segunda-feira, 19 de outubro de 2020

PROBLEMAS NA FAMÍLIA REFLETEM NA ESCOLA

 

Mais que nunca, neste século as empresas, as pessoas, as instituições e toda a sociedade estão passando por um enorme momento de reorganização e mudanças. Para as famílias a questão é muito séria, pois algo que vem acontecendo é a perda da autoridade dos genitores gerando perda dos limites; fácil acesso a uma infinidade de meios de comunicação que nem sempre trazem mensagens construtivas para a formação de valores positivos e, até mesmo uma legislação que em nome da proteção do menor e defesa dos direitos humanos serve de referencial para uma liberdade desorientada.

Com a aprovação do divórcio que veio legalizar uma situação de separações que vinha aumentando cada vez mais, muitos casais comentam que a separação deixou de ser um problema tanto para os casais como para os filhos. Quem convive com crianças sabe que a realidade é outra, pois para as crianças a situação é bastante difícil, quando os pais se separam, muitas delas se sentem abandonadas, culpadas e tristes, precisam de tempo para se adaptar a nova vida. As crianças que vivenciam uma separação dos pais podem ficar desatentas, estragar materiais escolares e bater nos colegas, pois muitas vezes sentem-se inseguras e desestabilizadas refletindo na agressividade e distúrbios da aprendizagem.

Outro aspecto em que houve uma mudança drástica foi o fácil acesso aos meios de comunicação que incentivam o consumo de produtos, nem sempre saudável. As crianças passam grande parte do seu tempo no celular ou computador, nas mídias sociais conectando-se no mundo virtual ou jogando vídeo game. O excesso de informações desordenadas gera agitação, agressividade e interesses como figurinhas, bonecos, álbuns, brincadeiras de lutas e reprodução de cenas de novelas e desenhos com comportamentos impróprios para suas idades e prejudiciais para o desenvolvimento pessoal e social. Assim, as informações das crianças, jovens e adolescentes são desconectadas, estão perdidos sem valores e princípios que visem o bem comum.  Na escola repetem tais atitudes sem entenderem se são boas ou ruins, se constroem ou destroem, se fazem bem ou mal.

Trabalhar com as crianças e suas famílias conscientizando da necessidade de selecionar as atividades dos filhos ou dependentes, fazendo uso racional dos meios de comunicação para que se acostume com a vida real ao invés da fictícia e aprendam a discernir entre o bem e o mal, entre o certo e o errado é tarefa bastante complexa, mas que requer da escola atenção especial. Analisar, discutir comportamentos vistos e informações da internet podem ajudar os estudantes a discernir entre o que traz benefícios e o que pode ser prejudicial.

Além disso, o relacionamento entre a família e a escola tem sido, de ambos os lados, uma relação de desconfiança, cobranças e acusações. Muitas vezes as famílias demonstram apatia e até mesmo revolta. As escolas colocam sobre a responsabilidade das famílias todos os problemas apresentados pelos educandos seja de educação, indisciplina, relacionamento ou aprendizagem. As famílias esperam das escolas que preparem seus filhos para o vestibular, para o exercício de uma profissão e até mesmo tarefas que ultrapassam o seu papel principal. Muitas escolas tem uma proposta de somente instruir, outras se acham responsáveis também por participar com as famílias da educação.

No entanto, pais e escolas tem algo importante em comum: preparar os educandos para viverem como verdadeiros cidadãos enquanto crianças, adolescentes, jovens e como adultos. Esta tarefa envolve profundamente a família e a escola, pois a escola ou a família separadas pode muito, mas não pode nem é capaz de tudo.

Somente tornando a escola um local em que a família seja bem-vinda não só para comparecer, mas para participar efetivamente do processo de instrução assim como, a escola do processo de educação, poderemos tornar a escola uma instituição infinitamente melhor que a atual. “a melhor maneira ... é abrir o sistema ainda mais, jogando-as dentro dele como parceiros integrais, permitindo-lhes participar..(Alvin Toffler, 1974)

Isto jamais significa, para a família, deixar de confiar na escola, de lhe tirar o direito de ser responsável pela instrução e pela participação na educação, ou impor ações ou exercer poder pela coação. “Os pais precisam saber o que os filhos estão aprendendo e como isto se relaciona com suas próprias crenças.” (Antonio Bias Bueno Guillon e Victor Mirshawka, 1994).

A família deve continuar valorizando e confiando na escola do mesmo modo que a escola deve respeitar as orientações, os valores e o modo de ser e agir da família. O que se propõe e que ambas, lado a lado, busquem o melhor caminho em benefício do educando.

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