Um problema da
educação é que educadores, pais e professores possuem uma negatividade e
pessimismo, ocultos em sua linguagem de todo o dia. Os modos como pais e
professores falam com as crianças lhes ajudará, a perceber, como devem
sentir-se quanto a si mesmos.
O que as crianças
ouvem de negativo afetam sua autoestima e seu autovalor. Grande parte das
mensagens que os adultos dirigem às crianças leva-as a desconfiarem da sua
percepção, negar seus sentimentos e duvidar de seu próprio valor. É comum
culpar e envergonhar as crianças, pregar e passar sermões, mandar e tiranizar,
advertir e acusar, ridicularizar e menosprezar, ameaçar e subornar,
diagnosticar e prognosticar - essas técnicas brutalizam, vulgariza e desumaniza
as crianças. Enquanto elas estão ao lado, falam delas como se estivessem
ausentes. Decidem tudo por elas. A sanidade só aparece quando confiamos na
nossa própria realidade interior e essa confiança só se aprende pelo processo
da verdadeira comunicação com amor e carinho.
Um dos motivos das
dificuldades e até mesmo dos fracassos da escola tem sido porque se tornou um
local onde se educa para a ganância do lucro desenfreado, para enganar o outro,
“passá-lo para trás”. Emoções, sentimentos deixam de ser objeto de educação que
abandona a preocupação com a felicidade e a realização pessoal do outro. Neste
tipo de escola a afeição está ausente.
Indivíduos
motivados pela afeição e estímulo tendem a serem criativos, inconformados,
agentes de mudanças e nem sempre é o modelo desejado, fácil de adaptar-se a
qualquer sistema já definido e de tradições arraigadas no inconsciente dos
educadores. Assim é mais fácil permanecer na condição estática, mas é urgente
reagir para salvar a escola, fazendo-a cumprir o seu verdadeiro papel: o de
desenvolver a cognição através de um ser humano que se realize.
O invisível é
parte do visível. Mais que nunca, neste momento, romper barreiras,
comunicar-se, relacionar-se, valorizar a vida, dizer não ao egoísmo,
substitui-lo por afeição, ajuda mútua, solidariedade é a base da educação. Como
escreveu Celso Antunes, “...o milênio que vivemos... atingirá o local onde os
professores o levarem.”
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