Mais que nunca, neste século as empresas, as pessoas, as instituições e toda a sociedade estão passando por um enorme momento de reorganização e mudanças. Para as famílias a questão é muito séria, pois algo que vem acontecendo é a perda da autoridade dos genitores gerando perda dos limites; fácil acesso a uma infinidade de meios de comunicação que nem sempre trazem mensagens construtivas para a formação de valores positivos e, até mesmo uma legislação que em nome da proteção do menor e defesa dos direitos humanos serve de referencial para uma liberdade desorientada.
Com a
aprovação do divórcio que veio legalizar uma situação de separações que vinha
aumentando cada vez mais, muitos casais comentam que a separação deixou de ser
um problema tanto para os casais como para os filhos. Quem convive com crianças
sabe que a realidade é outra, pois para as crianças a situação é bastante
difícil, quando os pais se separam, muitas delas se sentem abandonadas,
culpadas e tristes,
precisam de tempo para se adaptar a nova vida. As crianças que vivenciam uma
separação dos pais podem ficar desatentas, estragar materiais escolares e bater
nos colegas, pois muitas vezes sentem-se inseguras e desestabilizadas
refletindo na agressividade e distúrbios da aprendizagem.
Outro
aspecto em que houve uma mudança drástica foi o fácil acesso aos meios de
comunicação que incentivam o consumo de produtos, nem sempre saudável. As
crianças passam grande parte do seu tempo no celular ou computador, nas mídias sociais conectando-se no mundo
virtual ou jogando vídeo game. O excesso de informações
desordenadas gera agitação, agressividade e interesses como figurinhas,
bonecos, álbuns, brincadeiras de lutas e reprodução de cenas de novelas e
desenhos com comportamentos impróprios para suas idades e prejudiciais para o
desenvolvimento pessoal e social. Assim, as informações das crianças, jovens e
adolescentes são desconectadas, estão perdidos sem valores e princípios que
visem o bem comum. Na escola repetem tais
atitudes sem entenderem se são boas ou ruins, se constroem ou destroem, se
fazem bem ou mal.
Trabalhar
com as crianças e suas famílias conscientizando da necessidade de selecionar as
atividades dos filhos ou dependentes, fazendo uso racional dos meios de comunicação
para que se acostume com a vida real ao invés da fictícia e aprendam a
discernir entre o bem e o mal, entre o certo e o errado é tarefa bastante
complexa, mas que requer da escola atenção especial. Analisar, discutir
comportamentos vistos e informações da internet podem ajudar os estudantes a
discernir entre o que traz benefícios e o que pode ser prejudicial.
Além
disso, o
relacionamento entre a família e a escola tem sido, de ambos os lados, uma
relação de desconfiança, cobranças e acusações. Muitas vezes as famílias
demonstram apatia e até mesmo revolta. As escolas colocam sobre a
responsabilidade das famílias todos os problemas apresentados pelos educandos
seja de educação, indisciplina, relacionamento ou aprendizagem. As famílias
esperam das escolas que preparem seus filhos para o vestibular, para o
exercício de uma profissão e até mesmo tarefas que ultrapassam o seu papel
principal. Muitas escolas tem uma proposta de somente instruir, outras se acham
responsáveis também por participar com as famílias da educação.
No
entanto, pais e escolas tem algo importante em comum: preparar os educandos
para viverem como verdadeiros cidadãos enquanto crianças, adolescentes, jovens
e como adultos. Esta tarefa envolve profundamente a família e a escola, pois a
escola ou a família separadas pode muito, mas não pode nem é capaz de tudo.
Somente
tornando a escola um local em que a família seja bem-vinda não só para
comparecer, mas para participar efetivamente do processo de instrução assim
como, a escola do processo de educação, poderemos tornar a escola uma
instituição infinitamente melhor que a atual. “a melhor maneira ... é abrir o
sistema ainda mais, jogando-as dentro dele como parceiros integrais,
permitindo-lhes participar..(Alvin Toffler, 1974)
Isto jamais
significa, para a família, deixar de confiar na escola, de lhe tirar o direito
de ser responsável pela instrução e pela participação na educação, ou impor
ações ou exercer poder pela coação. “Os pais precisam saber o que os filhos
estão aprendendo e como isto se relaciona com suas próprias crenças.” (Antonio Bias Bueno Guillon e Victor
Mirshawka, 1994).
A
família deve continuar valorizando e confiando na escola do mesmo modo que a
escola deve respeitar as orientações, os valores e o modo de ser e agir da
família. O que se propõe e que ambas, lado a lado, busquem o melhor caminho em
benefício do educando.
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