dizer à mãe que deveria ter sido abortado, e por mais que ela se sacrifique por ele, diz a ela que foi abandonado, que esta sendo prejudicado. Colaborar em casa é favor, arcar com despesas nem pensar, participar de tarefas tudo é postergado é exaustivo. Geração das Polpas de fruta nem sabe descascar laranja jamais se lambuza com caroço de manga. Vive de sonhos brilhantes sem pisar no chão quente para alcançá-los. Começar a trabalhar sem muito ganhar nem pensar. Nem sai de seus quartos onde vive fantasiando no mundo irreal da internet, quando tias, avós, os visitam; apontam defeitos em comentários nas redes sociais, esquece elogios, acredita que todos exigem muito dele, nem sabe oferecer os préstimos, reclama do mínimo obstáculo, culpa os pais por forçar a barra. Na escola solucionam problemas matemáticos em turmas avançadas sem conseguir solucionar problemas da família como tirar segunda via de boletos, ir a um órgão público e lidar com burocracia. Querem respostas rápidas, fáceis e ficam aborrecidos sempre. Entediam-se. Trocam de escola, de curso, de emprego, de parceiros, de amigos, acreditam que nada e nem ninguém os compreende. Nada preenche. Culpa o sistema, a família, o amigo difícil, o porteiro chato, a coordenadora do curso, a lei, o chefe que exige. Reclama do almoço, da falta de roupa para sair, da falta de dinheiro. Passa o dia no ar condicionado consumindo o salário dos Pais, anda de carro, Uber, táxi... Esquece de buscar conhecimento e espiritualidade. Nem percebem o encanto das decorações natalinas nem do Ipê Florido no meio da Avenida. Reivindica direito de expressão sem oferecer ação. Atitude. Considera-se vítima dos Pais. Os julgam juízes impiedosos! Condenam. Choram pelo cachorro maltratado e deseja que o homem seja esquartejado. Compaixão duvidosa. Amorosidade mínima. Preciso disso! Tenho que ter que aquilo! E aja insatisfação! Infelicidade. Descontentamento. Adoecimento. Depressão. Suicídio... Geração estragada, inconformada. Presa em suas desculpas. Acomodada em suas gaiolas de ouro. Inerte. Nem sabe o que é assumir a responsabilidade de viver, de se mexer, de traçar seu caminho, de enfrentarem o que está fora da caverna de Platão. Posta sorrisos, praias paradisíacas, mas não se banha no mar curador. Limpa o lixo na praia com os próprios amigos e não arruma sua própria cama. Em casa, estampa tristeza, sofrimento, dor... A dor de ter que crescer sem fazer por onde merecer. Será que é exagero? Mito da Caverna de Platão - Caverna imaginaria onde prisioneiros vivessem desde a infância. Podem avistar somente as sombras projetadas na parede de maneira distorcida, é todo o conhecimento que tinham do mundo. Um dos prisioneiros foi liberto e percebe pessoas e uma fogueira projetando as sombras que ele julgava ser a totalidade do mundo. Ao sair assusta-se com o mundo exterior, sente-se desamparado, desconfortável, deslocado. Aos poucos, ele começa a perceber a infinidade do mundo e da natureza fora da caverna. Aquelas sombras, que julgava ser a realidade, são cópias imperfeitas de uma pequena parcela da realidade. Poderia fazer duas coisas: retornar para a caverna e libertar os seus companheiros ou viver a sua liberdade. Uma possível consequência da volta seria os companheiros, o julgar louco, mas a coisa mais justa a se fazer. É metáfora de que existe um modo de conhecer, de saber, mais adequado para se viver com sabedoria e justiça.

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