O teatro como arte, formalizado pelos gregos, é por
excelência a arte do homem e exige a sua presença de forma completa
comunicando-se com corpo, fala e gesto. O ato de dramatizar é a necessidade do
homem de compreender e representar uma realidade. A dramatização acompanha o
desenvolvimento da criança de forma espontânea, com feições e funções diversas
e com caráter de interação e promoção de equilíbrio entre ela e o meio
ambiente. No início o ato de representar deve ser espontâneo evoluindo para as
apresentações com regras e do individual para o coletivo.
Nas atividades teatrais o ser humano tem a
oportunidade de se desenvolver dentro de um determinado grupo social de maneira
responsável aprendendo a ouvir, a acolher e a opinar respeitando as diferentes
manifestações.
O
fundamento do teatro é a experiência de vida. No jogo do faz-de-conta da
criança está a capacidade da teatralidade em potencial e como prática
espontânea. Na escola esta experiência passa a ser um exercício consciente. A
escola deve ter muito cuidado para que a criança jamais perda a espontaneidade
lúdica e criativa.
Como
escreveu Marilyn Ferguson
“Não tendo alternativas, nascemos
criativos. Nossas primeiras visões e nossos primeiros sons eram vigorosos,
novos e originais. Nós explorávamos nossos universos e dávamos nomes às coisas
e as conhecíamos intimamente no sentido Eu – Tu. Então, de modo abrupto, a
educação formal interrompe esta contemplação, forçando-nos a uma outra, a uma
espécie de situação mais amistosa, esfacelando o estado de consciência
necessário para a boa arte e a boa ciência. Pela primeira vez, se tivermos
sorte, a educação poderá se empenhar em fomentar essa consciência mais rica e
mais fluente. Nossas escolas poderão, gradualmente, parar de movimentar barcos
a vela com remos.”
As
propostas educativas devem trabalhar o teatro como atividade para o
desenvolvimento global do ser humano e um processo de socialização consciente,
crítico e democrático, socializador e estético que integra imaginação,
percepção, emoção, intuição, memória e raciocínio. A escola deve fomentar ainda
experiência de apreciação, comentário e juízo crítico.
O teatro proporciona também crescimento integrado
com o desenvolvimento das capacidades expressivas e artísticas que exercita a
cooperação, o diálogo, o respeito mútuo, a aceitação das diferenças e a aquisição
de autonomia por poder agir e pensar sem coerção.
Ao organizar uma peça teatral em grupo a criança
percebe, conscientemente, a necessidade de colaboração, a adequação do falar,
ouvir, ver, observar e atuar, praticando a liberdade e a solidariedade.
Muito importante para a definição dos conteúdos
teatrais é o conhecimento das características das fases de desenvolvimento da
criança. Por volta dos sete anos é a fase do faz-de-conta. A criança tem
dificuldade de refletir sobre temas gerais e distantes. Aos oito, nove anos a
criança está mais consciente e sua preocupação é a de mostrar os fatos de forma
realista.
Inicialmente, o interesse maior do teatro é,
principalmente, a relação entre os participantes e o prazer do jogo.
Gradualmente, a organização e sequência passam a ser mais acuradas. É muito
importante para o professor reconhecer a importância do teatro na aprendizagem
e para o desenvolvimento da criança e não somente como a transmissão de uma
técnica.
No Ensino Fundamental o estudante deve desenvolver
maior domínio do corpo e saber usar de maior expressão por meio de:
®
Participação e desenvolvimento nos jogos de atenção,
observação, improvisação etc.
®
Experimentação e articulação entre as expressões
corporal, plástica e sonora.
®
Jogos com regras estabelecidas.
®
Pesquisa, elaboração e utilização de máscaras e
bonecos.
®
Observação e análise de trabalhos teatrais
apresentadas por outros grupos.
®
Criação de textos e encenações.
®
Reconhecimento das diferentes formas dramatizadas:
teatro em palco, circo, teatro de bonecos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário