Nas culturas humanas, nos trabalhos, nas religiões e nas atividades de lazer a dança sempre esteve presente como atividade inerente à natureza humana, pois a atividade corporal está presente em toda a ação humana. Segundo Santo Agostinho: “A dança liberta o ser humano do peso das coisas e une o solitário à comunidade.”
A criança está em
constante mobilidade e busca com movimentos o conhecimento de tudo que a
rodeiam e de si mesma. Para harmonizar as potencialidades cognitivas, motoras e
afetivas a ação física é necessária para a criança. No cotidiano, o correr,
pular, subir, girar são atividades ligadas a necessidade infantil de dominar o
corpo, mas também é necessária na construção da autonomia da criança. Ela se
movimenta para adquirir mobilidade, expressar-se e explorar o meio ambiente.
Seu vocabulário gestual é expressivo e fluente.
Desta forma a
dança auxilia no entendimento do corpo e como consequência como usá-lo com
sensibilidade, autonomia, responsabilidade e inteligência e exerce um
importante papel no desenvolvimento e aperfeiçoamento humano, pois, de acordo
com pesquisas mais recentes a uma enorme relação entre o desenvolvimento dos
sentimentos, da inteligência e o desempenho corporal.
A dança é ainda
uma excelente forma de integração e expressão tanto individual como coletiva. O
educando exercita a atenção, a colaboração, a solidariedade e a percepção. Como
atividade lúdica exercita a espontaneidade e permite a experimentação e a
criação. Assim, o professor deve estimular o reconhecimento de ritmos e a invenção de
sequências de movimento para a introdução do aprendiz na linguagem da dança.
É importante
também apreciar observando as atividades realizadas por outros colegas para
desenvolver a capacidade analítica e o estabelecimento de opiniões próprias
além de reconhecer individualidade e qualidades estéticas. Pesquisas escritas
como tipos de movimentos, de ritmos, também devem fazer parte dos trabalhos.
Danças em grupos, duplas, facilitam a aproximação e o contato físico(?),
que fazem parte da afetividade, aspectos em que a maioria são arredios por
terem tido orientações inadequadas ou estarem desacostumados. É necessário
incentivar e criar clima de atenção e concentração, sem que se perca a alegria,
pois as aulas tanto podem inibir quanto incentivar a indisciplina.
O estabelecimento
de regras com o grupo é o primeiro passo para atingir os objetivos e uma das
condições para que os participantes tenham confiança e estímulo para explorar
movimentos, estimular a inventividade e a coordenação de seus movimentos com os
do grupo. Assim, os momentos de movimentos livres são também importantes assim
como a adequação da roupa para permitir a adequada mobilidade. Danças em
silêncio devem fazer parte, pois existem ritmos (internos e externos) que podem
e devem ser explorados. Jogos populares de movimento, amarelinhas, cirandas
devem fazer parte do repertório, pois são riquezas culturais dos povos e
manifestações que devem ser valorizadas. Desta forma, a dança deve ter o
propósito do desenvolvimento integrado fundamento da criação estética e o
desenvolvimento expressivo e deve ainda propiciar:
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O reconhecimento dos
tecidos do corpo (epitelial, conjuntivo, muscular e
nervoso) e suas funções.
®
A análise das
características corporais individuais: peso, forma, volume.
®
O reconhecimento das
formas de locomoção e deslocamentos e orientações espaciais (direções,
caminhos, planos).
®
A percepção de mudanças
de velocidade, de tempo, de ritmo e o desenho do corpo no espaço.
®
Exploração de formas em
que se pode parar o corpo desde em pé até deitado.
®
Improvisação de danças,
invento, registro, repetição.
®
Criação de coreografias.
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Comunicação gestual.
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Criação e análise de
tipos de movimentos: rápido e lento, sinuoso e direto, alto e baixo, leve e
pesado.
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Identificação dos tipos
de danças das diversas culturas e locais.
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