É inegável que o
educando deve dominar o conhecimento, a lógica do
conteúdo, é importante dar
ênfase aos aspectos cognitivos, mas, o ser humano necessita mais que conhecimento em todos os campos: é
afeto, carinho, atenção... e, este é também dever da escola, como o é também
a formação do sujeito ético, moral e
espiritual. Assim, é necessário rever mentalidades, concepções, práticas, paradigmas, valores, bem como
aumentar a autoestima, autoimagem. O que é necessário é sensibilidade e grande percepção, pois é difícil mudar postura pessoal, costumes, concepções, valores, cultura... Como nada é
imutável, leitura, palestra, acontecimento ou
outras formas de encontro, pode mudar a
forma de ser e de pensar de uma pessoa.
O educador necessita de constantes reflexões
sobre os fundamentos da ação educativa da escola, buscando analisar os procedimentos e as
práticas educacionais bem como os resultados para o ser humano e para a
sociedade como um todo.
O modelo educacional atual, ainda formal e arcaico, longe de atender aos anseios do ser humano necessita de uma guinada que
desafia o educador para uma mudança radical para que possa cumprir, adequadamente, suas funções.
Sabemos que só ocorre educação quando há crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal que acontece com conscientização da realidade
e orientação para o exercício pleno dos direitos e deveres. O conhecimento da realidade implica em romper preconceitos, reconhecer dificuldades e facilidades, compreender e valorizar valores e saberes, interesses, expectativas e histórias de cada educando. Daí, a importância da afetividade nestas
inter-relações. Alves no livro: Ao professor com o meu Carinho, pág.52 escreve:
“Toda experiência
de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em pensamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento
nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim affecare, quer dizer “ir atrás”. O afeto é o
movimento da alma em busca do objeto de sua fome. É o Eros
platônico, a fome que faz a
alma sonhar em busca do fruto sonhado.” (Rubem Alves)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, Volume 8, pág 119, 1997 cita:
“Para crianças que talvez, não recebam o mesmo tratamento em outros
lugares, a vivência de um relacionamento respeitoso, sem discriminações, será riquíssima aprendizagem: dar-lhes-á consciência e força para se
indignarem quando acontecer de serem desrespeitadas na vida cotidiana.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário